domingo, 19 de dezembro de 2010
971 - TE AMAREI PARA SEMPRE
TE AMAREI PARA SEMPRE (THE TIME TRAVELER’S WIFE, USA 2009) – o que me chamou a atenção para o filme foi o título – bem melhor em português – e a presença da doce Rachel McAdams. Te Amarei Para Sempre conta a curiosa história do bibliotecário Henry DeTamble (Eric Bana), que desde cedo descobriu-se portador de um raro fenômeno: uma disfunção genética que o permite viajar no tempo – tanto passado como futuro – de forma involuntária e sem controle. Suas constantes viagens fazem com que ele se veja constantemente metido em confusões já que cada vez que se desloca para um novo espaço-tempo está nu e precisa sair à caça de roupas. Assim como a vida de Henry, a história é, da mesma forma, apresentada de forma fragmentada. Embora a linha mestra do roteiro conduza a narrativa a partir do momento em que ele conhece a sua futura esposa Clare Abshire (Rachel McAdams), o desenvolvimento na história se dá em forma de flashbacks – nesse caso as viagens temporais dele - onde descobrimos que Henry já conhece e visita Claire desde que a garota tinha nove anos de idade. A história de Henry já é apresentada e bem desenvolvida aos olhos do espectador, e o foco deixa de ser as suas viagens e passa a ser a situação de Claire, a fiel e compreensiva esposa que entende o drama do marido e procura conviver com ele da melhor maneira possível. Utilizando as palavras de Claire, a mudança de foco é claramente explicitada no roteiro quando ela afirma saber “qual é a sensação de quem fica, mas não qual é a sensação daquele que parte”. O deslocamento da narrativa é leve e, em momento algum, temos a impressão de ver dois filmes distintos. Essa suavidade na condução da história – que revela um bom trabalho do diretor Robert Schwentke (Plano de Vôo) – contudo a partir de certo momento acaba tendo um efeito contrário para o desenvolvimento do filme. Se por um lado temos a segurança de que o filme dificilmente irá se perder, por outro ficamos com a sensação de uma falta de ousadia, já que não há grandes reviravoltas ou revelações. Mesmo nos principais pontos de virada da história, os momentos de clímax são apresentados de forma amena, tendo pouco impacto no destino da história, mas sem comprometê-la. Em uma das suas falas, Henry afirma que conduziu sua vida para “nunca ter nada que não pudesse suportar a dor da perda”. A atitude pouco corajosa dele nesse quesito parece se refletir na maneira como a história é apresentada – de maneira segura e burocrática, mas com poucas inovações e diferenciais, o que é uma pena já que este é o tema que levanta uma série de possibilidades. Não espere um filme de ficção científica, como ele aparenta ser mas, em termos de romance, ele apresenta os elementos que costumam conquistar as platéias de casais. Uma sólida história de amor, daquelas que estendem pela vida toda e que, qualquer pessoa certamente gostaria de vivenciar. A gente fica com a sensação de ter faltado alguma coisa, ao final. Mas, vale, pelo amor desejado.