segunda-feira, 17 de setembro de 2018

3125 - O MONSTRO COM DUAS CABEÇAS

   
Grier e Milland, juntinhos...
 
O MONSTRO DE DUAS CABEÇAS (THE THING WITH TWO HEADS, USA, 1972) – Thrash dos thrashes, TTWTH é tudo aquilo que se poderia esperar de um filme demolidor de qualquer parâmetro de normalidade (seja isso o que for). Com um pé na comédia (talvez os dois) e a cabeça (ou duas) na paródia esquizofrênica da ficção científica, o filme elege o “nonsense” como norma geral, confiando na capacidade do espectador de expandir os limites razoáveis da “suspension of disbelief” e de mergulhar de cabeça (eu falei cabeça???) numa das mais divertidas produções da década de 70 e, possivelmente, de todos os tempos. Sim, porque, aparentemente, tudo foi feito muito a sério. O roteiro é um primor de doidice: um médico, branco e racista (o grande Ray Milland, inacreditavelmente escalado para o papel), com uma doença terminal, inventa uma técnica cirúrgica para transplantar a própria cabeça para um corpo são. No entanto, complicações inesperadas fazem sua equipe buscar um “doador” de qualquer maneira. Acabam colocando a cabeça do médico no corpo de um presidiário negro (Roosevelt Grier), com todo o “ physique du rôle” dos representantes do “blaxpoitation” movimento que caracterizou as produções que só escalavam atores negros para seus filmes, na década de 70. A partir daí, prepare-se: a história se transforma numa saudável montanha-russa de absurdos e de diálogos deliciosos, principalmente entre Milland e Grier. Ou seja, um filme ruim realizado de maneira magnífica! Ainda no elenco, Don Marshall, o co-piloto do Spindrift, em TERRA DE GIGANTES. Trashes of the trashes, the movie is everything you could expect from a devastating flick on any normality parameter (whatever it might be). With a foot in the comedy (maybe two) and one head (or two!) in a science fiction schizophrenic parody, the movie elects the nonsense as a general rule, trusting the spectator’s capacity to expand the reasonable boundaries suspension of disbelief and take the plunge into one of the most amusing productions of the 70’s and, possibly, of all time. Yes, because, apparently, everything was seriously made. The plot is the paramount of insanity: The head of a dying white bigot (Ray Milland) is transplanted onto the body of a black convict on death row (Rosey Grier). From this point on, the story becomes a healthy roller-coaster of absurd and funny dialogues between Milland and Grier. A bad movie made magnificently! Still in the cast, Don Marshall, the Spindrift’s copilot, in LAND OF GIANTS.