OKJA (USA, COREA, 2017) - Mikha (a encantadora Seo-Hyun Ahn) era bebê, Okja era um
filhote, e as duas cresceram juntas. Depois de 10 anos, Okja pesa bem umas
quatro toneladas de doçura e lealdade. Só que a criatura em questão é um um
superporco – uma linhagem nascida da modificação genética que se desenvolve nos
laboratórios sinistros (medonhos, na verdade) da Mirando, uma gigante do setor
agropecuário, algo assim como uma JBS, para um paralelo mais preciso. Okja e
outros 25 filhotes de superporco foram distribuídos entre fazendeiros de 26
diferentes países. Passada uma década, a Mirando quer retomar os animais para
seus propósitos. Mikha não se conforma e parte atrás de Okja, numa sequência de
situações na qual o diretor coreano Joon-Ho Bong (do ótimo O HOSPEDEIRO e EXPRESSO
DO AMANHÃ) intensifica a crítica à voracidade do capitalismo, à despreocupação
ambiental, aos maus tratos com os animais, assuntos indigestos que são
magistralmente abordados num filme de primeira linha, mostrando excelência em
tudo, principalmente nos efeitos visuais que beiram a perfeição.