Coogan e Reilly, magníficos |
sábado, 29 de fevereiro de 2020
3410 - STAN & OLIE
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
3409 - SÉRGIO
Sérgio e Kofi Annan |
SERGIO (USA, 2009) – Este
documentário da HBO é sobre atentado feito pela Al Qaeda ao escritório da ONU
em Bagdá, em 2003, que matou 21 membros da equipe, incluindo Sérgio Vieira de Mello,
representante especial da ONU no Iraque do Secretário-Geral Kofi Annan. Carolina Larriera, noiva de Sérgio
na época, dá um testemunho emocionante sobre seu relacionamento e sua
devastadora dor quando ela perdeu o amor de sua vida. This HBO documentary tells the story
of the devastating Al Qaeda truck bombing of the United Nations compound in
Baghdad on Aug. 19, 2003, which killed 21 staff members, including Sergio
Vieira de Mello, the special representative in Iraq for Kofi Annan, then
secretary general of the United Nations. Carolina Larriera, Sérgio’s fiancée at
the time, gives an emotional statement about their relationship and the devastating
pain she felt when she lost the love of her life.
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020
3408 - A 13.a EMENDA
Na Netflix, imperdível |
A 13th EMENDA (USA, 2019) - O longa examina os estágios da construção histórica do preconceito e aponta como a formulação racista contribuiu para associar os negros ao mundo do crime e, por consequência, chancelar o aprisionamento deles nas cadeias cada vez em maior quantidade através de um processo de encarceramento em massa. A tese de engorda dos presídios embasa a referência, no título do filme, à 13ª emenda da Constituição norte-americana, por meio da qual ninguém pode ser submetido à escravidão ou ao trabalho forçado, “salvo como punição de um crime”. Instituída no apagar das luzes do século 19, após o sangrento conflito pelo fim do regime escravocrata, a medida teria sido manipulada para transformar o povo escravizado em trabalhadores servis a partir do enquadramento criminal — condição pela qual têm negada a plena cidadania. Não deveis perder este documentário. The movie has a close eye on the historical construction of prejudice and points to how the racist view contributed to associate black people to the crime world and, thus, allow their imprisonment in jails through mass incarceration. This jail overpopulation is related to the documentary title, the 13th Amendment of the American Constitution, according to which nobody can be submitted to slavery or forced labor. Measure taken in the late 19th century, after the bloody conflict to free slaves, it would have been manipulated to transform the slaved people into workers denied of their citizenship. Thou can not miss it!!!!
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
3407 - MATRIX RELOADED
Monica Bellucci, no (nosso) primeiro plano, sempre... |
MATRIX
RELOADED (USA, 2003) - Se, no primeiro filme, a história se referia à dicotomia realidade
e não realidade, em MR, o roteiro tem a ver com a possibilidade do livre
arbítrio e com a discussão sobre a necessidade do ser humano de conviver com a sua
própria imperfeição. É exatamente esta imperfeição que irrompe dentro do
processo de recriação da realidade – as imperfeições se impõem naturalmente, e
é isso que causa a “falha na Matrix”, que já tinha aparecido no primeiro filme.
Aliás, MR mantém o estilo das narrativas distópicas, apostando numa história
passada em um universo opressivo e totalitário, onde o indivíduo não tem
liberdade nem controle sobre si mesmo. Carrie-Anne Moss continua linda, porém a
entrada de Monica Bellucci, sempre estonteante em qualquer filme, é um elemento
disruptivo no nosso esforço de acompanhar a trama sem perder o foco. If, in the
previous movie, the plot referred to the dichotomy reality and no reality, in MR
the story has to do to the capacity for applying free-will and for the
discussion about the need to live with our imperfection. It is exactly this
imperfection that pops from the inside of the reality recreation process – the flaws
come naturally, and this is what causes the Matrix to fail. Moreover, MR keeps the
style of the dystopian narratives, pointing to a story passed in an oppressive
and totalitarian universe, in which the individual has no freedom or self-control.
Carrie-Anne Moss is still gorgeous, but Monica Bellucci, always stunning in any
movie she is in, is a disruptive element to prevent us from keeping the focus
on the plot.
domingo, 23 de fevereiro de 2020
3406 - MATRIX
Trinity, Neo & Morpheus |
MATRIX (USA, 1999) – Versão moderna do Mito da Caverna, de Platão, o filme mostra um mundo controlado pelas máquinas, os humanos vivendo em casulos num estado de sono profundo, usados como baterias, para fornecer energia para os autômatos. Os poucos que conseguiam escapar dali formam uma rebelião, constantemente combatida pelas máquinas. Seu líder é Morpheus (Laurence Fishburne), seu braço direito, Trinity (Carrie-Anne Moss, mais bonita impossível) e "O escolhido”, que poderia salvá-los daquela realidade sem perspectivas, é o hacker conhecido como Neo (Keanu Reeves). Tudo funciona nesta história mais que atual – afinal, MATRIX pode ser considerado um filme sobre fake news e a nossa incapacidade de enxergar a realidade mais próxima do que ela é de fato. E isso incomoda. É como numa cena em que Neo reclama que seus olhos ardem. “É porque você nunca os usou”, responde Morpheus. Um clássico! Modern version of Plato’s Cave Myth, the movie displays a world controlled by machines, the humans living in cocoons in a state of deep sleep, used as batteries to supply energy to the automata. The few who managed to escape formed a rebellion constantly repressed by the machines. Morpheus (Laurence Fishburne) is the leader; his chief assistant, Trinity (Carrie-Anne Moss, intolerably beautiful) and “the one”, the man who could save them all, is the hacker known as Neo (Keanu Reeves, outstanding). Everything is perfectly contemporary in this story – after all, MATRIX could be considered a movie about fake news and about our lack of ability to see reality as it is. In addition, this is disturbing. In a scene, Neo complains that his eyes hurt. “That’s because you have never used them”, answers Morpheus. A classic!
domingo, 16 de fevereiro de 2020
3405 - VIOLETAS SÃO AZUIS
Kline e Spacek, ingênuos... |
AS VIOLETAS SÃO AZUIS (VIOLETS ARE
BLUE, USA, 1986) – É uma história que envolve
fotografia, portanto, me interessa a priori. Gussie (Sissy Spacek) é uma fotógrafa
famosa que volta à sua cidade natal para rever os pais e, principalmente, seu
ex-namorado, Henry (Kevin Kline), na esperança de resgatar o passado. A história
é bem simples e consonante com certa ingenuidade dos anos 80, mas funciona para
os corações apaixonados. It is a
story that encompasses photography, thus, it is an interest of mine. Gussie (Sissy
Spacek) is a famous photographer who returns to her hometown in order to visit
her parents and, mainly, to meet her ex-boyfriend, Henry (Kevin Kline), hoping
to rescue their past. It is a very simple and naïve story, in conformity with
the 1980’s, but it works for those who are in love or will be, one day.
sábado, 15 de fevereiro de 2020
3404 - JOJO RABBIT
Scarlett, sempre... |
JOJO RABBIT (Nova Zelândia, República
Tcheca, USA, 2019) – Não bastasse
a presença de Scarlett, o que torna tudo referente a ela uma obrigação e um
prazer, o filme do neozelandês Taika
Waititi é primoroso, em todos os sentidos. Na sua ousada – e bem-sucedida -
combinação de comédia e Holocausto, o filme tem uma proposta escrachada que, no
fim, acaba sendo bem mais impactante do que o drama. Há muito ali da perda da
inocência, da incapacidade de entender as perdas (nem eu as entendo, putz!) e do
horror nazista exposto saudavelmente ao ridículo. O filmaço de Waititi também é,
sobretudo, uma rara oportunidade de sentir que, se a verdade é a primeira coisa
que morre numa guerra, a esperança, inexoravelmente, pode ser a única que nos
pode restar com vida. It is not enough to say that any movie Scarlett is
in is an obligation and a pleasure – Taika Waititi’s JOJO RABBIT is an exquisite
gold chalice, in all senses. In his bound and successful combination of comedy
and Holocaust, the movie has a cracked proposal that, in the end, turns out to
be much more shocking than drama. There is a lot of loss of innocence, of the inability
of understanding losses (I do not understand them myself, gosh!), of the Nazi
horror healthily subjected to scorn. Waititi’s movie is, moreover, a rare
opportunity to feel that, if truth is the first thing to die in a war, hope,
inexorably, maybe the last to survive.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
3403 - KIRK DOUGLAS
Kirk Douglas (1916 - 2020) |
KIRK DOUGLAS – Um dos últimos gigantes
do cinema mundial, morreu ontem, depois de 103 anos de vida. Além de ter sido
um excelentíssimo ator, foi ele quem lutou para que o roteirista comunista
Dalton Trumbo voltasse a trabalhar depois de ter sido perseguido e preso pelo
Comitê de Atividades Antiamericanas (veja o excelente TRUMBO: LISTA NEGRA, com
o ótimo Bryan Cranston), na esteira da patrulha anticomunista do Macarthismo. Por
esta posição humanista a favor da justiça e dos direitos humanos, Kirk Douglas já
mereceria toda a admiração. Mas, além disso, ele também fez ótimos filmes, como
SPARTACUS e LUST FOR LIFE, no qual interpretava Van Gogh. One of the last giants of the cinema died yesterday,
after 103 years of life. Besides being a great actor, he fought for the communist
screenwriter Dalton Trumbo came back to work after being persecuted and
arrested by the Anti-American Activities Committee (see the excellent TRUMBO,
with the magnificent Bryan Cranston), as a result of McCarthyism. For this
humanitarian position in favor of justice and human rights, Kirk Douglas would deserve
recognition and admiration. Moreover, he also starred great movies (SPARTACUS
and LUST FOR LIFE, in which he played Van Gogh).
3402 - MA
Octavia Spencer numa má produção |
1 MA (USA, 2019) – Octavia Spencer é uma boa atriz,
com ótimos trabalhos no currículo. No entanto, ela podia ter evitado este filme
ruim, no qual ela interpreta uma mulher que se aproxima de um grupo de
adolescentes e começa a fazer algumas maldades, até um desfecho previsível. O roteiro
gira em torno das consquências do bullying nas escolas, porém poderia ter sido
melhor desenvolvido. Octavia Spencer is a good actress and
has had great works in her career. Notwithstanding, she could have avoided this
lousy movie, in which she plays the role of a woman who gets close to a group of
teenagers and starts doing evil until a predictable end. The plot is about the
consequences of bullying at schools. However, it could have been more developed.
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020
3401 - O ZOOLÓGICO DE VARSÓVIA
Johan Heldenbergh e Jessica Chastain |
O ZOOLÓGICO DE VARSÓRVIA (THE ZOOKEEPER’S
WIFE, UK, USA, 2017) – Mais
um bela – e trágica – história sobre a II Guerra: um casal (Johan Heldenbergh e
Jessica Chastain), dono de um zoológico em Varsóvia, ajuda centenas de pessoas
e animais durante a invasão alemã. O filme é belo porque mostra que o ser
humano pode ser solidário durante períodos mais dramáticos e trágico exatamente
por mostrar que estes períodos podem existir. Jessica Chastain, mais uma vez, mostra
que é um imenso talento espalhado numa das mais belas formas femininas do
cinema contemporâneo. A direção de Niki Caro é meio pesada em alguns momentos
do filme, mas, no fim, temos um emocionante relato sobre um dos momentos mais dramáticos
da história. Another beautiful and tragic story about WWII: a couple (Johan
Heldenbergh and Jessica Chastain) owns a zoo in Warsaw and helps hundreds of
people and animals during the German invasion of Polland. The movie is beautiful
because it shows that the human being may be supportive during the most dramatic periods
of mankind, and tragic for showing that these periods may exist. Jessica Chastain,
once more, displays her huge talent, which is spread inside one of the most
perfect forms of the contemporary cinema. Niki Caro’s direction is a little bit
heavy in some moments but, in the end, we
get a touching account about one of the most dramatic moments in History.
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
3400 - PARASITA
Atrás do wi-fi grátis |
PARASITA
(GISAENGCHUNG, Coreia do Sul, 2019) – Vencedor do Festival de
Cannes de 2019, o sensacional filme do diretor Joon-ho Bong é um retrato fiel dos
efeitos do Pós-Liberalismo nas sociedades globais. Duas famílias – uma muito pobre,
vivendo praticamente no subterrâneo da parte mais carente de Seul; e outra,
rica, supostamente sofisticada, se deliciando em uma casa modernosa de um
bairro impecavelmente limpo da mesma cidade. A metáfora do parasita é mais que
evidente: o grupo pobre vai, literalmente, se alimentar do rico. Mas não é só
isso. Gradativamente, o filme vai mudando de tessitura, os acontecimentos inesperados
inundam (sim, há chuva, muita chuva), os personagens se transformam e tudo toma
um novo rumo assustador, surpreendendo que está do outro lado da tela. A fluidez
de PARASITA, com todos os seus contornos imagéticos magistralmente filmados, é tão
inebriante que nos leva ao êxtase proporcionado pela arte, assim como nos obriga
a refletir profundamente se é esse mesmo o mundo que desejamos para nós. Best Motion Picture
Awards in Cannes/2019, Joon-ho Bong’s outstanding movie is an actual portrait
of the Post-Liberalism in the world. Two families – a very poor one, literally
living in the Seoul underground; and a rich one, supposedly sophisticated,
having the best time in an impeccably clean neighborhood in the same city. The parasite
metaphor is more than evident: the poor group will feed on the rich one. But it
is not just that. Gradually, the movie changes its tessiture, unexpected facts flood
the story (yes, there is rain, a lot of rain), the characters are not the same
anymore, and everything follows a creepy route, taking everyone by surprise. The
fluidity of PARASITE, with all its imagistic contours, masterfully filmed, is so
inebriant that it takes us to the ecstasy caused by arts as well as obliges us to think
whether this is the world we want to live in or not.
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