domingo, 11 de março de 2018

3050 - HOMEM-ARANHA: DE VOLTA AO LAR

     
Holland, desperdiçado
 
HOMEM-ARANHA – DE VOLTA AO LAR (SPIDER-MAN: HOMECOMING, USA 2017) – A Marvel tem tido como característica adotar uma abordagem mais realista – e, às vezes, cativante – da imperfeição humana de seus heróis. Aqui, Peter Parker (Tom Holland), ainda empolgado com sua aventura conjunta com os Vingadores, se vê às voltas com as agruras de um adolescente que tropeça nas suas impaciências e inseguranças, sequioso por ingressar no mundo adulto do qual sentiu apenas o gostinho. O diretor Jon Watts tomar liberdades com os quadrinhos que irritam até os fãs menos “hard” – afinal de contas, o uniforme “high-tech” dado a Parker por Tony Stark fica meio forçado no universo aracnídeo no qual a picada da aranha radiativa já explicava tudo, sem manual de instruções. Holland é um ator de talento – sua atuação em O IMPOSSÍVEL, já demonstrava isso – mas está exagerado aqui, certamente por culpa da direção e dos roteiristas que, é óbvio, buscaram inspiração em filmes debiloides de adolescentes e no clássico CURTINDO A VIDA ADOIDADO (1986). Porém, John Hughes e seu protagonista, o insopitável Ferris Bueller, estavam mais antenados com os rompimentos de paradigmas que campeavam na década de 80, o que deu a seu filme a leveza perene que o sustenta até hoje. Kundera que o diga. Este HOMEM-ARANHA tem uma tocada pop que soa tão artificial e malfeita quanto os CGIs de algumas cenas. Tudo isso compromete o filme e nos faz sentir saudades cada vez maiores de Tobey Maguire.