Mulher Maravilha: faltou roteiro |
MULHER MARAVILHA
(WONDER WOMAN, USA 2017) – Confesso que me custa entender tanta crítica positiva sobre o
filme que, cá para nós, não é essa maravilha toda que falam. Há falhas graves
no roteiro, mas o que mais incomoda é a tentativa de catequisar o público com
uma mensagem pacifista, enquanto celebra, hipocritamente, a violência heroica
da protagonista. Quantas pessoas a Mulher Maravilha mata para livrar o mundo do
extermínio causado pela guerra? Para piorar, os CGIs são pobres, dando quase
sempre a impressão de que estamos no meio de algum cenário do Playstation ou de
GOD OF WAR. Os bandidos são tão estereotipados quanto os mocinhos, e o vilão
principal, parecendo egresso de uma capa de disco de alguma banda de heavy metal
dos anos 80, é resultado de um CGI tão ruim que chega a doer. Infelizmente, o
cinema “mainstream” de Hollywood parece ter se tornado cada vez mais impreciso,
principalmente quando quer explorar à exaustão um filão tão lucrativo quanto este
dos super-heróis.