INFERNO (INFERNO, USA 2016) –
Sem o impulso da polêmica de O CÓDIGO DA VINCI, esta obra de Dan Brown adaptada
para o cinema, traz, de novo, Tom Hanks, como o simbologista/detetive Robert Langdon, que tem
uma conspiração pela frente para desvendar. A aventura intermediária anterior,
ANJOS E DEMÔNIOS, não causou qualquer reboliço. Desta forma, esperava-se que
INFERNO repetisse o sucesso (meio relativo, vá la) do primeiro filme. Só que
não foi assim. O roteiro agora envolve uma ameaça biológica, tema bem afeito à
paranoia atual em relação à segurança. Envolve,
também, códigos cifrados cheios de referências religiosas e medievais
(especificamente ao Inferno, a primeira seção da Divina Comédia do
poeta florentino Dante Alighieri, morto em 1321), porque se não fosse assim
Langdon não teria o que fazer no meio dessa história toda. Sim, porque tirante
estas referências histórico-literárias, Jason Bourne poderia muito bem ser o
protagonista, já que perseguições e belíssimas locações pela Europa é que não
faltam. A direção do competente Ron Howard derrapa ao dar instruções quase
didáticas sobre a trama. No elenco, a graciosa Felicity Jones acompanha Hanks
por quase todo o périplo, Omar Sy meio sem jeito na pele de um policial e o
sempre competente Ben Foster. Falta ao filme uma necessária tensão dramática. É
totalmente dispensável o desfecho que, por sinal, não é o mesmo do livro.