EL ÚLTIMO ELVIS, Argentina 2012) - eu sei que já falei que o cinema
argentino dá um baile (de tango) no brasileiro. Temos comparações a
mancheias. Mesmo levando em conta que apenas a nata da filmografia dos
hermanos desembarca em nossas salas, o cinema de lá é muitíssimo
superior ao nosso atual, que se contenta em requentar programas de
televisão e transpô-los preguiçosamente para a tela grande. É um cinema
descerebrado para um público idem. Em O ÚLTIMO ELVIS, vemos como a
simplicidade e a falta de pretensão resultam num trabalho singelo e
eficiente. O professor universitário John McInerny, considerado um dos
melhores covers latinos de Elvis, faz sua estreia no cinema na pele do
protagonista, Carlos Gutiérrez, funcionário de uma fábrica que, nas
horas vagas, solta o vozeirão apresentando-se em qualquer lugar em que
receba algum dinheiro. O patético habita seu cotidiano e sua figura -
Carlos não só se veste como Rei do Rock mas, além disso, tem certeza de
que é Elvis. Em seu primeiro trabalho na direção, um dos roteirista de
BIUTIFUL (2010), Armando Bo, nos apresenta um personagem desgostoso, por
vezes fora da realidade, mas imbuído da missão de reverenciar seu ídolo com
um entrega absoluta e emocionante. O fim do filme é extremamente emocionante.