Andreia Horta: a escolha perfeita para uma bela cantora
ELIS (BRASIL, 2016)–
Realizado de maneira quase burocrática, a cinebiografia de Elis Regina não traz
aquilo que a cantora sempre representou na sua carreira: emoção. Beirando o
didatismo biográfico, no pior sentido do termo, o diretor Hugo Prata perfila
shows e apresentações de TV, em que a cantora, supostamente, vai construindo
sua trajetória, mas o problema é que nada disso emociona quem assiste e,
sobretudo, quem conhece minimamente a vida – e a força dramática - de Elis
Regina. A narrativa linear é pobre, apressada e fria, como a cena da sua morte,
causada por uma mistura de álcool e cocaína. Por outro lado, há a vigorosa
performance, da belíssima Andreia Horta. Ela segura o personagem com talento,
procurando dar a ele a emoção que faltou ao roteiro. Embora seja muito mais
bonita que Elis, Andreia a traz para a tela de forma bem convincente,
especialmente nos números musicais, nos quais entrelaça sua voz com os
registros originais da cantora.