sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

2562 - A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS

 
A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS (AROUND THE WORLD IN 80 DAYS, USA, 1956) – Este clássico infelizmente se tornou quase impossível de ser assistido de uma sentada só hoje em dia. Uma das razões – e, talvez, a principal – é a lentidão da narrativa por quase três horas, sendo que várias sequências se arrastam, quase sem diálogos, e sem um significado direto na trama. Phileas Fogg (David Niven, perfeitamente fleumático), um britânico rico e metódico, aposta com seus pares de clube, que vai dar a volta ao mundo em 80 dias. Planeja cada etapa da viagem com seu empregado, Passe-partout (Cantinflas), responsável pela parte humorística da empreitada. Foi o primeiro filme a incluir “cameos” na história. Por exemplo, em rápidas participações, podemos ver Frank Sinatra, Charles Boyer, Cesar Romero, Peter Lorre, Shirley MacLaine, Marlene Dietrich, Buster Keaton, entre outros.   

2561 - INFERNO NO OESTE

INFERNO NO FAROESTE (DEAD IN TOMBSTONE, USA 2013) – Aproveitando a fama construída nos filmes de Robert Rodriguez, Danny Trejo desfila sua feiura pétrea neste filme com o mesmo personagem de sempre: um matador truculento, que vai até o fim para conseguir seus objetivos. Eles, neste caso, se resumem à vingança sanguinária em relação aos ex-companheiros de ladroagem que o mataram depois de saquear uma cidade. Sim, você leu direito: ele foi morto e volta ao mundo dos vivos pela mão do próprio diabo, vivido (ou morrido) pelo morto-vivo Mickey Rourke. Tudo bem surreal (ao estilo de Rodriguez). A fotografia é excelente.

2560 - FORA DE RUMO


FORA DE RUMO (DERAILED, USA, 2005) – Revi o filme para checar se a atuação de Jennifer Aniston tinha sido acima da média dos seus outros filmes, nos quais ela não consegue se desgrudar da Rachel, de FRIENDS. Neste, de fato, ela tem uma boa atuação, mais segura, num personagem difícil, meio dúbio, ao mesmo tempo sedutor e desprotegido. Mas é Clive Owen que faz de cada cena sua uma aula de contenção dramática tão intensa, que acaba nos arrastando com ele até o desfecho cheio de licenças poéticas. Owen já deu mostra de seu imenso talento no thriller policial de Spike Lee, O PLANO PERFEITO, onde passa a maior parte do tempo com uma máscara, atuando só com os olhos. Em FORA DE RUMO (a tradução está perfeita), ele é um marido que tem um caso com uma estranha (Aniston) que conhece num trem (daí o título original).


2559 - HENDRIX



HENDRIX (HENDRIX, USA 2000) – Cinebio de Jimi Hendrix bem didática, enfocando seus primeiros e últimos anos como guitarrista. Nota-se que sua música não ficou bem representada, embora o ator que o interpreta, Wood Harris, tenha feito um bom trabalho na caracterização. O filme tem como fio condutor uma suposta entrevista, na qual ele conta como foi sua trajetória, até aquele momento, já às vésperas de sua morte. Fica-se com a impressão de que Hendrix merecia mais.



 

 


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

2558 - LOUCA ESCAPADA

LOUCA ESCAPADA (THE SUGARLAND EXPRESS, USA 1974) – Estreia de Steven Spielberg num filme para cinema (os anteriores, como o magistral DUEL, forma feitos para a TV). Aqui, alguns temas recorrentes nas obras posteriores de Spielberg já podem ser vistos: uma família desestruturada, pais querendo recuperar filhos, pessoas à margem da sociedade mas que possuem um “coração de ouro”, um humor meio melancólico e, claro, soluções geniais para sequências que, nas mãos de outros diretores mais inábeis, teriam ficado horríveis. Baseada em fatos que realmente ocorreram, LC é um road movie por excelência: um presidiário foge com a esposa, para tentar reaver o filho, criado por um casal, devido a uma ordem judicial. Na fuga, acabam ganhando a simpatia e a solidariedade das pessoas por onde passam. Goldie Hawn, com sua espontaneidade juvenil, está muito bem. Apesar de um pouco longo, o filme ainda conserva uma ingenuidade cativante, ao mostrar a missão quixotesca dos personagens e uma risível incompetência da polícia para resolver um caso banal.  

domingo, 15 de fevereiro de 2015

2557 - SEM EVIDÊNCIAS


 SEM EVIDÊNCIAS (DEVIL’S KNOT, USA, 2013) – Num enfoque de documentário, o filme conta a história real de três meninos que foram assassinados num rito satânico, em uma cidade do interior dos Estados Unidos. A narrativa passa também pelo julgamento de três adolescentes, suspeitos da autoria dos crimes, e da obstinação de um advogado (Colin Firth, meio deslocado, mas convincente) para prova a inocência deles. Reese Witherspoon mostra, mais uma vez, que é uma excelente atriz, no papel sofrido da mãe de uma das crianças.  


 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

2556 - O PODEROSO CHEFÃO II





O PODEROSO CHEFÃO II (THE GODFATHER II, USA 1974) – Sempre que revejo os dois filmes em sequência, como fiz agora com Giovanni, fico na dúvida de qual é o melhor. O primeiro GODFATHER é perfeito, tem uma narrativa linear, clássica e, claro, Marlon Brando. Nesta sequência, que para muitos supera o filme original, Coppola estende o desespero e o niilismo da saga dos Corleones. Fico na dúvida, confesso (o que não é um problema, pois adoro dúvidas). Esta continuação é toda assombrada pelo espectro do primeiro filme. Por isso, é mais sombrio, profundo e possivelmente mais envolvente na sua elaboração de como a corrupção gerada pelo poder resulta em uma completa decadência moral. As sequências, os planos gerais, a temática do controle absoluto sobre tudo e sobre todos refletem deliberadamente o original, mas, durante o filme, sentimos que a história é mais triste e levada a uma escala muito maior, em função dos flashbacks complexos – e ao mesmo tempo naturais – que entrelaçam os dois Corleones, Vito (Robert De Niro) e Michael (Al Pacino). Vemos Michael se dilacerando aos poucos. Sua irmã o odeia pela morte do marido, seu irmão o trai, sua esposa tem medo e seus filhos são muito pequenos para entender o que se passa naquele universo de desconfiança e isolamento. Michael vai ficando cada vez mais só, à medida em que ganha poder, ao contrário de seu pai, que era sozinho e vai se tornando um homem cercado de pessoas que o amam, o admiram ou o temem. Mais uma vez o fechamento dos ciclos é cuidadosamente construído, como na cena final, em que Michael tem de decidir por um caminho que, mais uma vez, o leva à sua inexorável solidão. Uma aula de cinema – esta é que é a verdadeira realidade. 


 
 
 

 

2555 - A FAMÍLIA


A FAMÍLIA (MALAVITA, França, USA, 2013) – Com este filme, Luc Besson recupera, de certa forma, o talento que parecia meio perdido com filmes como CARGA EXPLOSIVA e BUSCA IMPLACÁVEL. A FAMÍLIA é uma comédia de humor negro, gênero que geralmente polariza as opiniões – uns adoram, e outros detestam (talvez porque não consigam entender o “espírito da coisa”). Também ajuda a atuação, desta vez marcante, de Robert De Niro, e de Michelle Pfeiffer. Não gosto muito de Robert De Niro em comédia, mas acho que, desta vez, ele acertou no tom. Ele é Giovanni Manzoni, mafioso que anos antes dedurou seus parceiros de crime e, desde então, vive no programa de proteção a testemunhas do FBI, rodando de localidade em localidade, com a mulher (Pfeiffer) e os filhos. A chave da graça está no fato de a família Manzoni não perde dos hábitos violentos até na hora de tratar dos assuntos mais comezinhos e, por isso, tem de ser arrancada às pressas de seus esconderijos pelo resignado agente Stansfield (Tommy Lee Jones, completamente subaproveitado). Há bons momentos no filme. Um deles, talvez o melhor, é a presença da belíssima Dianna Agron, que faz a filha de Giovanni. Egressa de GLEE, ela surpreende nas cenas em que mostra toda sua raiva e um sorriso matador, totalmente condizente com o clima de um filme sobre mafiosos. 








2554 - O CHAMADO 2


       O CHAMADO 2 (THE RING 2, USA, 2005) – Se o primeiro filme já não foi lá essas coisas, esta sequência só poderia mesmo ficar muito aquém de qualquer expectativa. Apesar de Naomi Watts voltar ao papel, o roteiro ficou meio previsível, na linha da vingança de Samara – a garotinha-fantasma do primeiro filme. O diretor, desta vez, é o mesmo do original japonês, que é muito legal. Porém, ele perde a mão e acaba fazendo mais um daqueles remakes americanos com todos os defeitos que já conhecemos.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

2553 - OS SUSPEITOS

OS SUSPEITOS (PRISIONERS, USA, 2013) – Depois que sua filha de quatro anos desaparece com a amiga, filha do casal em cuja casa todos estavam, há pouco, comemorando o Thanksgiving, Keller Dover (Hugh Jackman) vai fazer de tudo para encontrá-la, até passando a agir com violência contra quem ele considera suspeito. Este é o ponto de partida para o tenso filme de Denis Villeneuve, cineasta canadense do espetacular INCÊNDIOS, que se aventura, sempre conscientemente, no delicado terreno da violência contra crianças e na discussão sobre se é aceitável descartar as regras e avançar nas trevas. No filme, veem-se penumbras em toda parte: na cinematografia em cinza, marrom e chumbo do grande Roger Deakins e nas zonas de sombra dos personagens principais, como por exemplo, no olhar ao mesmo tempo compassivo e discernidor do detetive tão bem interpretado por Jake Gyllenhaal. Vale cada trincada de dente do espectador, diante de uma trama interessante e, ao mesmo tempo, perturbadora.  

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

2552 - NÁUFRAGO


NÁUFRAGO (CASTWAY, USA 2000) – Sempre que revejo NÁUFRAGO, me vem à cabeça a dúvida se o filme ajuda na resolução da crença de que a solidão é algo a ser evitado a todo custo, mesmo que você esteja isolado numa ilha deserta no meio do Pacífico. Continuo achando que a história apenas reforça a dependência afetiva e a coloca como parte inevitável do processo existencial. Apesar disso, considero NÁUFRAGO um grande momento cinematográfico, principalmente pela atuação corajosa e imersiva de Tom Hanks. Além do mais, talvez seja o único filme no qual o merchandising está colocado de forma perfeita, em total consonância com o roteiro. Afinal, FedEx e a fábrica de material esportivo Wilson não poderiam estar mais de acordo com o que se passa com o protagonista vivido por Hanks, Chuck Noland, alguém que não tinha tempo para nada, mas que passa a ter todo o tempo do mundo, ao se ver perdido no meio do oceano. O mito do náufrago representa um medo primal, perene e agorafóbico, e o diretor Robert Zemeckis mostra isso muito bem, a começar pela até hoje impressionante cena da queda do avião, durante uma tempestade. Na ilha, só se ouvem as ondas batendo à praia, enquanto Chuck começa a desenvolver uma relação de amizade com a bola de vôlei adequadamente batizada de Wilson. Devo dizer que Wilson se mostra um ator nato e só precisou de uma mãozinha para roubar as cenas em que contracena com Hanks. A sequência em que ele arranca o próprio dente infeccionado, com a ajuda da lâmina de um sapato de patinar no gelo, ainda é a que mais me impressiona. É também interessante como o diretor enfoca a feitichização dos objetos que, ao fim, mantêm Chuck vivo no meio do nada. No mais, NÁUFRAGO é também uma história de um reencontro amoroso – Chuck estava prestes a casar com Kelly (Helen Hunt, seca, como sempre) -, e isso é sempre um perigoso retorno às saudades adormecidas. Neste aspecto, o filme nos deixa com a sensação de que o tempo pode ter efeitos diversos nas pessoas que se amavam e que, por algum motivo, nunca mais se viram. Um outro aspecto do roteiro é a capacidade de adaptação exercida num ambiente tão belo quanto hostil – Chuck tem sucesso nesta empreitada, mas, paradoxalmente, não consegue os mesmos resultados na sua volta à civilização. Uma vez salvo, ele se mostra com uma expressão distante de tudo o que o cerca e que traduz a traumática experiência que o separou do mundo em que estava o grande amor de sua vida. Percebe-se que, dali para adiante, uma parte essencial dele ainda viverá solitariamente naquela ilha, onde ele tinha o amor de Kelly, representado na sua foto na tampa do relógio de bolso que ele nunca abandonou. 


2551 - E AGORA, MEU AMOR?


E AGORA, MEU AMOR? (FOOLS RUSH IN, USA 1997) – Matthew Perry (o Chandler, de FRIENDS) e Salma Hayek protagonizam esta comédia bem fraquinha, na qual, no entanto sobressai o talento (sempre subutilizado) da mexicana de Coatzacoalcos. Perry, de certa forma, repete a fórmula vencedora de Chandler, com os mesmos trejeitos e chistes que lhe deram fama. O roteiro explora o manjadíssimo choque de culturas, o que, convenhamos, mesmo na época, já deveria ter sido evitado, pois acentua os estereótipos e procura mostrar uma suposta superioridade americana. A fotografia é excelente, e o cenário natural do Grand Canyon é sempre arrebatador.



















 
 
 


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

2550 - O CHAMADO

O CHAMADO (THE RING, USA 2002) – Eu já tinha esquecido a maior parte deste filme. Só o revi agora, porque é dirigido por Gore Verbinsky, de PIRATAS DO CARIBE e o sensacional RANGO. Revisto hoje, percebo que ainda mantém um bom ritmo e mostra Naomi Watts com a competência de sempre. No entanto, percebe-se que o tempo passou quando nos damos conta de que a história é sobre uma fita de vídeo ( ! ) amaldiçoada que condena a morte, depois de sete dias, que assistir ao seu conteúdo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

2549 - AMOR BANDIDO



AMOR BANDIDO (MUD, USA, 2012) – Este é um filme emocionante e imperdível. Melhores amigos, Ellis (Tye Sheridan) e Neckbone (Jacob Lofland), de 14 anos, descobrem num trecho do Rio Mississipi um barco encarapitado em uma árvore de uma ilha deserta, e que há alguém morando ali: Mud (Matthew McConaughey), um sujeito fustigado pela vida dura e tanto mais sedutor por ter algo de sinistro. Ellis, porém, se afeiçoa ao estranho, que é para ele uma versão mais misteriosa e rebelde de um pai (o seu próprio, interpretado pelo ótimo Ray McKinnon). Ellis logo descobre que a polícia procura por Mud, que tem atrás de si uma complicada história de amor. E é aí que o filme encontra sua beleza. Mud pretende reencontrar sua namorada, Juniper (Reese Witherspoon, sem ter espaço para mostrar seu talento) - e é isso que causa mais comoção em Ellis, que está apaixonado por uma menina mais velha. O plano de Mud é retirar o barco da árvore e fugir com Juniper. Aos poucos, o diretor Jeff Nichols revela que este é um filme sobre amor, vários tipos de amor: Mud e Juniper, a amizade entre Ellis e Neckbone, os pais do garoto. Amores que precisam de concessões para se manter vivos. O diretor, que também assina o roteiro, parece acreditar que as pessoas são fruto, entre outras coisas, de seu espaço. E, se, na reta final, aparecem histórias demais em "Amor bandido", a delicadeza do filme compensa o acúmulo. O garoto Tye Sheridan entrega uma atuação verdadeira e comovente e se consagra como revelação. McConaughey soma mais um desempenho lapidar nesta fase anterior ao seu Oscar do ano passado.



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

2548 - FOREVER


FOREVER (USA, 2014) - First of all, the acting, especially that of Ioan Gruffudd, is just fantastic. The cast has great on-screen chemistry. All of them, especially Gruffudd, are so charismatic in their roles. They make fans care about the characters and what happens to them. The writing is great. It is exciting, emotional, funny, and cinematic and keeps viewers on the edges of their seats. Also, each episode carries a message of hope and the advice that life should be cherished and never taken for granted. With all the suffering in this world, with all of the challenges we all face, that is a wonderful message and a wonderful piece of advice to receive. Also in regards to the writing, the characters all stand out as individuals. They all have their own personalities, thus each of them brings something to the table, so to speak. Fans are able to love them all equally because they are all different. Forever also stands out against other procedurals because Henry Morgan is immortal. It has a supernatural element to it. No other procedural airing right now can claim that. The show's mystery element is also great. How did Henry become immortal? Who or what cursed him? Will he ever figure out how to break his curse? If he does, what will he do? And just who is Adam? What does he want from Henry? How did he even find out about Henry? How did he come to know that Henry is afflicted with the exact same curse? These questions the show has posed keep viewers on the edges of their seats!