domingo, 31 de agosto de 2014

2390 - O NEGÓCIO (TEMPORADA 2)

(O NEGÓCIO, Brasil, 2014) - Esta segunda temporada ainda conserva alguns ganchos da primeira. Nestes primeiros episódios, não encontrei muita coisa nova a ser explorada, a não ser uma maior ousadia nas cenas de sexo das protagonistas. O que é interessante - e isso vem desde o início - é a abordagem do universo da alta prostituição em São Paulo sem a ótica do moralismo e do preconceito. As três protagonistas - Rafaela Mandelli, Juliana Schalch e Michelle Batista - continuam com atuações muito boas. Michelle, que era a mais fraca na primeira temporada, está mais à vontade e evoluiu bastante. Rafaela e Juliana continuam lindas e magnéticas em cena. Rafaela atingiu aquele estágio em que a mulher mistura sensualidade, maturidade e inteligência. É só olhar aí em cima. Linda. Uma coisa! A fotografia é caprichada, assim como a produção como um todo. Não é Shakespeare, mas diverte.
 
 

2389 - PARA ROMA, COM AMOR

(TO ROME, WITH LOVE, USA, Itália e Espanha, 2012) - Tive a sensação de que Woody Allen se repetiu muito neste filme simpático, mas que, a meu ver, não traz muitas surpresas a quem acompanha o genial diretor. Várias histórias de amor - e desamor - jorram nas ruas Roma, assim como a água da Fontana Di Trevi, mas são marcadas por uma superficialidade incomum nas abordagens anteriores de Allen. De certa forma, corrobora a visão meio preconceituosa que o americano tem dos países de língua latina, ao carregar nos estereótipos dos personagens locais. Diferente de MEIA-NOITE EM PARIS, a história não reflete a alma cultural, romântica e atemporal da cidade eterna, mas apenas passeia por obviedades e noções amplas do que é Roma. Faz-se piada com a dificuldade de locomoção pelas ruelas e observa-se com encanto ruínas e lugares, mas as ideias apresentadas não se concretizam em algo que vá além de uma exemplificação delas mesmas. Ao fim, tem-se a impressão de que o diretor teve ideias interessantes, mas que acabam parecendo uma colagem de insights sobre os temas propostos, sem muita preocupação em criar algo coerente com o cenário à disposição.
 

2388 - OS AMANTES PASSAGEIROS

(LOS AMANTES PASAJEROS, Espanha 2013) - Almodóvar busca, neste filme, resgatar os toques agridoces que Luis Buñel costumava apresentar em suas obras. Em OS AMANTES PASSAGEIROS, o toque buñueliano propicia uma crítica de costumes similar àquelas que celebrizavam Almodóvar há vinte anos. Um problema no trem de pouso de um avião é o ponto de partida para que os casos amorosos/existenciais mais bizarros (se você for fundamentalista), sujeitos à hiperexposição da loucura e da hipocrisia alheias. A linha de raciocínio de um afetadíssimo trio de comissários de bordo se torna, então, a única bússola da viagem em que figuras recorrentes na cinematografia do diretor espanhol (mulheres histéricas à beira de um ataque de nervos, gays enrustidos, gays nada enrustidos etc) brincam com o roteiro e com a dramaticidade própria do desastre iminente, sem qualquer freio politicamente correto. Mais uma vez, Almodóvar continua a fazer muito bem à saúde mental dos seus admiradores. Um destaque absoluto do filme é a atriz Blanca Suarez que, quando aparece andando de bicicleta pelas ruas de Madrid, faz a gente acreditar que os sonhos podem, sim, se tornar realidade. Confira os olhos e a expressão dela, aí no lado.
 

sábado, 30 de agosto de 2014

2387 - CHARLIE CHAN AT THE TREASURE ISLAND

(CHARLIE CHAN AT THE TREASURE ISLAND, USA 1939) - Provavelmente, uma das melhores edições da série. Aqui , Chan (Sidney Toler) investiga um misterioso vidente, Professor Zodiac, que chantageia seus clientes com s informações pessoais que possui deles. No elenco, Cesar Romero, que nos anos 60, seria o Coringa do Batman da TV. Belíssima fotografia e cenários caprichados, além de um roteiro com cenas de suspense e humor, características dos filmes de Chan. a história é assim: Durante um vôo para São Francisco, Charlie Chan (Sidney Toler) e Jimmy (Victor Sen Yung), seu filho, testemunham a morte de Paul Essex (Louis Jean Heydt), um escritor amigo do detetive, que tinha acabado de escrever seu último livro. Um telegrama mostra que ele estava sendo ameaçado pelo Dr. Zodíaco e a hipótese de suicídio é descartada quando se constata que Essex tinha no corpo veneno suficiente para matar dez homens. Chan segue as pistas, que o levam ao misterioso Zodíaco. O detetive é ajudado na sua investigação por Rhadini (Cesar Romero), um mágico que espera expôr Zodíaco como farsante e chantagista. Após outras mortes, Eve Cairo (Pauline Moore), que realmente tem poderes psíquicos, se prepara para dizer o nome do culpado das mortes.
 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

2386 - DRÁCULA, MORTO, MAS FELIZ

(DRACULA, DEAD OR LOVING IT, USA 1995) - Mel Brooks escreveu e dirigiu esta paródia que segue, quase cena por cena, o DRACULA de Coppola, lançado dois anos antes. No elenco, além do próprio Brooks, o grande Leslie Nielsen, como o vampiro-mor, tinha tudo para brilhar num filme inesquecível. Mas não é isso o que acontece. Nada funciona bem e, à exceção de pouquíssimas cenas, a sensação que se tem, por fim, é de frustração. Nielsen está subaproveitado, com poucas chances de mostrar seu lado histriônico, e o que sobra é uma comédia ferida de morte por um fato inegável: não é engraçada. 
 

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

2385 - O TODO-PODEROSO

(BRUCE ALMIGHTY, USA 2003) - Gosto de rever este filme, principalmente por causa da cena do Jim Carrey com Steve Carrel, quando aquele o obriga, por graças divinas, a falar coisas sem sentido na hora da apresentação do telejornal (veja vídeo abaixo) e pela presença celestial de Morgan Freeman. Apesar de careteiro, Carrey está engraçado no papel do repórter que recebe de Deus (Freeman) a incumbência de substitui-Lo durante alguns dias. Seus diálogos com Freeman têm o timing perfeito. Jennifer Aniston está um pouco apagada no papel - a meu ver, parece meio cansada, até porque, na época, gravava FRIENDS e um outro filme, ao mesmo tempo. A bela Catherine Bell bem que podia ter tido mais cenas.   
 

domingo, 24 de agosto de 2014

2384 - O SISTEMA

(THE EAST, USA 2013) - Quando a jovem e ambiciosa Sarah Moss (Brit Marling) é contratada por uma empresa privada de informações, é imediatamente enviada em uma arriscada missão, como agente disfarçada. Infiltrada num grupo de ativistas anarquistas chamado "O Sistema", Sara precisa tomar parte de atos terroristas do grupo contra líderes empresariais que parecem estar impunes em casos de crimes contra a humanidade. Mas à medida que as atividades do grupo evoluem, mais aumenta o perigo à vida de Sarah. O que mais me interessa neste filme é a protagonista Brit Marling. Além de uma beleza instigante e de ser excelente atriz, ela é roteirista desse e de outros filmes, sempre demonstrando talento e, sobretudo, inteligência. Dos talentos da nova geração do cinema, ela é, talvez, o mais belo exemplo. No vídeo abaixo, ela deixa claro como é encantadora e fascinante.
 

sábado, 23 de agosto de 2014

2383 - ETHEL

(ETHEL, USA 2011) - Face menos conhecida do glamour de Washington, a cunhada de Jackie Kennedy, Ethel (hoje com 84 anos), esposa do irmão de John Kennedy, também foi responsável por ditar moda com seu estilo peculiar. Esse é o tema de documentário homônimo do canal americano HBO, dirigido pela próprio filha de Ethel, Rory Kennedy, e que por isso mesmo oferece um olhar intimista sobre uma das famílias mais intrigantes da história. As cenas mostram a personalidade tempestiva e irreverente de Ethel, espécie de enfant terrible da Casa Branca e manchete recorrente dos jornais da época. No fim, a gente fica com a impressão de um documentário caseiro demais e que omite as passagens mais comprometedoras da família Kennedy, parecendo muito chapa-branca demais, sem olhar de forma crítica e mais isenta a saga de uma família que já foi mais ciosa da preservação de sua mítica história.
 
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terça-feira, 19 de agosto de 2014

2382 - LETRA E MÚSICA

(MUSIC AND LYRICS, USA 2007) - Revendo este filme, confirmo a minha opinião de que Hugh Grant é um dos atores com melhor timing para comédia. Pena que tenha feito poucos filmes recentemente. Aqui, ele é Alex Fletcher, um ex-astro da música que conheceu o sucesso nos anos 80 e que agora vive de apresentações em feiras agropecuárias e programas de segunda linha na TV. É então que entra em sua vida Sophie (Drew Barrymore), uma cuidadora de plantas com um inesperado dom para compor canções de amor. Ela e Alex compõem uma canção para uma cantora teen que faz sucesso com o público jovem. O roteiro é bem interessante, porque, de maneira leve, enfoca o drama de artistas que tiveram suas carreiras em declínio e que ainda tentam recuperar o coeficiente de celebridade de antigamente.O clipe em que Grant canta o sucesso de sua antiga banda, e que abre o filme, é simplesmente imperdível! Confira, aí embaixo! L&M é uma das melhores comédias românticas ever!
 

domingo, 17 de agosto de 2014

2381 - CARRIE, A ESTRANHA (2013)

(CARRIE, USA 2013) - Há certos filmes que não poderiam ter um remake. CARRIE é um deles. O clássico de 1976, de Brian De Palma, com Sissy Spacek, é um destes clássicos intocáveis. Mas, a diretora Kimberly Peirce não pensou assim e fez desta versão um filme, no mínimo, e de acordo com o título em português, estranho. Estranho porque um é um filme de horror e suspense, sem a presença deste dois componentes. A bela e talentosa Chloë Grace Moretz, de A INVENÇÃO DE HUGO CABRET, ainda não tem a dramaticidade que Sissy Spacek demonstrava no filme original e que é requisito fundamental para a história baseada no livro de Stephen King. A diretora destruiu a famosa cena do sangue no baile de formatura, com uma concepção pobre e, sorry!, quase risível. Enfim, um remake que não precisava ter sido realizado.
 

2380 - POR UMA NOITE APENAS

(ONE NIGHT STAND, USA 1999) - Homem bem-casado e bem-sucedido (Wesley Snipes), em visita a amigo que sofre de Aids (Robert Downey Jr.), conhece bela mulher (Nastassja Kinski), também casada, com quem passa uma noite inesquecível. Um ano mais tarde, ele viaja a Nova York com a esposa, para nova visita, e reencontra a mulher, descobrindo que ela é cunhada do amigo enfermo. Apesar de ter um papel secundário, Robert Downey Jr. tem uma atuação tão memorável, que o filme se justifica simplesmente por tê-lo no elenco. O restante do elenco se sai bem, embora eu ache que Wesley Snipes tenha esquecido o que é um papel dramático desde que estrelou JUNGLE FEVER, de Woody Allen. Nastassja Kinski é uma das mais belas atrizes de todos os tempos e tem talento suficiente para papéis sutis, em que a sedução não pode ser exagerada. Acertou aqui.  
 

sábado, 16 de agosto de 2014

2379 - OS FUGITIVOS

(LONELY HEARTS, USA 2005) - Eu já tinha visto este filme, mas achei que seria válido assistir de novo. Bem, não é lá uma história muito original: um casal de vigaristas, na década de 30, vive de pequenos golpes em viúvas e solteironas carentes, roubando-lhes o dinheiro e, eventualmente, matando-as. O ótimo Jared Leto e a curvilínea Salma Hayek dão conta do recado, enquanto John Travolta e o saudoso James Gandolfini, agentes federais, passam o tempo todo ao seu encalço. Boa fotografia, tiros em abundância e sangue em alta litragem. Lembra um pouco INIMIGOS PÚBLICOS, com Johnny Depp.
 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

2378 - ELEFANTE

(ELEPHANT, USA 2003) - Um dia aparentemente comum na vida de um grupo de adolescentes, todos estudantes de uma escola secundária de Portland, no estado de Oregon, interior dos Estados Unidos. Enquanto a maior parte está engajada em atividades cotidianas, dois alunos esperam, em casa, a chegada de uma metralhadora semiautomática, com altíssima precisão e poder de fogo. Munidos de um arsenal de outras armas que vinham colecionando, os dois partem para a escola, onde serão protagonistas de uma grande tragédia. O filme tem como base uma história real que abalou o mundo inteiro, “Elefante” não é simplesmente um documentário como “TIROS EM COLUMBINE”, esse filme concentra suas energias no exame do cotidiano de uma juventude sem brilho e desprovida de perspectivas. Conforme a película avança, cresce a tensão da desgraça iminente, que explodirá em um verdadeiro banho de sangue como foi o de Columbine. Surpreendentemente, tudo é mostrado sem sensacionalismo, dramalhão ou pregação. Somos testemunhas neutras do massacre e parceiros de cada um dos personagens - todos vítimas, de acordo com Van Sant. As cenas são apresentadas de diversos ângulos diferentes e soltas no tempo. A sutil amarração entre as seqüências chega a retroceder minutos, horas ou até mesmo um dia inteiro, sem que o espectador se dê conta, até que a cena atual tenha uma intersecção com outra anterior. Assim, lentamente, o diretor constrói o palco para o massacre, sem qualquer intenção de terminá-lo. Nos últimos minutos ainda há personagens a serem apresentados e destinos a serem revelados. O título do filme tem uma dupla inspiração: é uma homenagem ao diretor inglês Alan Clarke (1935 - 1990), que fez um filme intitulado ELEFANTE, sobre a violência religiosa na Irlanda. O título é uma referência à expressão "um elefante na sala", que diz respeito a coisas que incomodam as pessoas, mas que elas fazem questão de ignorar. Comparativamente, Van Sant toca em diversos pontos que podem explicar arroubos de violência estudantil como o de Columbine. Entretanto, admite que sua visão do todo pode estar completamente equivocada. De qualquer forma, a resposta não está no filme e cabe ao público tentar encontrá-la fora da sala de projeção.




 
 

 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

2377 - LOVELACE

(LOVELACE, USA 2013) - Cinebio de Linda Lovelave, atriz pornô que ficou famosa nos anos 70, ao estrelar GARGANTA PROFUNDA, filme que trouxe o universo pornográfico para a cena pop. A meu ver, Amanda Seyfried não foi a melhor escolha para o papel. Ela é bonita demais para representar a mulher explorada e agredida fisicamente pelo marido, o que a fez lutar, posteriormente, contra a indústria pornográfica e a violência doméstica. Há alguns saltos no roteiro que deixam a história um pouco irregular na sua linha narrativa como, por exemplo, os filmes anteriores que Linda fez antes de GARGANTA PROFUNDA. Peter Sarsgaard está excelente como o marido cafajeste e explorador, e atenção para Sharon Stone, quase irreconhecível, que faz a mãe de Linda.
 

2376 - TUDO POR JUSTIÇA

(OUT OF THE FURNACE, USA 2013) - Este drama dirigido por Scott Cooper não tem grandes reviravoltas no roteiro ou tomadas de câmera elaboradas - tudo está baseado nas interpretações do elenco. E o resultado é excelente: Christian Bale é Russel Baze que, depois de ir preso e perder o amor da sua vida (que será pior?), vai atrás do paradeiro do irmão mais novo (Casey Affleck, muito melhor ator do que o irmão na vida real, Ben), um lutador amador cheio de dívidas. Bale, como sempre, mostra que é um ator talentosíssimo, que dá aos seus personagens uma veracidade tão impactante, que traz o espectador para o seu lado logo na primeira cena. O filme é muito bom, mas desperdiça um ator do quilate de Forest Whitaker num papel sem grande importância na trama. Woody Harrelson, outro grande ator, é o antagonista. Ainda no elenco, Zoe Saldana, Willem Dafoe e Sam Shepard. Atenção para a ótima canção do Pearl Jam no vídeo abaixo.
 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

2375 - JFK - THE FINAL HOURS

(JFK - THE FINAL HOURS, USA) - Documentário produzido pela National Geographic sobre os dois dias de viagem de JFK ao Texas, em novembro de 1963. Kennedy tinha muito interesse de ganhar a simpatia dos eleitores deste estado, predominantemente republicano. E, de fato, ele teve muito sucesso, principalmente por causa da presença de Jackie. Há entrevistas muito interessantes, feitas hoje, com as pessoas que estavam nas ruas, saudando o presidente. Uma delas, um menino de 8 anos, é o hoje ator Bill Paxton. Os últimos momentos de Kennedy, fartamente documentados pelas TVs e pela Casa Branca, vistos sob a perspectiva histórica, são de uma dramaticidade impressionante.
 

2374 - PIRATAS DO CARIBE - A MALDIÇÃO DO PÉROLA NEGRA

2373 - APOSTA MÁXIMA

(RUNNER, RUNNER, 2013) - O filme conta a história de um aluno da prestigiosa faculdade de Princeton chamado Richie Furst (Justin Timberlake). Sem ter como terminar de pagar seus estudos, ele pega o que lhe resta de dinheiro e aposta tudo em um site de pôquer. Perde, mas percebe que foi trapaceado e decide ir atrás do dono do cassino online: Ivan Block (Ben Affleck), figura conhecida do submundo das apostas que está foragido na Costa Rica - vivendo uma vida de rei, mais ou menos como um bicheiro carioca na época de ouro da contravenção. Timberlake está OK: como sempre, faz seu papel correta e competentemente. Tem aquele magnetismo na tela que caracteriza os atores que caem no gosto do público. Agora, Ben Affleck...
 

2372 - O DONO DA BOLA

(BRASIL, 1961) - Chanchada com Golias e Grande Otelo mostrando um pouco de como eram os programas de TV da época, nos quais as gincanas eram uma das maiores atrações. Golias tem que competir com a dupla Carlos Imperial e Costinha, que fazem o contraponto dos cafajestes capazes de tudo para impedir a vitória do adversário. Perry Sales aparece como mocinho e par romântico com Norma Blum, que está, de fato, lindíssima. Nota-se, claramente, que Renato Aragão, anos depois, copiou a mesma estrutura fílmica de O DONO DA BOLA, não fosse o diretor deste filme, J. B. Tanko, também responsável por vários dos Trapalhões.
 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

2371 - DIANA

(DIANA, Inglaterra/França/Suíça/Bélgica, 2013) - Apesar do esforço de Naomi Watts na personificação da princesa de Gales, o filme fica meio perdido numa atmosfera que nos remete a um documentário misturado à ficção, sem que esta interação resulte num produto minimamente satisfatório. A história trata dos dois últimos anos de vida da princesa e conta a história de seu romance com o médico paquistanês Hasnat Khan, até o namorico com o playboy Dodi al Fayed, que morreria ao lado dela no desastre em Paris. Até por ser uma atriz carismática, Naomi Watts acaba por nos provocar boas doses de simpatia, mas o roteiro carrega nos clichês do olhar desamparado, da compaixão pelos desvalidos e da mulher infeliz no casamento desfeito e que ainda procura se encontrar, sem que este universo se expanda para além do que já se conhece da vida da mãe de William e Harry.
 

2370 - NOVE RAINHAS

(NUEVE REINAS, Argentina, 2000) - Como já disse, um filme com Ricardo Darín é obrigatório. Neste, ele é um malandro das ruas de BsAs, onde aplica pequenos golpes, em companhia do parceiro, Juan (Gaston Pauls). Numa dessas incursões, ele se vê diante da possibilidade de vender uma cartela de selos falsificados a um colecionador excêntrico. Há uma série de reviravoltas no roteiro que garante a atenção até o fim. Darín, novamente, mostra porque é o maior ator argentino da atualidade (e, talvez, de todos os tempos), com uma atuação ao mesmo tempo contida e vibrante. Outra boníssima razão para ver o filme é a bela Letícia Brédice, uma daquelas obras-primas em forma de mulher que só a Argentina parece conseguir fabricar a mancheias.
 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

2369 - O ÚLTIMO GUARDA-COSTAS

(LONDON BOULEVARD, USA/UK 2010) - O filme tem atores do primeiro escalão (Colin Farrell e Keira Knightley), mostras belas locações dos subúrbios de Londres, uma fotografia caprichada e um argumento que tinha tudo para funcionar. Mas, não funcionou. Farrell é um ex presidiário que não quer mais se envolver com o crime, mas que logo se vê diante de uma proposta para participar de alguns negócios escusos. Ao mesmo tempo, tem a chance de trabalhar como guarda-costas de uma estrela do cinema (Knightley) meio perturbada e neurótica com o cerco dos paparazzi. Na realidade, o filme não decola e não entusiasma o espectador. 
 

domingo, 3 de agosto de 2014

2368 - UNIVERSIDADE MONSTROS

(MONSTERS UNIVERSITY, USA 2013) - O primeiro filme, MONSTROS S.A., era mais legal.  Dito isto, passemos para UNVERSIDADE MONSTROS que, sem dúvida, também oferece diversão e emoção genuínas, embora não seja tão cativante quanto o primeiro. Trata-se de uma "prequel", um filme cuja ação se passa antes do primeiro da série. A história revela como a dupla Mike e Sullivan (vozes sensacionais de Billy Crystal e John Goodman) veio a se conhecer. O que se torna uma espécie de obstáculo para que os personagens se tornem tão adoráveis quanto no primeiro filme são os contornos de comédias universitárias, em que as camadas mais baixas da hierarquia estudantil vivem seu momento de heroísmo, depois de serem humilhadas pelos alunos veteranos "espertos". O filme não possui o elemento de ternura que, no original, ficava a cargo de Boo, a criança humana protegida por Mike e Sully. O roteiro aponta para uma direção perigosa que deixa nas entrelinhas a afinidade da Pixar com a cultura do Vale do Silício, dominada por figuras como Steve Jobs, que passaram - apenas passaram - por uma universidade.
 

2367 - HOLLYWOODLAND - BASTIDORES DA FAMA

(HOLLYWOODLAND, USA 2006) - O filme mostra a carreira e a morte de George Reeves, que personificou o Super-Homem na famosa série de TV, nos anos 50. Sua morte, até hoje, é um mistério: suicídio ou assassinato? Aqui, Adrian Brody (estupendo) é um detetive que tenta entender o que aconteceu de fato, investigando todas as pistas que a polícia de Los Angeles deixara convenientemente esquecidas. O fraquíssimo (como ator) Ben Affleck faz o papel de Reeves com a canastrice de sempre, embora convença, em alguns momentos como o ator meio perdido na selva hollywoodiana, exatamente como aconteceu com o personagem verídico. Brody, mais uma vez, prova que é um ator à altura de Pacino ou DeNiro, embora tenha feito algumas más escolhas nos seus últimos filmes. Em termos de talento, Brody ocupa a outra ponta do arco que tem em Affleck seu representante mais acanhado. O filme era para ser intitulado "TRUTH, JUSTICE AND THE AMERICAN WAY", como era a frase de abertura do seriado, mas a DC Comics, que detém os direitos do personagem", não permitiu.
 

2366 - RIPD

sábado, 2 de agosto de 2014

2365 - QUESTÃO DE TEMPO

(ABOUT TIME, UK 2013) - Escrito e dirigido por Richard Curtis, que é um diretor que eu adoro. Aos 21 anos, Tim (Domhnall Gleeson) descobre que, como todos os homens de sua família, tem uma habilidade incomum: é capaz de viajar de volta no tempo para qualquer ponto de sua vida. Basta se trancar no quarto, pensar bem no instante para o qual deseja retornar, e pronto – lá estará ele, revivendo uma situação já conhecida e, com sorte, saindo-se melhor nela que da primeira vez. É um dom que vem a calhar quando o tímido e atrapalhado Tim se apaixona por Mary (Rachel McAdams – e quem não se apaixonaria?), ou quando seu pai (Bill Nighy) conta a ele que está à morte. Mas o que significa viver a vida? Refazê-la sempre melhor ou aprender a apreciá-la no momento em que ela está acontecendo? Aí está um questionamento interessante. Como em todos os filmes escritos e/ou dirigidos por Richard Curtis (SIMPLESMENTE AMOR e NOTTING HILL, por exemplo), aqui não há gente mesquinha nem dor que não possa ser aliviada com algum amor. E é porque Curtis acredita sinceramente no poder da gentileza, que o resultado é tão cativante. Os diálogos são inspirados no típico humor sutil inglês, e há sempre uma delicadeza permeando as situações, mesmo as mais densas e inesperadas. Destaque para Bill Nighy – seu personagem é aquele pai que todos gostariam de ter tido. A presença de Rachel McAdams é o belíssimo toque americano no cenário britânico. E que toque: acho que não há nada que resista àquele sorriso. O mais interessante no filme, a meu ver, é pensar que a possibilidade de voltar ao próprio passado para consertar alguma coisa pode mostrar que o melhor ainda é termos nossa atenção voltada para o presente e tirar dele o que há de belo e poético. Em muitos momentos da minha vida, eu gostaria de ter tido a chance de voltar e fazer diferente, mas como isso não é possível, o melhor mesmo é descobrir que o presente pode ser, de fato, um presente.