(LOST IN TRANSLATION, USA 2003) - Adoro este filme escrito e dirigido por Sofia Coppola, por vários motivos: a história é original, sem lugares-comuns, e propõe questões interessantes sobre a solidão cósmica de que falava Ortega y Gasset, aquela que não pode ser comunicada em palavras que se perdem na tradução, como indica o título em inglês, muito mais apropriado ao enredo. Claro, há também Scarlet Johansson, linda e solitária num hotel em Tóquio, deixada de lado pelo marido que só pensa em trabalhar (Giovanni Ribisi, que fazia o irmão meio doido de Phoebe, em FRIENDS). E há Bill Murray, um dos maiores atores de todos os tempos, naquele seu jeito quase sem palavras, exercitando muito mais o olhar e os trejeitos de corpo, para transmitir as conclusões que tirou sobre sua vida solitária. LOST IN TRANSLATION é um filme que nos faz entender que todos somos solitários, do primeiro ao último dia da vida, e que negar isso só pode nos fazer ainda mais infelizes. Ah, não perca as cenas em que Scarlett aparece de shortinho, no quarto do hotel. Além de tudo, ela tem pés lindos... uma coisa!