PELÉ: O
NASCIMENTO DE UMA LENDA (PELÉ: BIRTH OF A LEGEND, USA 2106) –
Imagine um filme ruim, mas muito ruim mesmo. Então, veja este aqui e
convença-se de que nada poderia ser pior. O longa, que pretende contar a história do jovem Edson Arantes do Nascimento, desde sua infância
pobre até a participação no primeiro título do Brasil na Copa do Mundo de 1958,
quando tinha apenas 17 anos, começa de forma alvissareira: Pelé ouve
transmissões de rádio que dizem o quanto a Seleção é fraca, desacreditada e que
não tem chances de vencer a partida decisiva contra a União Soviética. Um corte,
e ele se vê entrando no estádio, o número dez reluzindo às costas. Depois deste
chute inicial, o filme se perde num sucessão de clichês – favelas, samba, bares
toscos – que dão margem a personagens estereotipados (o jogador playboy, o
treinador rabugento, o rival marrento, o cartola ambicioso) e diálogos de
chorar. Apenas Seu Jorge aparece com talento num grupo horroroso de atores
perdidos num roteiro idem. E, cá para nós, não há nada mais esquisito do que personagens
brasileiríssimos falando inglês de modo artificial.