AURA (EL AURA, Argentina, 2005) – Ricardo Darín é obrigatório. Ele é Espinoza, um tímido taxidermista epilético, desiludido com a vida, até viajar para a Patagônia e acidentalmente matar um homem e assumir os planos deste para um assalto a banco. A atmosfera noir e a (sempre) excepcional atuação de Darín são o ponto alto do filme. De fato, seu personagem lembra um pouco o herói perdedor de Camus, Meursault, na banalidade de sua vida sem sentido, até a ocorrência de um crime – o desfecho do filme parece apontar para essa direção do absurdo da vida. O roteiro perpassa a questão aristotélica problematizada por Locke: as pessoas continuam sendo as mesmas, depois de algum fato determinantemente disruptivo alterar a natureza estática de suas vidas? Ricardo Darín is mandatory. He is Spinoza, a shy epileptic taxidermist, disillusioned with life, until he travels to Patagonia and accidentally kills a man and takes over his plans for a bank robbery. The noir atmosphere and Darín's (always) exceptional performance are the highlight of the film. In fact, his character is somewhat reminiscent of Camus's loser hero, Meursault, in the banality of his meaningless life, until the occurrence of a crime – the film's outcome seems to point to this direction of the absurdity of existence. The script goes through the Aristotelian question problematized by Locke: do people continue to be the same, after some determinately disruptive fact alters the static nature of their lives?