Diego Luna e Michael Peña |
NARCOS,
MÉXICO (NARCOS, MEXICO, USA, México, 2018) – É difícil arranjar um adjetivo que dê a dimensão específica
de NARCOS: MÉXICO. Sensacional é pouco, diante de uma obra monumental, desde a
sua origem, três temporadas atrás, sobre a saga de Pablo Escobar, vivido com
gosto por Wagner Moura. Agora, no México, é Miguel
Ángel Félix Gallardo (Diego Luna, compondo um personagem interessantíssimo, só
na base de semitons) que
comanda o tráfico e a organização que em torno dele se forma. Kiki Camarena (Michel
Peña, extraordinário), um agente turrão americano, mas nascido no México, é
transferido para Guadalajara e se horroriza com a corrupção que pulula em cada
esquina da cidade, atingindo todos os escalões, até as mais altas autoridades
do governo. NARCOS é uma série sobre o subdesenvolvimento e suas mazelas, um caos
sócio-político em que sossobram um suprimento inesgostável de pessoas em péssimas
condições materiais e de instrução, presas fáceis para serem recrutadas para a
violência e pela ilegalidade. Também se trata de sociedades encharcadas pelo
patrimonialismo (por favor, leiam Jessé Souza), nas quais um emprego se transforma
em subserviência eterna ao “chefe” e de uma conformação social em que a vida de
seus cidadãos nada vale, pois, na geopolítica atual, são estas pessoas sem nome,
sem esperança, sem dimensão humana que garantem que os ricos do primeiro mundo fumem
e cheirem sem cogitar, nem por um segundo, de onde vem a droga que consomem. It rather
difficult to pick up an adjective to give the right dimension of NARCOS: MEXICO. Outstanding is not enough for this monumental work, since its
beginning, three seasons ago, about the narcisistic figure of Pablo Escobar,
wonderfully performed by Wagner Moura. Now, in Mexico, it is Miguel Ángel Félix
Gallardo (Diego Luna, uncomparably subtle in his character) who is in charge of
the traffic and of the dealers’ organization. Kiki Camarena (Michael Peña,
extraordinary), a uncorruptable American agent, born in Mexico, is transferred
to Guadalajara and is chocked by the escalating corruption. NARCOS is a show about
the underdeveloped countries, a chaotic social-politica cauldron, in which uneducated
and unassisted people are ready to be summoned by violence and unlawfulness of the
system. It also about societies soaked in patrimonialism (please, read Jessé
Souza), where a job is transformed in eternal submission to the “boss” and a
social configuration in which life has no value, for in the present geopolitics,
these are the people, deprived of the human condition, who garantee that the
riches of USA and Europe smoke and sniff, without consider, not even for a second,
from where the drug they consume comes from.