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VIOLÊNCIA GRATUITA (FUNNY GAMES U.S., USA 2007) – de Michael Haneke. Parece-me que a intenção de Haneke é mesmo chocar o espectador com a maior voltagem possível de violência por fotograma, num festival de cenas chocantes e aparentemente sem sentido, como, de fato, é a violência em si. É como se ele quisesse criticar as pessoas que consomem o cinema-sangue. Se é isso que elas querem é isso que elas terão, parece querer dizer. A lógica do roteiro é o encadeamento de cenas cada vez mais dramáticas, do ponto de vista da crueldade. Um casal (Naomi Watts e Tim Roth, inadequado ao papel) vai, com o filho pequeno, passar férias na casa de campo, numa região afastada dos grandes centros. Aparecem dois rapazes (Michael Pitt e Brady Cobert), que passam a infernizar a família com os mais sádicos jogos.