quarta-feira, 30 de abril de 2008

330 - NA PONTA DOS PÉS

na pontas dos pés (tiptoes, usa 2003) – de Matthew Bright. Eis um bom exemplo de uma ótima idéia prejudicada por um roteiro pífio e sem imaginação. Jovem casal, Steven (Matthew McConaughey, 04 de novembro de 1969) e Carol (Kate Beckinsale, 26 de julho de 1973), prestes a ter um filho, entram em crise quando ela descobre que a família do namorado, à exceção dele, é toda composta de anões. Carol descobre o segredo de Steven quando recebe a visita inesperada do irmão dele, Rolfe, maravilhosamente interpretado por Gary Oldman, numa caracterização tão perfeita que a gente chega a acreditar mesmo que ele é um anão. Além disso, não há como ficar indiferente à beleza de Kate Beckinsale. É, de fato, um dos rostos mais belos do cinema contemporâneo. E ainda é boa atriz, a danada. Voltando ao filme: o roteiro não dá uma solução satisfatória e o filme termina sem sentido. Mesmo assim, vale para ver Oldman e Kate e pela exposição de uma das fraquezas humanas mais dissimuladas – o preconceito. A destacar, também, o visual hippie de Patricia Arquette e suas lindas pernas.

329 - LADRÕES DE DIAMANTES

ladrões de diamantes (after sunset, usa 2004) – duas belas paisagens: as praias do Caribe e Salma Hayek. Além disso, dois grandes atores: Pierce Brosnan e Woody Harrelson. Mistura-se tudo. O resultado: um filme ruim. Brosnan e Hayek são dois ladrões de diamantes que se aposentam e vão curtir a vida sob o sol do Caribe, quando recebem a visita de um agente do FBI, personagem de Woody Harrelson. Ele acredita que os dois pretendem roubar um diamante raro que, estupidamente, diga-se, está em exposição num transatlântico coincidentemente ancorado ali perto. O filme promete mais do que realmente oferece. Dá para ver, mas a gente fica mais impressionado mesmo é com as curvas de Salma Hayek do que com a história em si.

328 - O ÚLTIMO PORTAL

o último portal (the ninth gate, usa 1999) – de Roman Polanski. Johnny Depp (09 de junho de 1963) é um rastreador de livros raros que, contratado por um rico colecionador (Frank Langella, 01 de janeiro de 1940), vai à Europa investigar a autenticidade de um livro supostamente escrito pelo demônio. O filme começa bem, mas descamba para uma profusão de efeitos especiais que esvaziam a trama. Depp parece à vontade em mais um personagem esquisitão, misterioso, meio à margem da sociedade, cuja solidão só é interrompida pela bebida e pelo cigarro. Lena Olin tem um personagem sem consistência e muito estereotipado – mulher fatal que casou com um milionário por interesse. Falando em mulher fatal, a senhora Polanski, Emmanuelle Sieger, aparece em um papel também sem sentido, como uma mulher misteriosa que ajuda o personagem de Depp no seu périplo na Europa.

327 - RECORDAÇÕES

recordações (wrestling ernest hemingway, usa) – cada vez que assisto a este filme, eu me emociono com Richard Harris. Destaca-se, também, a memorável atuação de Robert Duvall, numa história linda sobre a solidão e a amizade. E ainda tem Shirley McLaine numa atuação contida, mas extremamente marcante, especialmente na sua relação com o personagem de Harris, um velhinho solitário que fica feliz ao receber, de presente de aniversário, um simples boné, do filho que nunca vem vê-lo. Ele é agitado, chegado à bebida e mulherengo, exatamente o oposto do personagem de Duvall, um barbeiro cubano aposentado, cuja maior distração é comer um sanduíche de bacon na lanchonete onde trabalha Elaine (Sandra Bullock).

326 - WALLACE E GROMIT

wallace e gromit (wallace & gromit – the curse of the were-rabbit, usa 2005) - criados por Nick Park, fundador da produtora Aardman, e maior mestre em atividade da animação em massinha, Wallace e Gromit e seus companheiros de história (como a chilreante Lady Campânula Tottington, que tem a voz de Helena Bonham-Carter, ou o pomposo Victor Quartermaine, interpretado por Ralph Fiennes) podem parecer ingleses demais para as platéias oversea. Mas Park provou, numa empreitada anterior, que ser muito especifico é antes uma virtude do que uma fraqueza: é dele A Fuga das Galinhas, outra ode ao provincialismo britânico que se tornou um sucesso mundial.

324 - ESPANGLÊS

espanglês (splanglish, usa 2004) – inesperada e bem-vinda crítica social ao american way of life, estrelada por Adam Sandler e Téa Leoni (25 de fevereiro de 1966), tomando por base as diferenças culturais e lingüísticas advindas do relacionamento entre uma mulher mexicana e uma típica família de classe média americana. Esta mulher mexicana é a belíssima Paz Vega, que fez Lúcia e o Sexo, filme de Julio Medem, de 2001. ao vir tentar a vida nos EUA com a filha, Flor (Paz) vai trabalhar na casa de uma mulher insegura (Téa Leoni), seu marido (Sandler) e sua mãe (Cloris Leachman, 30 de abril de 1926). Cloris fez, durante cinco anos (1970-1975), a Phyllis Lyndstrom de Mary Tyler Moore, um dos melhores sitcoms da TV americana de todos os tempos, cujo produtor executivo é o diretor deste filme, James L. Brooks, também diretor de Melhor é Impossível 91997). Splanglish é um filme inesperado dentro da cultura cinematográfica americana, pois enfoca o conflito cultural entre latinos e americanos de uma forma crítica (em relação aos americanos) e sem a pieguice ou a padronização prototípica com que os “hermanos” geralmente aparecem nos filmes.

323 - SPAWN

spawn (spawn, usa 1997) – adaptação de história em quadrinhos cult que é desconhecida por mim e, por isso, não tenho condições de avaliar se a transposição foi bem feita ou não. A crítica considerou o filme graficamente muito próximo à versão dos quadrinhos e, de fato, há momento muito bons, especialmente na caracterização do Palhaço, vivido excepcionalmente pelo colombiano John Leguizamo (22 de julho de 1964). Seu personagem mistura uma amoralidade perversa que vai da violência à cropofilia.

322 - BLADE TRINITY

blade trinity (blade trinity, usa 2004) – gosto de vampiros, nunca escondi esta faceta, digamos, vampírica, de minha personalidade. Por isso, me ponho a ver todo e qualquer filme de vampiros que me caiam na tela da televisão. Já havia visto alguma coisa deste Blade, com Wesley Snipes, mas sem grande entusiasmo, confesso. O personagem é dos quadrinhos da Marvel. Este Blade Trinity não é bom. O fiapo de roteiro sugere que Blade (Wesley Snipes), um caçador de vampiros, sendo ele próprio, metade vampiro e metade humano, agora é cooptado pelo FBI para prender o não menos famoso Drácula, desenterrado por uma turma de vampiros de segundo escalão. Talvez a culpa seja mesmo do cineasta mexicano Guillermo Del Toro, que fez um Blade 2 muito melhor. A direção aqui ficou a cargo de David S. Goyer, que foi roteirista dos filmes anteriores da série. Tiroteios e artes marciais se misturam nesta história que não prende a atenção do fã mais ardoroso. Falta sangue, entende? Mas, claro, tem Jessica Biel.

321 - VINICIUS

vinicius (brasil, 2005) – de Miguel Faria Jr. Confesso que esperava mais deste documentário sobre o poeta, embora haja algumas surpresas agradáveis, como os depoimentos do próprio Vinicius (bêbado, em alguns deles) e de seus amigos Toquinho, Ferreira Gullar, Chico Buarque, Carlos Lyra, Edu Lobo e outros. Vale a pena esperar por um trecho que é passado no meio dos créditos finais, no qual vemos Chico contar uma passagem hilariante da vida de Vinicius. Os pontos baixos são: o pseudo-espectáculo que costura o documentário com os desenxabidos Ricardo Blat e Camila Morgado. Os dois são a parte fraca do documentário que confirma, através dos testemunhos, que Vinicius era aquilo mesmo que está no imaginário de todos: um sujeito de bem com a vida, apaixonado e apaixonante, que foi gradativamente se tornando mais jovem à medida em que envelhecia. Não há surpresas – apenas a constatação de que o poeta foi mesmo uma figura singular na vida cultural brasileira, que encarnou como poucos o lirismo e a sabedoria dos próprios versos.

320 - GRANDE HOTEL

grande hotel (grand hotel, usa 1932) – de Edmund Goulding. O hotel do título pode não ter mais que quatro estrelas, mas o mesmo não se pode dizer da sua lista de hóspedes: Greta Garbo, John Barrymore, Joan Crawford e Lionel Barrymore, alguns dos maiores astros da época, atuando num filme que considero muito charmoso, não tanto pela história, mas, sobretudo, pelo encontro de atores que se tornaram mitos do cinema. O filme é uma homenagem à art déco, movimento nas artes decorativas que surgiu na década de 20 e dominou a década seguinte, inspirado no Cubismo e nos preceitos da nova arquitetura, buscando equilíbrio nos volumes e certa singeleza linear. A história retrata os anos de Depressão nos EUA através do ponto de vista das estrelas que ocupam os quartos do Grande Hotel em Berlim, lugar, à época, de efervescência cultural. Ficou muito marcado por ser o filme no qual Garbo diz “I want to be alone.”

terça-feira, 29 de abril de 2008

319 - KRAMER X KRAMER

kramer X kramer (kramer X kramer, usa, 1979) – lembro exatamente quando vi este filme pela primeira vez: 17 de maio de 1980, no Cinema São José, em circunstâncias mais que conhecidas pela História. Não foi à toa que Dustin Hoffman ganhou seu primeiro Oscar por este filme. É um grandíssimo ator! Está perfeito com o marido cuja esposa (Meryl Streep) abandona o lar e que tem que aprender a criar o filho de cinco anos. A complicação é quando a mãe volta e quer recuperar a custódia da criança. Gosto muito do personagem de Meryl Streep e da sua manifesta insegurança em relação ao filho, além da insatisfação com o casamento. É um dos primeiros papéis dela no cinema. Papel, aliás, que tinha sido primeiramente oferecido a Jane Fonda e a Kate Jackson – a Sabrina de As Panteras. Justin Henry está admirável como o filho dividido entre a saudade da mãe e o amor intenso pelo pai. Sua carreira posterior, no entanto, como acontece com a maioria dos atores mirins, não teve grande sucesso.

318 - ACONTECEU NUM APARTAMENTO

aconteceu num apartamento (the notorious landlady, eua 1962) – de Richard Quine. Comédia policial com Jack Lemmon e Kim Novak, em preto e branco, passada em Londres e com o auxílio luxuoso de ninguém menos do que Fred Astaire. Lemmon (08 de fevereiro de 1925 – 27 de junho de 2001) é um diplomata que aluga um apartamento de uma bela viúva (Novak, 13 de fevereiro de 1933), apontada como responsável pelo assassinato do marido. Há uma clara alusão aos filmes de Hitchcock em várias cenas. A do churrasco nos remete a Janela Indiscreta, a do chuveiro a Psicose e a do telefonema a Disque M para Matar. Curiosidade em preto e branco, especialmente para os fãs de Novak. Vale para ver o timing de comédia de Lemmon. O adjetivo no título em inglês já dá uma pista sutil da trama.

317 - A VILA

a vila (the village, usa 2004) – de M. Night Shyamalan que, desde o maravilhoso Sexto Sentido, tem tentado se superar. É o caso de quem começou com uma obra de excelência e que dá a sensação de estar sempre tentando fazer alguma coisa que lembre o sucesso inicial do filme com Bruce Willis. Difícil, não? Pois é, o cara continua tentando, tanto que A Vila foi anunciado como um filme excepcional, mas não passa de um bom, e até original, thriller. Estamos numa Pensilvânia tranqüila e rural nos fins do século XIX, e a aldeia não tem mais do que algumas dezenas de moradores. Ainda assim, eles vivem em permanente estado de alerta laranja: a floresta que delimita os contornos do seu vale próspero e ordeiro (uma espécie de Shangri-lá?) é dominada por criaturas tão terríveis que os habitantes da vila se referem a eles como “aqueles de quem não falamos”. O combinado é que ninguém deve passar pela floresta e chegar à civilização, seja ela qual for (parece uma alegoria da história de Chapeuzinho Vermelho – os personagens até usam uma vestimenta com capuz ao se aventurarem na floresta). O personagem de Joaquim Phoenix não parece disposto a obedecer a esse dogma, quebrando a trégua que terá desdobramentos misteriosos e surpreendentes. Bem, pelo menos é o que pretende o diretor, mas sem muito sucesso. Ele próprio parece ter embarcado numa espécie de egotrip sem volta, pois a publicidade de A Vila gira em torno apenas de seu nome, esquecendo o elenco de excelentes atores: William Hurt, Sigourney Weaver e Adrien Brody, entre outros. É isso que se percebe ao vê-los se comportando como se numa versão amadora de A Testemunha, falando com muitas pausas e vocabulário antiquado, como se fossem os Hamish do filme de Peter Weir. A Vila funciona como perfeito registro do comportamento bovino dos americanos quando lidam com instituições e autoridades. Eu gostei do filme num primeiro momento. No entanto, depois de refletir, percebo que estas falhas acima mencionadas acabam por criar um clima postiço e estéril, um veículo desgovernado para o nome do diretor que - é fato - começou com o pé direito, mas que, agora, vê seus filmes despencarem ladeira abaixo quanto mais o sucesso lhe sobe à cabeça. Mas é lógico que dá para ver e apreciar, principalmente pela originalidade do roteiro. Não deixa de ser também uma alegoria sobre os efeitos da pós-modernidade, ao enfocar as relações temporais e os efeitos da tecnologia. Uma das coisas que me chamaram a atenção foi o fato de o personagem de William Hurt enviar sua filha, que é cega, à cidade, buscar remédios. O fato de ela ser cega é muito representativo, pois seria a única que não poderia ver o que havia além da floresta. Serve como exemplo de imagem na pós-modernidade.

316 - DUETS

duets (vem cantar comigo, usa 2000) – de Bruce Paltrow. Seis almas perdidas procuram a felicidade num campeonato de karaokê no interior dos Estados Unidos. Sempre gostei deste filme e acho que não o via desde 2002. Apesar de Gwyneth Paltrow (28 de setembro de 1972) aparecer nos créditos como a grande estrela - afinal, o filme é do papai – o grande destaque é Paul Giamatti (06 de junho de 1967). Ele está maravilhoso como o executivo que não tem atenção nem da família e que, de uma hora para outra, resolve chutar o balde e não voltar para casa, embarcando numa viagem movida a drogas e karaokê.. Além disso, é um grande cantor, como fica provado em Try a Little Tenderness e Hello, it’s me, juntamente com André Braugher (este dublado pelo excelente Arnold McCuller, vocalista dos shows de James Taylor). Huey Lewis faz o pai de Gwyneth e os dois cantam juntos a deliciosa “Cruisin” numa cena simples e bonita. E Huey é ótimo como ator, assim como o é como cantor - caso raro - portanto. É um típico “road movie” misturado com aquela mensagem embutida do sonho-americano-que-se-realiza-na-terra-das oportunidades. Um dos meus filmes favoritos, pelo clima, pela história, pelos atores e, sobretudo, pela música. Gwyneth se mostra uma excelente cantora.

315 - GARGANTA DO DIABO

garganta do diabo (cold creek manor, usa 2003) – thriller de suspense de péssima qualidade, no qual só se salvam os olhos azuis de Sharon Stone (10 de março de 1958) e um lampejo de talento da competente Juliette Lewis (21 de junho de 1973). Para piorar, o canastrão Dennis Quaid (09 de abril de 1954), como marido de Sharon e pai de duas crianças, que muda com a família para um casarão que precisa de reformas, fugindo das agruras de uma cidade grande como Nova York. Um ex-morador da casa se oferece para ajudar no trabalho e começa a aterrorizar os novos donos. Roteiro previsível, sem nenhuma graça. Fuja desta furada e pegue Instinto Selvagem para matar as saudades de Ms Stone no auge da forma, embora ela aqui ainda esteja muito bem, como fica provado na providencial cena em que levanta da cama só de calcinha e camiseta

segunda-feira, 28 de abril de 2008

314 - HERÓI POR ACIDENTE

stáherói por acidente (hero by accident, usa 1992) – direção de Stephen Frears. Um desempregado derrotado, Bernie Laplante (Dustin Hoffman, 08 de agosto de 1937), salva a vida de várias pessoas quando um avião se acidenta e depois desaparece. Um sem-teto, John Bubber (Andy Garcia, 12 de abril de 1956), toma o seu lugar quando um prêmio de um milhão de dólares é oferecido pela rede de televisão pelo ato heróico. De fato, a partir daí, o filme enfoca como a mídia pode promover qualquer desconhecido e alçá-lo à condição de celebridade nacional. Chevy Chase (08 de outubro de 1943) é o editor-chefe da emissora onde trabalha a repórter Geena Davis (21 e janeiro de 1956), que estava no avião que caiu e, por isso mesmo, lidera a campanha para encontrar o “anjo”, como foi chamado pela imprensa. Steve Tobolowski (30 e maio de 1951), que fez Bossa Nova, também está no filme com sua voz singular de quem já foi cantor de uma banda de rock. O filme lida com o velho jogo de identidades trocadas e especula sobre o que exatamente constitui um ato de heroísmo. Não deixa de ser um pouco de desperdício com o talento de Hoffman, mas vale a pena assistir. Geena Davis está particularmente bonita.

313 - WARM SPRINGS

warm springs (warm springs, usa 2005) – drama sobre como Franklin Delano Roosevelt, depois de acometido pela pólio, passou por um tratamento numa pobre estação de águas chamada Warm Springs, e conseguiu forças para tentar novamente – desta vez com sucesso – concorrer à Presidência dos Estados Unidos. Kenneth Branagh faz Roosevelt com a competência de sempre. Foi exatamente neste período dramático que a América descobriu em Roosevelt o líder de que necessitaria para atravessar a grande Depressão e a II Guerra Mundial. Antes da pólio, o filme mostra Rooselvet tendo um caso com a secretária, coisa que parece comum a vários presidentes americanos. Muito bom filme produzido para a TV pela HBO.

312 - SECRETÁRIA

secretária (secretary, usa 2002) – filme de estréia de Maggie Gyllenhaall (16 de novembro de 1977), irmã mais velha de Jake (O Dia Depois de Amanhã e Brokeback Mountain). Esta é uma inesperada história romântica, que não segue os padrões de outros filmes do gênero. A protagonista Lee (Gyllenhaall) é uma moça com problemas mentais que, ao sair do hospital psiquiátrico, arranja um emprego no escritório de um advogado estranho e misterioso (James Spader) e desenvolve com ele uma relação masoquista que evolui para uma descoberta mútua. Maggie também fez O Sorriso da Mona Lisa, com Julia Roberts. É um retrato sem excessos do que é uma relação sadomasoquista, sem a pirotecnia costumeira que tornou o tema um tanto caricato, quase sempre caracterizado por chicotes, máscaras e outros acessórios.

311 - A NOIVA-CADÁVER

a noiva-cadáver (corpse bride, england 2005) – o universo de Tim Burton é mesmo fascinante: lugares sombrios, personagens mórbidos, melancolia em altas doses e um incurável romantismo exatamente nestes lugares onde menos se espera. É o caso deste filme. Tim Burton adora sua mulher, Helena Bonhan Carter, caveiras e Johnny Depp. Isso fica evidente nos filmes do diretor e aqui, em especial, nas vozes dos personagens principais. Misto de animação em 3-D e stop-motion, o filme trata do calvário do jovem Victor, prestes a casar com Victoria, herdeira de um casal de aristocratas falidos. Da mesma forma que seu prometido, Victoria é doce e romântica – e, portanto, compartilha com ele o azar de ser uma estranha em sua insensível família. Isso é tema recorrente no cinema de Burton: filhos sensíveis em famílias perversas, nas quais pais e mães são entes grotescos, o mundo real corrompe e deforma, e as palavras têm o poder demoníaco de levar uma pessoa para cada vez mais longe de aonde ela quer chegar. Transposta para animação, a estética peculiar do cineasta – gótica, soturna, bizarra – ganha matizes ainda mais fantásticos. Tecnicamente perfeito.

310 - HERÓI

herói (ying xiong, -hero- china, 2002) – rei da China tem problemas para unificar o país por causa de três perigosos inimigos que planejam assassiná-lo. No entanto, os três são derrotados por um oficial, Sem Nome (Jet Li), que é logo chamado ao palácio. Lá, ele relata ao rei como derrotou os seus inimigos, mas o governante encontra inconsistências na sua história e suspeita que os seus inimigos se deixaram vencer para que o rei fosse assassinado por Sem Nome. O filme é um espetáculo visual em todos os sentidos. Algumas cenas são simplesmente inesquecíveis como, por exemplo, a luta num bosque onde caem folhas incessantemente e uma outra luta travada literalmente sobre um lago. Há uma mistura de cores e movimentos que encanta e seduz desde o primeiro fotograma.

309 - KUNG-FU FUTEBOL CLUBE

kung-fu futebol clube (shaolin soccer, china 2001) – divertida produção chinesa combinando kung-fu com futebol, numa história meio amalucada, mas com atraentes efeitos especiais. Vale como diversão visual, até porque os diálogos em chinês são profundamente chatos de ouvir. Original e inesperadamente divertido

308 - HORIZONTE PERDIDO

horizonte perdido (lost horizon usa 1937) – excelente adaptação de Frank Capra do romance homônimo de James Hilton. É difícil resistir a história que conta a construção de Shangri-lá e da vida no Vale da Lua Azul. Esta primeira versão é impressionante em muitos aspectos. Um deles é a escolha do elenco: Ronald Coman (09 de janeiro de 1891 – 19 de maio de 1958) está perfeito como Robert Conway, bem melhor do que Peter Finch no remake de 1973, praticamente idêntico a este, apenas aduzido das canções de Burt Bacharah. Nesta versão restaurada, algumas cenas perdidas foram substituídas por still photographs, sobre as quais se ouve o diálogo original.

307 - O QUINTO ELEMENTO

o quinto elemento (the fifth element, usa 1998) – de Luc Besson. O que mais me fascina neste filme, além da originalidade do roteiro, é o figurino futurista criado por Jean-Paul Gaultier, que mistura elementos antigos com itens extremamente imaginativos. Bruce Willis (19 de março de 1955) confirma a minha suspeita de que é bom ator e, além disso, há a presença de Milla Jojovich (17 de dezembro de 1975), muito bem escolhida para o papel de o quinto elemento, o ser perfeito que, juntamente com os outros quatro, vencerá as forças do mal. A história tem cenas engraçadas, o que surpreende quando se espera ver apenas ficção científica. Gary Oldman, especialista em papéis de vilão, está novamente muito bem. A Nova York do futuro, com seu tráfego caótico e o táxi voador de Willis vão ficar como uma das imagens inesquecíveis do cinema.

306 - CRIME EM PALMETTO

crime em palmetto (palmetto, usa 1998) – drama misturado a suspense policial sobre jornalista (Woody Harrelson) que, após dois anos injustamente preso volta à cidade de Palmetto, reencontra a sua namorada (a sexy Geena Gershon, 10 de junho de 1962) e recomeça a vida. Mas acaba conhecendo uma mulher envolvente (a lindíssima Elizabeth Shue, 06 de outubro de 1963), esposa de um milionário idoso e doente e se sucumbe a seus encantos e concorda em participar do seqüestro forjado da sua enteada. Elizabeth Shue está extremamente sexy e ainda com aquele sorriso estonteante. O filme é bom, e é especialmente agradável ver Woody num papel dramático, depois de Cheers. Uma curiosidade: tanto Geena Gershon quanto Elizabeth Shue já trabalharam juntas: foi em Cocktail (1988), filme com Tom Cruise no papel de bartender.

305 - UMA AMIZADE SEM FRONTEIRAS

uma amizade sem fronteiras (monsieur Ibrahim et les fleurs du coran, frança, 2003) – o grandíssimo Omar Sharif é o Ibrahim do título que na Paris dos anos 60 (não a Paris fotogênica, mas a do meretrício da Place Pigalle) toca uma mercearia, de cujo balcão acompanha os movimentos do jovem Momo (Pierre Boulanger). Abandonado pela mãe, Momo vive à sombra do irmão ausente, que, segundo seu pai não lhe cansa de dizer, era melhor do que ele em tudo. Momo cozinha para o pai, sonha com as prostitutas que vê pela janela e, vez por outra, furta algum artigo da mercearia de Ibrahim, que finge não ver. Na tradição do cinema francês, Momo enfrenta a passagem da infância à vida adulta em meio à indiferença familiar, solitariamente e sem referências. O filme me lembrou um pouco o Encontrando Forrester, que vi há poucos dias, explorando a relação de um jovem sem referências com um “pai” por ele eleito e que, de certo modo, lhe mostra o sentido da vida. E a história enfoca isso mesmo: a conversão de Ibrahim, que não tem filhos, na figura paterna de Momo. Na realidade, há algo mais em Sharif que emociona: na vida real, ele mora há alguns anos num hotel em Paris por cortesia do dono, que é seu amigo, e desde que sofreu um enfarto praticamente não bebe e não joga mais. Direção François Dupeyron.

304 - ENCONTRANDO FORRESTER

encontrando forrester (finding forrester, usa 2000) – de Gus Van Sant. Jamal Wallace (o estreante Rob Brown) é um habilidoso jogador de basquete de 16 anos em Nova York, cuja paixão secreta é escrever. William Forrester (Sean Connery) é um recluso romancista vencedor do Prêmio Pulitzer que nunca mais escreveu um segundo livro. Depois de um encontro acidental, Forrester se torna o mentor inesperado de Jamal, guiando-o para que desenvolva seu do excepcional. Sempre é um prazer ver Connery atuando. Há uma clara alusão a J.D. Salinger e ao seu livro O Apanhador no Campo de Centeio, pois o forrester do filme também vive uma vida reclusa, sempre na iminência de lançar um novo livro.

303 - OS TRÊS CANGACEIROS

os três cangaceiros (brasil, 1959) – de Victor Lima. Chanchada com ares de western sobre três medrosos (Golias, Ankito e Grande Otelo) que se associam a um bando de cangaceiros para ganhar o amor e a admiração da donzela (Neide Aparecida). Adoro os filmes desta época, com toda a sua ingenuidade e leveza e que me fazem lembrar de quando eu era pequeno e os assistia na TV Tupi. Maravilhosa é a ponta que Zé Trindade faz no final, aparecendo só para ficar com a mocinho do filme, dizendo: “Mulher é comigo mesmo!”.

303 - ROCKY III

rocky III (rocky III, usa) – lembro bem quando vi este filme no cinema e, talvez por isso, goste tanto desta terceira versão da franquia bem sucedida que Stallone abriu em 1976. Basicamente, o filme repete a fórmula consagrada, mas o personagem-título ainda tem força para manter o espectador ligado até o fim, quando enfrenta o temível Clubber Lang (Mr. T.), depois de ser treinado por Apolo Creed, seu oponente nos dois primeiros filmes. Isso acontece porque Mickey (Burgess Meredith) morre exatamente no dia em que Rocky perde para Clubber e fica completamente desnorteado. O treinamento com Apolo, ao som de Eye of the Tiger, cantado pelo grupo Survivor, ainda é empolgante e faz a gente ter saudade das melhores atuações que Stallone teve em sua – vitoriosa, por sinal – carreira no cinema. Uma das coisas que chamam a atenção é a abordagem do deslumbramento da fama, uma coisa que leva as pessoas a fazerem coisas mais que ridículas: no filme, Rocky cisma de enfrentar um lutador de wrestler, num bizarro combate que o expõe à chacota e às críticas de seu treinador, Mickey.

302 - MAIS UMA VEZ AMOR

mais uma vez amor (brasil, 2005) – de Rosane Svartman. Foi uma decepção. A presença de Juliana Paes não justifica um filme cuja maior atração, além dela própria, é claro, são as paisagens cariocas. A história de um casal (Dan Stulbach e Juliana Paes) que, depois de 25 anos, entre encontros e desencontros, acabam juntos, é batida e sem qualquer ingrediente de emoção. Juliana é linda, mas não é bom atriz. Seu personagem soa artificial e ela exagera em várias cenas. Stulbach é melhor ator, embora esteja mal escalado para o papel. Ficou tudo muito marcado pelo estereótipo: ele, todo certinho, ela, uma hippie completamente inconseqüente, um casal improvável que o destino não conseguiu separar. Vale a música de Frejat (Pra Toda a Vida) e algumas cenas em que as curvas de Juliana aparecem. Chato, sem sentido, nada original. Precisa falar mais?

301 - O NEGOCIADOR

o negociador (the negociator, usa 1998) – excelente thriller de suspense policial com Samuel L. Jackson (21 de dezembro de 1948) e Kevin Spacey (26 de julho de 1949). Jackson é um experiente policial de Chicago, especialista em negociar com criminosos e libertar reféns. Ao ser acusado injustamente de estar desviando dinheiro de um fundo de invalidez da corporação, ele passa para o outro lado e faz de seus acusadores reféns até que a verdade apareça. Kevin Spacey faz um outro negociador que o ajuda a encontrar os verdadeiros culpados. Ainda no elenco, o excelente Paul Giamatti e John Spencer, figurinha fácil neste tipo de produção. Direção de F. Gary Gray.

300 - ESQUEÇA PARIS

esqueça paris (forget paris, usa 1995) – este é um dos filmes de que mais gosto, sem nenhuma razão especial, a não ser gostar do Billy Crystal (14 de março de 1947) e do seu jeito “meio na contramão”. Billy é um juiz de basquete que vai a Paris enterrar o pai, quando conhece Ellen (Debra Winger, 16 de maio de 1955). Eles se apaixonam e se casam, mas o relacionamento passa por um turbilhão de problemas. Os diálogos são maravilhosos e a atuação de Crystal é memorável. A história é contada em flashback por seus amigos, na mesa de um restaurante, enquanto esperam por eles. Entre estes amigos, estão Joe Mantegna e Cynthia Stenvenson, que fez a Doris, secretária de Norm, em Cheers. O filme ainda é adorável.

299 - ROCKY II

rocky II (Rocky ii, usa) – esta seqüência escrita e dirigida, desta vez, por Stallone é inferior à primeira, mas ainda conserva o charme inocente do filme original. Depois da luta com Apolo, Rocky passa a ser uma celebridade meteórica e acaba no ostracismo, até que o próprio Apollo o desafia novamente, para provar que a luta dos dois não tinha sido uma armação. Desta forma, este segundo filme repete a fórmula do primeiro, com os mesmos personagens e a mesmo endeusamento do excluído que consegue uma vitória sobre suas próprias limitações.

298 - ROCKY, UM LUTADOR

rocky, um lutador (rocky, usa 1976) – de john G. Avildsen. Apesar de todos os preconceitos em relação a Sylvester Stallone (06 de julho de 1946), este filme em especial funciona única e exclusivamente por causa dele. Rocky Balboa é um pugilista de terceira categoria que vive na Filadélfia e é escolhido pelo campeão mundial de pesos pesados, Apolo Creed (Carl Weathers, 14 de janeiro de 1948) para enfrentá-lo numa luta porque o desafiante se contundira antes. Burgess Meredith (16 de novembro de 1907 – 09 de setembro de 1997) é Mickey, o treinador de Rocky, e tem uma atuação inesquecível. Meredith se tornara muito popular como o Pingüim na série Batman, com Adam West, papel inicialmente oferecido a Spencer Tracy, que só não ficou com o personagem porque queria que Batman fosse morto pelo Pingüim. Os produtores não concordaram. Foi uma pena, pois o Batman de Adam West ninguém merecia. Meredith já merecia minha profunda simpatia por ter se posicionado contra a perseguição do senador Joseph McCarthy e, desta forma, ter sido colocado na famosa lista negra, nos anos 50. Voltando ao filme, tudo parece rodar direitinho, prendendo a atenção até o fim previsível, mas perfeitamente deleitável. Não há como não simpatizar com a obstinação do moço pobre que mal sabia ler e que acaba realizando um sonho que parecia impossível: enfrentar o campeão mundial em igualdade de condições. Burt Young, o irmão bêbado de Adrian (Talia Shire, 25 de abril de 1946), ajuda a compor uma história que, mesmo depois de tantos anos, ainda está de pé, como Rocky, no último round da luta com Apolo. Talia Shire é irmã de Francis Ford Coppola e tia de Nicolas Cage. Já tinha tido um grande personagem como a filha de Don Corleone em O Grande Chefão, obra-prima do irmão famoso. Stallone apostou tudo neste filme e obteve o sucesso necessário para impulsionar sua carreira.

297 - HITCH

hitch (hitch, usa) – confesso que estava com uma grande expectativa em relação a esta produção meramente comercial estrelada por Will Smith, mas logo de início achei a história fraca, embora o argumento (a vida de um consultor sentimental) fosse promissor. Mas que nada. As situações são muito artificiais e o filme acaba descambando para a paródia descerebrada, centrada apenas no carisma de Smith (com a dentição reformada) e na belíssima Eva Mendes (05 de março de 1974), atriz de origem cubana que, de fato, é uma força da natureza. Kevin James, da série Everybody Loves Raymond, tenta ser o contraponto humorístico, mas não funciona e acaba sendo um arremedo do George Constanza de Seinfeld. Só mesmo por Eva Mendes vale o sacrifício de perder duas horas tentando achar graça onde, definitivamente, não há.

296 - RAY

ray (ray, usa 2004) – de Taylor Hackford, também diretor do magnífico O Advogado do Diabo, com Al Pacino. Maravilhosa versão da vida de Ray Charles, com Jamie Foxx (13 de dezembro de 1967) fazendo o biografado com uma perfeição raramente vista, num desempenho arrebatador. Impressionante reconstituição da trajetória de Ray ao sucesso mundial, de sua vida pessoal, inclusive o seu envolvimento com as drogas e o privilegiado tino comercial que o possibilitou fazer excelentes contratos na carreira. Ray Charles foi o tipo mais obstinado de sobrevivente: aquele que faz de suas fraquezas um ponto de apoio. Vibrante, sensual e generoso nas cores – sem falar na trilha sonora sensacional, claro – Ray é uma contribuição inesperada do diretor Taylor Hackford a um gênero muito em alta, o da cinebiografia. Seu filme não se afasta das convenções dedicadas pelo cinema americano às grandes personalidades, em que a trajetória de tribulação e superação é item indispensável. Um exemplo está na seqüência em que a mãe de Ray, pouca mais de uma menina, se despe de toda e qualquer piedade para ensinar o filho a ser cego sem ser coitado. Sharon Warren, uma potência como atriz, faz a cena de forma direta, sem floreios e sem tentar ganhar a solidariedade do espectador para com seu próprio sofrimento. Menos ególatra do que Will Smith e muito mais sintonizado com suas origens do que Denzel Washington, Foxx interpreta Ray acima de tudo como um negro que fez o que tinha que fazer para contornar as adversidades pessoais – a pobreza, o preconceito, a cegueira, a tragédia familiar.

295 - AO MESTRE, COM CARINHO

ao mestre com carinho (to sir, with love, UK 1967) – justifica-se, plenamente, o sucesso e a aura cult do filme que projetou Sidney Poitier (20 de janeiro de 1927) para o sucesso, embora ele já tivesse feito muitos filmes antes. O filme foi um sucesso inesperado, tanto que, na época, a Columbia Pictures fez uma pesquisa para saber a razão. A resposta: Sidney Poitier. Há tantas cenas memoráveis que fica difícil apontar uma em especial. Uma delas é quando reage aos comentários de duas senhoras no ônibus. Outra é quando dança com a aluna que se apaixona por ele e é homenageado com a canção famosa “To Sir with Love”. E ainda tem o charme da Londres da década de 60, ainda fortemente sob a influência dos Beatles e do modismo psicodélico. Lírico, comovente, na medida certa. A atuação de Poitier é mesmo primorosa. Penso que qualquer professor se identificaria com aquela sala de “pequenos marginais” que, gradativamente, vão se tornando pessoas maduras e sensíveis. O problema é ter a quase certeza que isso só acontece no cinema.

294 - CELULAR

celular – um grito de socorro (cellular, usa 2004) – em qualquer sinopse que se leia sobre este filme, a gente vai ler que se trata de uma drama/suspense. Pois bem, não é nada disso: é apenas uma grande merchandise da Nokia para convencer as pessoas que ainda não tem celular (eu e... mais quem mesmo?) a comprar um. A já rodadíssima Kim Bassinger é seqüestrada logo no início do filme e, no cativeiro, consegue se comunicar, juntando as peças de um telefone quebrado, com o celular de um rapaz que acabou de levar um fora da namorada. A cena na qual ela faz o telefone em pedaços funcionar é digna dos momentos mais memoráveis do bom e velho Macgyver. Tudo é muito ruim, do argumento, totalmente inverossímil, às atuações constrangedoras. Por incrível que pareça, o grande William H. Macy, de Magnólia, participa deste jabá num papel totalmente inadequado para ele: um policial que desvenda o caso, depois de trocar tiros com os vilões. Pelo menos, a propaganda é descarada, sem a menor preocupação de disfarçar a intenção de venda.

293 - DEJA VU

deja vu (eua, 2007) – um agente federal, Doug Carlin (Denzel Washington, 28 de dezembro de 1954) volta no tempo para salvar uma mulher de ser assassinada. Neste meio tempo, acaba se apaixonando por ela. A grife de Tony Scott (“Inimigo de Estado”), na montagem frenética de cada seqüência e a performance, digamos, apaixonada, de Denzel fazem o filme respirar até o fim. O temaviagem no temposempre rende roteiros que vão além da lógica e se apóiam mais no sentimento e na empatia estabelecidos entre o espectador e a história. Os efeitos especiais são ótimos. No elenco, a bela Paula Patton (05 de dezembro de 1975), James Caviezel (28 de setembro de 1968) e Val Kilmer (31 de dezembro de 1959).

292 - KINKY BOOTS

kinky boots (UK, 2005) – simpática comédia britânica sobre uma fábrica de vetustos calçados masculinos, no interior da Inglaterra, que está prestes a fechar as portas em função da perda de mercado. O herdeiro do negócio tenta, porém, encontrar um novo e inesperado nicho de consumidores: botas e sapatos para drag queens, com desenho feminino e saltos escandalosos, mas com estrutura para sustentar o peso de um homem. O grande trunfo do filme é Chiwetel Eljiofor (10 de julho de 1974, Inglaterra), um ator de primeira, de Simplesmente Amor” e “Coisas Belas e Sujas”, no papel da drag que toma a frente da empreitada. Muito bom. O diretor Julian Jarrold acerta o .

291 - O PACTO

O Pacto (suicide club, japão 2002) – numa plataforma de trem em Tóquio, 54 meninas se suicidam ao se jogarem nos trilhos. A polícia começa a investigar o que parece ser uma série de suicídios que acontecem em todo o país. O filme, que começa de forma esquisita, fica, a partir daí, ainda mais estranho. Uma pista leva a um grupo juvenil de cantoras, do tipoRebelde”, possivelmente a causa das mortes (também, pudera). Os jovens parecem receber uma espécie de mensagem quando o tal grupo se apresenta na televisão. Comparado com isso, os menudos, paquitas e outros do gênero até que não causaram tanto dano por aqui.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

290 - INVASORES

invasores (invasion, usa 2007) – Nicole Kidman (20 de junho de 1967, Havaí) parece gostar de personagens que não sabem o que está acontecendo à sua volta. Foi assim em Os Outros e em Birth. Aqui, ela também está perdida em meio a um ataque de vírus alienígena libertado após a queda de um ônibus espacial em Washington. Mais uma versão do clássico Os Invasores de Corpos (1956) – houve outra em 78 - , agora com uma roupagem mais moderna, é claro, mas inconvincente. O vírus toma posse do corpo das pessoas, transformando-os em uma réplica sem alma, assim como o filme do alemão Oliver Hirschbiegel. Verônica Cartwright, que está nesta versão, também participou da de 1978. Também no elenco, DanielCraig. A alegoria referente à Guerra Fria do primeiro filme está totalmente dissolvida neste aqui que, possivelmente, se enquadraria mais nos terrores do pós 11 de setembro.

289 - POR UMA BOA VIDA

por uma boa vida (la gran vida, espanha 2000) – comédia com Salma Hayek (02 de setembro de 1966, México) e Carmelo Gómez. Martin, um motorista de ônibus, decide se matar. Um homem misterioso propõe que ele adie seus planos, faça um acordo com a máfia e desfrute as delícias de uma boa vida por uma semana. Ele aceita e nem imagina que vai encontrar o amor na figura sexy de Salma Hayek, uma garçonete que é muito mais do que aparenta. O argumento serve de suporte para as reflexões sobre o sentido da vida e a influência do dinheiro. Nada demais, portanto.