(TOY STORY 2 USA, 1999) - nesta outra obra-prima de John Lasseter, Woody (Tom Hanks) é sequestrado por um colecionador, que deseja vendê-lo para um museu. Assim, o caubói descobre que já foi uma celebridade: nos anos 50, ele era o astro de um seriado popular, com direito a todo merchandising que ora pulula no mundo pós-moderno. Enquanto Woody se deslumbra com seu passado, Buzz e trupe de brinquedos enfrentam perigos terríveis para resgatar o amigo. A aventura rende cenas antológicas, como aquela em que os brinquedos se esfalfam para cruzar uma rua movimentada. Além disso, ainda temos uma participação inusitada da Barbie e hilariantes paródias de PARQUE DOS DINOSSAUROS e GUERRA NAS ESTRELAS. Uma atração a mais, para mim, pelo menos, são as vozes de John Ratzenberger e Kelsey Grammer, de CHEERS, e de Estelle Harris, a mãe de George Constanza, de SEINFELD. E, claro, Jonathan Harris, de PERDIDOS NO ESPAÇO, fazendo a voz do velhinho que conserta o braço de Woody. No entanto, o que mais me impressionou é a complexidade dos personagens, algo então novo no universo dos filmes de animação. Separado do seu dono, Woody se defronta com questões que preocupam qualquer ser humano, como a transitoriedade da vida e a intricada tela onde se desenrolam as relações afetivas. Buzz, por sua vez, descobre que é um brinquedo produzido em série e tem que lidar, portanto, com o choque de não ser um ente único, individual. Ou seja, não é por acaso que os mesmos argumentos de BLADE RUNNER aparecem aqui, de forma cômica e leve, mas não ligeira. A função de qualquer brinquedo, explica Lasseter, diretor e chefe de criação da PIXAR, é divertir as crianças. Ser esquecido, portanto, equivaleria a morrer. E não é assim que sentimos em relação às pessoas que amamos?