O ABRIGO (TAKE SHELTER, USA 2011) – Este segundo longa escrito e dirigido por Jeff Nichols (do excelente MUD) é um dos mais excepcionais filmes americanos recentes, no qual se fundem de maneira indistinguíveis o sobrenatural, o psíquico e o econômico, além de apontar que há pelo menos um apocalipse no horizonte: a insegurança. É exatamente neste aspecto que O ABRIGO me chama a atenção – mostra, claramente, que a insegurança é um fator imanente à existência e que, de uma forma ou de outra, fingimos que esta condição não existe e nos assustamos quando alguém a coloca como sua preocupação principal. É o caso de Curtis (Michael Shannon, soberbo) que, achando que uma grande tempestade vai se abater sobre todos, decide ampliar um abrigo subterrâneo contra furacões que já existe em seu quintal, o que suscita o estranhamento de sua esposa e dos seus amigos. Seu comportamento obstinado é mostrado na interpretação de nuances magistrais de Michael Shannon. O ABRIGO não é um suspense psicológico, ou um filme-catástrofe, ou uma parábola sobre a recessão e a destruição que ela vem cavando na vida das pessoas chamadas comuns. Mas é todas essas coisas e nenhuma delas, graças ao desempenho superlativo de Shannon e a um roteiro que considera isso tudo e, ao mesmo tempo, rejeita o comum e a solução fácil.
quarta-feira, 11 de março de 2015
2564 - O ABRIGO
O ABRIGO (TAKE SHELTER, USA 2011) – Este segundo longa escrito e dirigido por Jeff Nichols (do excelente MUD) é um dos mais excepcionais filmes americanos recentes, no qual se fundem de maneira indistinguíveis o sobrenatural, o psíquico e o econômico, além de apontar que há pelo menos um apocalipse no horizonte: a insegurança. É exatamente neste aspecto que O ABRIGO me chama a atenção – mostra, claramente, que a insegurança é um fator imanente à existência e que, de uma forma ou de outra, fingimos que esta condição não existe e nos assustamos quando alguém a coloca como sua preocupação principal. É o caso de Curtis (Michael Shannon, soberbo) que, achando que uma grande tempestade vai se abater sobre todos, decide ampliar um abrigo subterrâneo contra furacões que já existe em seu quintal, o que suscita o estranhamento de sua esposa e dos seus amigos. Seu comportamento obstinado é mostrado na interpretação de nuances magistrais de Michael Shannon. O ABRIGO não é um suspense psicológico, ou um filme-catástrofe, ou uma parábola sobre a recessão e a destruição que ela vem cavando na vida das pessoas chamadas comuns. Mas é todas essas coisas e nenhuma delas, graças ao desempenho superlativo de Shannon e a um roteiro que considera isso tudo e, ao mesmo tempo, rejeita o comum e a solução fácil.