quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

2208 - PSICOPATA AMERICANO

(AMERICAN PSYCHO, USA/Canada, 2000) - Ainda bem que Leonardo DiCaprio resolveu desistir do papel principal de PA. Pelo menos, não passou pela saia justa de passar o vexame de não saber o que fazer com um material dramático extremamente difícil, do qual ele, na época, não saberia se desemcubir. Sorte nossa que tivemos a chance de ver um desempenho matador - em todos os sentidos - de Christian Bale como Patrick Bateman, um jovem executivo de Wall Street que compete duramente com seus colegas para ver quem ostenta os símbolos de status mais valiosos - os sapatos, os ternos, os cartões de visita, a reserva no restaurante esnobe, a namorada socialite. Artigos que, supõe-se, deveriam distinguir seu usuário da massa, mas têm o dom perverso de tornar todos idênticos entre si. Este é um filme que retrata à perfeição a vaidade em estado puro. Egoísta ao extremo, Bateman sabe que, por dentro, não vale muita coisa, e tem uma espécie de consciência do profundo asco de si mesmo. A diretora Mary Harron transformou um retrato circunscrito no tempo e no espaço em uma fábula perfeita para os dias de hoje, em que a cultura ultracompetitiva e ultra-aquisitiva representada pelo protagonista se tornou contagiosa e inevitavelmente nociva. Bale, mais uma vez, está organicamente sensacional.