(AT MIDDLETON, USA 2013) - Claro que está muito além da ficção um sujeito assim, aparentemente sem graça, levar o filho para conhecer a faculdade e, lá, conhecer uma mulher linda, com todas as afinidades com ele, e, num único dia, perceberem que o encontro de almas era, por assim dizer, inevitável. Muito além da ficção, mas todos gostamos muito de histórias deste tipo, tão redondinhas, que acabam por rolar manso sobre os vastos gramados da Universidade de Middleton, onde se passa esta fábula pós-moderna, mas com raízes renascentistas. Andy Garcia é o tal sujeito de gravatinha borboleta, cirurgião cardiovascular, ou seja, um especialista em corações; Vera Farmiga - caramba, como consegue ser tão linda? - é a mulher que começa a se abrir para o recém-conhecido, ou recém-desconhecido, você escolhe, entre flashes de um sorriso mesmerizante e olhos de uma cor azul ainda não encontrada na escala Pantone. Ela está lá com a filha, que também acaba de entrar na faculdade. O fim do filme é previsível ou imprevisível? Diga. Poder-se-ia dizer que é como a vida de tantos que puderam ter o que, em inglês, se chama de "glimpse", ou seja, aquilo tudo que Bandeira disse que poderia ter sido e não foi. Fica a dúvida. Também fica a saudade de uma história muito parecida que aconteceu, há muito, entre nós.