PASSAGEIROS (PASSENGERS, USA 2016)– O mecânico Jim Preston (Chris Pratt) acordou
antes da hora. Ele é uma das 5000 pessoas que viajam congeladas numa gigantesca
nave, num percurso que levará décadas, para chegar a um planeta e estabelecer
uma nova colônia, longe da superpopulação terrestre. Que fazer? Nada lhe dá
qualquer informação sobre seu súbito despertar. Ele só dispõe da companhia de
um barman androide (Michael Sheen, numa atuação deliciosa), com cuja interação
Jim tenta entender (sem sucesso) o predicamento em que se encontra. Lá pelas
tantas (vocês verão por que), aparece a escritora Aurora Lane, harmoniosamente
acomodada no corpo perfeito de Jennifer Lawrence, para tirá-lo da solidão cósmica
que até então vivera na colossal espaçonave. Rapaz de sorte, hein? Pois é, mas
a dinâmica com Aurora se mostra menos fácil do que ele esperava. Ele tem que conquistá-la,
e esse processo quase que acontece de modo perfeito, se não fosse a forma com
que o diretor norueguês Morten Tyldum (do ótimo O JOGO DA IMITAÇÃO) sucumbiu ao
drama romântico, se inclinando perigosamente para o roteiro açucarado que tanto
prejudica o sangue quanto a fruição de uma história simpática e realizada com grande
apuro técnico.