(TO ROME, WITH LOVE, USA, Itália e Espanha, 2012) - Tive a sensação de que Woody Allen se repetiu muito neste filme simpático, mas que, a meu ver, não traz muitas surpresas a quem acompanha o genial diretor. Várias histórias de amor - e desamor - jorram nas ruas Roma, assim como a água da Fontana Di Trevi, mas são marcadas por uma superficialidade incomum nas abordagens anteriores de Allen. De certa forma, corrobora a visão meio preconceituosa que o americano tem dos países de língua latina, ao carregar nos estereótipos dos personagens locais. Diferente de MEIA-NOITE EM PARIS, a história não reflete a alma cultural, romântica e atemporal da cidade eterna, mas apenas passeia por obviedades e noções amplas do que é Roma. Faz-se piada com a dificuldade de locomoção pelas ruelas e observa-se com encanto ruínas e lugares, mas as ideias apresentadas não se concretizam em algo que vá além de uma exemplificação delas mesmas. Ao fim, tem-se a impressão de que o diretor teve ideias interessantes, mas que acabam parecendo uma colagem de insights sobre os temas propostos, sem muita preocupação em criar algo coerente com o cenário à disposição.