A ILHA (THE ISLAND, USA 2005) – Ficção científica de ótimo nível, com uma história
não muito original (remete-nos a BLADE RUNNER), mas com bons efeitos visuais e,
claro, com Scarlett Johansson, mesmerizante. Lincoln e Jordan (Ewan McGregor e
Scarlett), confinados numa espécie de laboratório, descobrem que são clones
criados para suprir órgãos para os ricos. Diante disso, fogem e são perseguidos
pelos que não querem que este segredo seja revelado. O filme lida com uma ideia
que vem migrando progressivamente da ficção científica para a esfera do dia a
dia – o conceito do “pós-humano”. Esta fascinação com o poder da criação,
aquilo que se convencionou chamar de “brincar de Deus” já se fez presente nas
medonhas combinações entre humanos e animais de A ILHA DO DR. MOREAU, livro de
H.G. Wells, em 1896, e na separação dos organismos humanos em categorias
superiores e inferiores no ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, de Aldous Huxley, de 1932. O resultado
sempre foi catastrófico. De certa forma, é o que acontece em A ILHA. Contudo, aspecto
mais relevante do filme é, sem dúvida, a presença de Scarlett – como pode ser
tão linda?