CORAÇÃO DE LEÃO – O AMOR NÃO TEM TAMANHO (ARGENTINA/BRASIL, 2013) –
Uma comédia romântica que tenha como trama básica um casal que se apaixona
apesar das diferenças pode sugerir uma fórmula vista repetidas vezes em outras produções
do gênero. Mas o diretor argentino Marcos Carnevale leva esta prescrição ao
extremo, ao mostrar como o amor nasce entre a bela Ivana (Julieta Díaz) e León
Godoy (Guillermo Francella) – sendo que ele é um arquiteto de 1,36m, cujos encantos são
inversamente proporcionais à sua pouca altura. Ivana, apesar do choque inicial,
diante de um homem com estatura fora do normal, logo percebe que encontrou
coprotagonista da história de sua vida. O filme é lindo, delicado, suave e,
coisa rara, é também uma comédia romântica que faz pensar nos preconceitos que
tanto impedem que a verdadeira felicidade aconteça. E ainda há Elvis, cantando “You’re
Always on my mind”. A sequência inicial é primorosa. Atenção para Julieta Díaz. Há mulheres por quem as câmaras se apaixonam. É exatamente o caso aqui. Uma sensualidade clara, límpida, solar como a de poucas, no cinema e na vida. A câmara se derrete diante dela. E nós também...terça-feira, 30 de junho de 2015
2646 - AMOR À TODA PROVA
AMOR À TODA PROVA (CRAZY, STUPIDY,
LOVE, USA 2011) – Comédia dramática envolvendo vários
casais em situações de encontro e desencontro. Cal (Steve Carell, na distância perfeita entre o estar e o não estar) é deixado
pela esposa (Julianne Moore) e, perdido, tem a ajuda de um sedutor profissional
(Ryan Gosling), para recuperar uma certa alegria com o sexo oposto. A partir daí,
outras histórias se cruzam, sendo que a mais cativante delas é a corte do pré-adolescente
Robbie, filho de Cal, à quase mulher Jessica (Analeigh Tippton, com olhos lindos), que retrata
bem a torturante paixão juvenil, a que parece mais verdadeira de todas as que o
filme mostra.
2645 - NELSON 70
NELSON 70 (BRASIL, 2014) –
Documentário sobre os 70 anos de Nelson Motta, ressaltando sua grande
importância no cenário da música popular brasileiras nas últimas décadas.
Testemunha ocular e auricular dos principais movimentos musicais do país,
Nelson Motta é, antes de tudo, o protótipo do “gente-boa”, invenção nacional
que amalgama tudo de legal que uma pessoa pode ter em si e nos entrega com satisfação
máxima dos sentidos. O documentário acompanha as gravações de seus hits por um “cast”
mais novo, mas quem se destaca mesmo, nas novas versões, é o grande Ed Motta.
sábado, 27 de junho de 2015
2644 - MAGNÍFICA 70
MAGNÍFICA 70 (BRASIL, 2015) – A premissa
desta série da HBO é extremamente original: um censor de filmes, na época da
ditadura, se apaixona pelo cinema underground realizado na Boca do Lixo, região
paulistana de onde saíam aqueles filmes eróticos de quinta categoria que
abundavam (pun intended) nos anos 70, e se converte em diretor. Vicente (Marcos Winter), o censor, vai se
deixando contaminar pelo ambiente bas-fond dos sets improvisados, até se apaixonar
por Dora (Simone Spoladore, em ótima atuação) e ver sua vida transformada em
uma pornochanchada dentro de um thriller de terror. No entanto, o grande
destaque vai para Adriano Garib, como Manolo, ex-caminhoneiro que que comanda a
empresa de filmes pornô soft do título. A direção de arte faz um trabalho
primoroso.
2643 - O PROTETOR
O PROTETOR (THE EQUALIZER, USA 2014) – Na minha
opinião, Denzel Washington é um dos maiores atores do cinema contemporâneo. Ele
mostra, mais uma vez, que isso é totalmente verdadeiro neste thriller
sensacional. Embora o roteiro não seja lá muito original, Denzel consegue nos
fazer entrar na história de uma forma tão intensa, que a gente acaba se
esquecendo do botão “pause” do controle remoto. Aqui, ele é Robert McCall,
aparentemente um pacato funcionário de uma grande loja, que quer que seu passado
não reapareça. Mas quando conhece Teri (Chloë Grace Moretz), uma jovem que está
ligada a uma máfia russa de tráfico de mulheres e prostituição, ele retoma uma
rotina de justiça, usando suas habilidades específicas. Para dizer a verdade,
todo filme que trata de uma pessoa misteriosa que se vê obrigada a retomar seu
estilo de vida, em função de um acontecimento que provoca o desequilíbrio da
hibris grega, tem um apelo irresistível. A única coisa a lamentar é a Chloë não
ter mais tempo em cena – além de graciosa, tem talento e um magnetismo raro em
jovens atrizes.
2642 - VIAGEM DO MEDO
VIAGEM DO MEDO (AND SOON THE DARKNESS, USA 2010) – vamos, primeiramente,
aos aspectos positivos: boa fotografia, ressaltando paisagens campestres do
interior da Argentina, e a belíssima Amber Heard, um pouco antes da fama. Aspectos
negativos: roteiro paupérrimo, sem originalidade e totalmente previsível. Duvida?
Veja só: duas garotas bonitas vão para um lugarejo na Argentina, sozinhas, e lá
flanam, de um lado para o outro, de bicicleta e sempre com o mínimo de roupa. Claro
que uma delas ia ser raptada, e a outra a procuraria até encontrá-la, mesmo sem
o apoio da polícia local. Pois e´, VIAGEM DO MEDO é isso aí e pronto. Se você
está muito feliz e quiser perder duas horas de sua vida, só para ficar um
pouquinho deprimido, não perca a chance. Refilmagem de uma produção francesa de 1970.
2641 - MELHOR É IMPOSSÍVEL
MELHOR É IMPOSSÍVEL (AS GOOD AS IT
GETS, USA 1997) – O filme trata da misantropia de
Melvin (Jack Nicholson, a um passo do “overacting”) e da sua aproximação da
garçonete Carol (Helen Hunt, seca e sem a leveza necessária para o papel). Revendo
hoje, percebo que o grande destaque é Greg Kinnear, como Simon, vizinho gay de
Melvin e sempre alvo de suas implicâncias. Tendo que tomar conta do cãozinho de
Simon, Melvin começa um processo de humanização, digamos, que se completa com a
descoberta de sentimentos por Carol. Helen Hunt continua, a meu ver, uma atriz
sem grande empatia com o público – de fato, aqui, é difícil não lembrar da
Jamie de MAD ABOUT YOU, sempre dura com o marido amoroso Paul (Paul Reiser), além
de não ter qualquer química com Nicholson. Pior impossível. O filme acabou ficando
um pouco longo demais, no entanto, é sempre bom ver Jack Nicholson
interpretando mais um de seus tipos esquisitos, sempre muito parecidos com um
lado nosso que a gente costuma esconder.
terça-feira, 23 de junho de 2015
2640 - ISOLADOS
ISOLADOS (BRASIL, 2014) – Desta vez, o cinema brasileiro tentou fugir da mesmice
das comédias sem graça, com atores ruins e direção pífia. Resolveu partir para
um cinema “mais sério”, com este ISOLADOS, mas acabou repetindo o mesmo padrão
de incompetência. O roteiro fraco procura emular os thrillers de suspenses
americanos, usando as mesmas marcações dramáticas – um crime misterioso na
primeira sequência, um casal aparentemente inocente indo passar uns dias numa
casa no meio do mato, ruídos suspeitos no meio da noite, música incidental meio
óbvia. Para piorar, os protagonistas não ajudam: Bruno Gagliasso, limitadíssimo,
e Regiane Alves, perdida, como seu personagem. Só vale por registrar o último
trabalho em cinema de José Wilker, devidamente homenageado durante os créditos
finais.
segunda-feira, 22 de junho de 2015
2639 - PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO
PLANETA DOS MACACOS, O CONFRONTO (DAWN
OF THE PLANET OF THE APES, USA 2014) – Nenhum dos filmes recentes que
revisitam o universo do planeta dos macacos teve a carga dramática dos três
primeiros filmes das décadas de 60 e 70. Esta nova edição comprova isso: o
filme é ruim, o roteiro fraco e nem a presença de Gary Oldman salva a história.
Os CGIs, bem fraquinhos, estão muito aquém das expectativas dos fãs da série. O
único destaque é, de fato, a atuação de Andy Serkis, como o líder dos símios. No
entanto isso não é suficiente para manter a atenção até o fim – a ação se passa
num cenário com fotografia escura demais, justamente para esconder a
fragilidade do roteiro. No fim, temos de volta a visão maniqueísta deste futuro
distópico.
domingo, 21 de junho de 2015
2638 - MATOU A FAMÍLIA E FOI AO CINEMA
sábado, 20 de junho de 2015
2637 - BOA SORTE
BOA SORTE (BRASIL, 2014) – Primeiro longa
de Carolina Jabor. Com um roteiro facilmente previsível, o filme logo chama a
atenção pelos estereótipos que conhecemos numa clínica de reabilitação: personagens
com maneirismos exagerados, o enfermeiro corrupto, pais ausentes que querem se
livrar da culpa da internação dos filhos. O uso de remédios leva o adolescente
João (João Pedro Zappa) à clínica, onde conhece Judite (Deborah Secco, que ainda
não convence como atriz), que tem HIV. A partir daí, a história aponta para uma
pouco original “jornada de autodescoberta”, pontificada pelo surgimento do amor
entre os dois protagonistas. Há uma tentativa de mostrar uma metáfora de
“invisibilidade” dos “excluídos”, em função do preconceito com os que se perdem
(ou se acham) no universo das drogas e da depressão. O filme também peca ao se
estender além da cena em que João resgata o diário de Judite, na casa da avó
dela (Fernanda Montenegro, sem brilho e repetitiva). As boas questões que o
filme poderia levantar – relação ruim entre pais e filhos, uso e drogas
ilícitas, compra e venda de remédios sem receita, a precária realidades das
clínicas de reabilitação – se perdem no foco de um romance raso, com um desfecho
nada original e uma sequência final que derruba as possíveis boas intenções do roteiro.
terça-feira, 16 de junho de 2015
2636 - O JOGO DA IMITAÇÃO
O JOGO DA IMITAÇÃO (THE IMITATION GAME, USA/INGLATERRA 2014) – Após
estudar em Cambridge e Princeton, o matemático e prodígio Alan Turing (Benedict
Cumberbatch, soberbo, mas muito parecido com Sheldon) foi chamado para, junto com um grupo de criptógrafos,
decifrar um código nazista durante a II Grande Guerra. Ao chegar à instalação
militar secreta Bletchley Park, Turing, uma pessoa tão tímida quanto arrogante,
foi rechaçado pelos colegas, mas sua inteligência, aliada à prepotência, foi
decisiva para que seus chefes o colocassem na posição de líder. Assim, o
diretor Morten Tyldon descortina para o mundo a figura notável de Turing,
considerado o precursor da ciência da computação. Apesar do tom um pouco
didático demais (que, às vezes, compromete a carga dramática da história), O
JOGO DA IMITAÇÃO é um louvável produto daquela fornada anual de filmes
britânicos feitos sob encomenda para concorrer a prêmios e emocionar o
espectador até o seu último minuto de projeção, graças à magistral atuação de
Cumberbatch, juntamente com trabalho intenso da mesmerizante Keira Knightley, como Joan Clarke, a
pessoa que mais se aproximou do vasto universo interior de um homem tão
valorizado quanto desprezado pelas pessoas do seu tempo.
2635 - FRANKIE E JOHNNY
FRANKIE E JOHNNY (USA, 1991) – Este é um dos poucos filmes (o outro, coincidentemente, é JOHNNY E JUNE) que, na minha opinião, mostra a relação amorável como ela deve ser realmente, sem ênfase na dependência afetiva, ou na percepção do outro como remédio para o desamparo. E, claro, tem Al Pacino, ator que faz quase qualquer filme em que esteja obrigatório. Ele é Johnny, um ex - presidiário que arranja um emprego como cozinheiro no restaurante em que trabalha Frankie (Michelle Pfeiffer, tão linda como talentosa), uma garçonete cheia de traumas e reservas com o amor e seus desdobramentos. Claro que Johnny logo se apaixona por ela, mas Frankie o rejeita a princípio, descartando qualquer aproximação, sempre cética e arredia com namoros e envolvimentos. A partir daí, temos momentos inolvidáveis de Pacino e Pfeiffer, como quando ele, falando para ela do seu amor, diz: “Tudo que eu preciso está neste quarto...”. Outro momento marcante é ver como Michelle Pfeiffer pode ser tão encantadora apenas escovando os dentes. O gente-boa, Hector Eliozondo (de PRETTY WOMAN) está no elenco. O roteiro também aborda a vida das pessoas pobres e solitárias, sem glamour, numa Nova Iorque feita de vielas e sarjetas. É um filme delicado, para pessoas sensíveis e que, de uma forma ou de outra, perderam, em algum momento da vida, o caminho que leva ao amor.
segunda-feira, 15 de junho de 2015
2634 - CAPITÃO AMÉRICA: O SOLDADO INVERNAL
CAPITÃO AMÉRICA: O SOLDADO INVERNAL (CAPITAIN AMERICA: THE WINTER SOLDIER, USA 2014) – Há uma diretriz incontornável no universo cinematográfico, pelo menos, para mim: qualquer filme com Scarlett Johansson deve ser visto e revisto ad nauseam. É o caso deste CAPITÃO AMÉRICA, em que ela é, mais uma vez, a Viúva Negra, ou Natasha Romanoff. O filme, em si, não é lá essas coisas, com CGIs meio óbvios e, em alguns momentos, bem fraquinhos. Há tantos buracos no roteiro que, quando vemos o filme pela segunda vez, como foi o caso agora, percebe-se que é o tipo de história que não faz sentido, mesmo numa produção tapa-buraco entre dois AVENGERS. Ou seja, depois que todos os super-heróis se reúnem num mesmo filme, que sentido há num filme onde apenas um tem que lutar sozinho, sem a ajuda dos companheiros? O destaque dramático fica a cargo do sempre competente Samuel L. Jackson, como Nick Fury. O personagem de Robert Redford, Alexander Pierce, fica meio perdido na trama. Scarlett é, de fato, a única razão de ter revisto o filme.
domingo, 14 de junho de 2015
2633 - UMA NOITE ALUCINANTE 2
2632 - VIAGEM INSÓLITA
VIAGEM INSÓLITA (INNERSPACE, USA 1987) – Clássico
dos anos 80, VIAGEM INSÓLITA pega, em tom de comédia rasgada, carona no sensacional
VIAGEM FANTÁSTICA (1966), de Richard Fleischer, e entrega o que promete. Num ritmo
acelerado, a ação literalmente entra no nosso corpo, assim como a cápsula pilotada
por Dennis Quaid é injetada num insopitável Martin Short (no seu melhor papel em
todos os tempos), que passa a fugir dos vilões que querem roubar a fórmula do processo
reverso à miniaturização. Tudo bem no clima dos anos 80: personagens insólitos,
bandidos estereotipados, direção de Joe Dante e, claro, uma pletora de ombreiras.
Ah, e Meg Ryan começava a carreira, ainda sem ter deformado o rosto com Botox.
2631 - MAGIA AO LUAR
MAGIA AO LUAR (MAGIC IN THE MOONLIGHT, USA 2014) – Neste filme de Woody Allen, Colin Firth é um mágico, nos anos 30, que se dedica a desmascarar videntes e outras picaretagens do ramo. Até que conhece Sophie (Emma Stone), uma moça que diz prever o futuro. A princípio, disposto a pôr às claras o charlantanismo, ele vai se deixando seduzir pela cativante jovem, até abandonar o rigor e passar a acreditar nos fabulosos efeitos do otimismo, ao menos por alguns instantes. Woody Allen tenta colocar frente a frente a ciência moderna e a crença no além e tudo que envolve o ocultismo. Ele estabelece uma tensão entre uma visão materialista de mundo e a tendência (humana, vá lá) de acomodar suas alegrias e angústias nos mistérios do mundo espiritual. Os personagens de Firth e Stone representam estas visões pessimistas e otimistas da vida. De certa maneira, Allen encontra um jeito de costurar as questões materialistas e espirituais com a possibilidade do amor e a metáfora da mágica, o que torna esta comédia romântica muito mais profunda do que as produções similares. Ao término do filme, ficamos pensando, sim, se há realmente mágica no mundo e se a vida é mais do que nossos olhos podem vem.
2630 - MAD ABOUT YOU
quarta-feira, 10 de junho de 2015
2629 - TERAPIA DE RISCO
TERAPIA DE RISCO (SIDE EFFECTS, USA 2013) – Continuo admirador do cinema de Steven Soderbergh. No ótimo
TERAPIA DE RISCO, ele é um modelo de imparcialidade – todos os personagens
acabam, num momento ou em outro, revelando que a natureza humana nunca é 100%
sem jaça. Na história envolvente, Emily (Rooney Mara, razoável) é uma mulher
mergulhada numa depressão profunda. Orientada pelo doutor Banks (Jude Law, em
grande trabalho), toma um medicamento recém lançado no mercado e, finalmente,
reencontra a alegria, a empatia, a libido, embora com o efeito colateral do
sonambulismo. A euforia a leva a cometer um crime terrível. Aí, o diretor
mostra seu talento: de quem é a culpa? Dela? Da medicação? Do médico que a
receitou? Nos filmes de Soderbergh, o porquê mora em uma das múltiplas variações
do materialismo, que leva todos os personagens a uma confrontação sem meias
palavras: todos ganham e todos perdem, numa ciranda repleta de surpresas que vão
fascinar o espectador, muito mais que qualquer euforizante sintético.
terça-feira, 9 de junho de 2015
2628 - TRAÍDOS PELO DESTINO
TRAÍDOS PELO DESTINO (RESERVATION ROAD, USA 2007) – A vida de duas famílias muda drasticamente depois
que um acidente de trânsito causa a morte do filho de 10 anos de Ethan e Grace
(Joaquin Phoenix e Jennifer Connely). Mark Ruffalo é o advogado Dwight, o
motorista que mata a criança e depois foge, sem dar assistência. Como todos
moram numa cidade pequena, Ethan, sem, a princípio, desconfiar que Dwight é o
responsável por seu sofrimento, o procura para dar início à investigação e
encontrar o culpado. Daí o título meio óbvio em português. Mais uma vez, Joaquin
Phoenix comprova que é um dos maiores atores da atualidade, numa atuação
soberba como pai revoltado pela morte estúpida do filho. Ruffalo também está ótimo
como um homem atormentado pela culpa, enquanto procura aprofundar a sua relação
com o filho também de 10 anos. Excelente filme.
domingo, 7 de junho de 2015
2627 - A ILHA
A ILHA (THE ISLAND, USA 2005) – Ficção científica de ótimo nível, com uma história
não muito original (remete-nos a BLADE RUNNER), mas com bons efeitos visuais e,
claro, com Scarlett Johansson, mesmerizante. Lincoln e Jordan (Ewan McGregor e
Scarlett), confinados numa espécie de laboratório, descobrem que são clones
criados para suprir órgãos para os ricos. Diante disso, fogem e são perseguidos
pelos que não querem que este segredo seja revelado. O filme lida com uma ideia
que vem migrando progressivamente da ficção científica para a esfera do dia a
dia – o conceito do “pós-humano”. Esta fascinação com o poder da criação,
aquilo que se convencionou chamar de “brincar de Deus” já se fez presente nas
medonhas combinações entre humanos e animais de A ILHA DO DR. MOREAU, livro de
H.G. Wells, em 1896, e na separação dos organismos humanos em categorias
superiores e inferiores no ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, de Aldous Huxley, de 1932. O resultado
sempre foi catastrófico. De certa forma, é o que acontece em A ILHA. Contudo, aspecto
mais relevante do filme é, sem dúvida, a presença de Scarlett – como pode ser
tão linda?
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