A NOITE (LA NOTTE, Itália, 1961) – Esse filme de Michelangelo Antonioni, com Marcello Mastroianni e Jeane Moreau, mostra a deterioração do relacionamento de um casal, como metáfora de sua própria desilusão com a realidade política do pós-guerra. A mise-en-scène de Antonioni se orienta por uma ruptura com o formalismo narrativo mais tradicional, e isso tem direta influência na concepção estética inovadora e, de certo modo, traumática. No filme, o casal fragilizado pela vida moderna caminha a passos largo para a indiferença quase inevitável, só evitada pela percepção de laivos de um amor indestrutível. O filme se presta para uma reflexão profunda da dinâmica amorosa e da percepção quase perdida do outro como objeto afetivo. Antonioni é um gênio. Atenção para a cena na qual aparece Umberto Eco. Antonioni’s movie, with Marcello Mastroianni e Jeane Moreau, displays the deterioration of a couple’s relationship as a metaphor for his (Antonioni’s) own disillusion with the post-war political situation. Antonioni’s mise-en-scène points to a rupture with the narrative formalism and, in a way, traumatic. In the movie, a couple weakened by modern life goes straight to an almost inevitable indifference that could only be avoided by the perception of threads of indestructible love. The movie is a deep speculation about the loving dynamic and about the almost lost perception of the other as their love object. Antonioni rules. Attention to the scene in which Umberto Eco can be seen. TC Cult.