quinta-feira, 23 de julho de 2015

2661 - PARA SEMPRE ALICE

PARA SEMPRE ALICE (STILL ALICE, USA/FRANÇA 2014) Há filmes menores que têm a sorte de contar com atores maiores. É o caso de STILL ALICE. Apesar da abordagem meio perfunctória do impacto da doença de Alzheimer em uma mulher relativamente jovem (Moore) e as reverberações nas pessoas de sua família, a história não engrena em termos de roteiro. A gente tem a sensação que o filme se retrai exatamente quando poderia mergulhar nas situações mais agudas quando a doença – e todo questionamento que ela suscita – se instala inelutavelmente. Não há, no roteiro, a devida exploração dos estágios da dissolução das lembranças, que o paciente acompanha ao mesmo tempo como vítima e espectador impotente. Claro que nada disso oblitera a atuação visceral de Julianne, que ganhou o Oscar deste ano, com todo o merecimento. A surpresa é a sensível e superlativa interpretação de Kristen Stewart (de CREPÚSCULO), especialmente quando contracena com Julianne, nas cenas em que mãe e filha se reencontram numa dimensão existencial.