segunda-feira, 16 de março de 2015
2567 - OLDBOY - DIAS DE VINGANÇA
OLDBOY – DIAS DE VINGANÇA (USA, 2013) – De início, não entendi muito bem por que Spike Lee dirigiu este remake do filme coreano homônimo de 2003. Continuo não entendendo, pois, independentemente das críticas – quase todas negativas -, também achei que o original (que não vi) deve ter sido bem superior a esta versão americana. Talvez intencionalmente, Lee tenha carregado no exagero em relação às atuações dos personagens principais. O excelente Josh Brolin está quase irreconhecível num papel que, em termos dramáticos, não combina com seu estilo sóbrio de atuar. Samuel L. Jackson também tem um papel menor, muito abaixo de seu talento. A surpresa fica a cargo de Elizabeth Olsen, bem mais bonita do que o costume. A trama é muito semelhante à do filme original: um homem é sequestrado durante muito tempo (20 anos, na refilmagem) e mantido preso em um quarto, sem conhecer a razão de seu cárcere, nem o autor do sequestro. Enquanto isso, descobre que está sendo acusado de matar a própria esposa. Quando é liberado, parte em busca de vingança. Spike Lee conseguiu criar uma história monótona e mesmo previsível, com enquadramentos pouco inspirados, montagem didática e uma direção de arte atrapalhada na tentativa de combinar elementos americanos e nipônicos. Apesar de todo o sangue, línguas cortadas, crânios partidos e pedaços de pele arrancados, OLDBOY – DIAS DE VINGANÇA é dirigido como um filme de ação genérico, sem vigor nem tentativa de imprimir um traço pessoal. O excesso de violência, sempre mostrado sem anestesia, não possui o charme tarantinesco de KILL BILL, por exemplo. Talvez, se estivesse nas mãos de um diretor mais corrosivo, poderia render um pequeno clássico cult, do tipo que marca o circuito independente de vez em quando – assim como ocorreu com Ken Park, Crash – Estranhos Prazeres e mesmo Faça a Coisa Certa e A Hora do Show, do próprio Lee, na época em que era mais questionado.