quarta-feira, 14 de setembro de 2022

4136 - JEAN-LUC GODARD (1930 - 2022)


 JEAN-LUC GODARD – Ontem, aos 91 anos, encerrou-se uma era, não apenas de uma certa tradição do cinema de autor, mas também como um veículo de extravasamento existencial e tradução histórica. Godard também foi responsável por uma abordagem diretorial cuja característica mais marcante era a exploração profunda do som e da imagem, inserindo na sua narrativa os famosos jump-cuts, cortes na edição do filme removendo parte de uma tomada, gerando dois planos e uma transição bruscas entre eles (vejam isso em ACOSSADO, na sequência em que Jean Seberg conversa com Belmondo num carro conversível). Godard redefiniu nosso entendimento do cinema como uma forma de arte e prática cultural, transformando a forma como nos vemos no mundo. Um gênio capaz de transformar produções de baixo orçamento em clássicos eternos e, sobretudo, inesquecíveis. Yesterday, at 91, marked the end of na era, not only of a certain modernist tradition of auteur cinema, but also of a cinema as a primary vehicle for existential release and historical translation. Godard is also responsible for a directorial approach whose most striking characteristic is the deep exploitation of sound and image, inserting in his screen narratives the famous jump-cuts, edition cuts that remove part of a take, generating two movie planes and a sudden transition between them (check BREATHLESS, in the sequence of Jean Seberg and Belmondo in a convertible). Godard redefined our understanding of cinema as an art form and cultural practice, transforming the way we see ourselves in the world. A genius who was able to trasnform low-budget productions into eternal and, above all, unforgettable classics.