sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

1019 - BASTARDOS INGLÓRIOS

BASTARDOS INGLÓRIOS (INGLORIOUS BASTARDS, USA/ALEMANHA 2009) – de Quentin Tarantino. Trata-se de um exercício explícito, minucioso, persistente, de um dos sentimentos mais primitivos da humanidade: a vingança, que, para Tarantino, passou a ser um gênero cinematográfico. Uma espécie de parque de diversões da violência, sua marca desde Cães de Aluguel. As cenas repugnantes são tão magistralmente exageradas, que se tornam irreais, como nos mangás ou nos westerns spaghetti, gêneros que o diretor parodia com genialidade. O roteiro é tão brilhante que, em determinado momento da trama, os personagens-chave se encontram exatamente num cinema, o templo onde Tarantino se propõe a fazer História, com H maiúsculo. É simplesmente espetacular a atuação de Christoph Waltz, que faz o tenente-coronel Landa, um ator de precisão absoluta e que galvaniza a plateia com sua performance, pela qual ganhou, merecidamente, o Oscar. É um prazer vê-lo em cena destilando uma ironia mistura a ataques de cordialidade efusão e malemolência. Bastardos não é um filme sobre a II Guerra, no sentido documental da abordagem comum: como diz Isabela, é um filme que pertence só a história do cinema, não à outra, mais ampla.