VELOZES & FURIOSOS 8
(THE FATE OF THE FURIOUS, USA 2017) – Esta franquia chega a sua
oitava edição confirmando uma premissa assustadora: é um filme sem roteiro e
sem atores, que se fia apenas na ousadia de cenas de perseguição de carros,
tiros e explosões, quase tudo feito à base de um CGI irregular. Apesar de
atrair algumas participações especiais (aqui, Charlize Theron e Helen Mirren),
tudo resulta numa produção de ritmo acelerado, beirando a neurose, com personagens
planos e sem qualquer carisma, ainda mais por serem “interpretados” por um
grupo sem qualquer talento dramático. Paul Walker era o único da turma que
exalava uma empatia quase automática da plateia. Mas sua morte, em 2013,
interrompeu a trajetória do único personagem que era o diferencial da série. Emulando
a atmosfera dos filmes de delinquência juvenil dos anos 50 e 60, o primeiro VELOZES
exaltava a cultura do “racha”, as corridas clandestinas com carros “tunados”. Depois,
os roteiristas resolveram transformar Vin Diesel e sua turma em super-heróis
improváveis, capazes de manobras automobilísticas humanamente impossíveis,
sempre entre muitas explosões e artilharia pesada. Enfim, cinema pobre (em
conteúdo), para uma audiência descerebrada que exige muito pouco em termos de
inteligência.