NEGÓCIO DAS
ARÁBIAS (A HOLOGRAM FOR THE KING, USA, Inglaterra, França, Alemanha, México,
2016) – Acho que quase todo mundo concorda que Tom Hanks é
obrigatório. No entanto, este filme não parece estar à altura de sua exitosa
carreira, embora seja uma história simpática cujo interesse se deve muito às
oníricas paisagens do Oriente Médio. Hanks é Alan Clay, representante de uma
empresa americana que pretende vender um sistema holográfico de conferências a
distância para o rei saudita. Um pouco desorientado por causa do choque
cultural inevitável para um ocidental num país tão diferente, Alan acaba conhecendo
a doutora Zahra (Sarita Choudhury), que o encanta com seu jeito direto e, ao
mesmo tempo, melancólico. Hanks continua com seu carisma, aquela delicadeza
incorruptível que ele passa com a certeza de quem viveu altos e baixos e que só
conta com o otimismo para acordar e tocar o dia. Ele dá ao papel uma dignidade
que excede a própria narrativa que, a meu ver, acaba muito abruptamente, como
se o diretor Tom Tykwer (do fabuloso CORRA, LOLA, CORRA) quisesse dar um
desfecho feliz a uma história apenas bonitinha. |