(DARK SHADOWS, USA 2012) - os filmes de Tim Burton são, antes de tudo, para serem vistos, literalmente. O apuro visual de suas obras quase que ultrapassa seu talento para abordar histórias tão estranhas quanto interessantes. Assim, em DARK SHADOWS, Burton volta a se divertir, embora nem sempre consiga fazer o mesmo com o espectador, contando a história de Barnabas Collin (Johnny Depp), um vampiro que, após 200 anos, acorda no emblemático ano de 1972, para tentar salvar seus parentes da falência. Depp, ator-grife de Burton, continua com sua linhagem de personagens esquisitos - e fascinantes - com uma atuação meio abúlica, um tanto preguiçosa, é verdade, mas, ainda assim, mantendo a inquestionável química com o diretor. O filme também conta com a beleza agressiva de Eva Green, dona do par de seios mais belos do cinema contemporâneo - além e ótima atriz. Há sequências supostamente engraçadas, especialmente sublinhadas por um trilha sonora retrô, que se constituem numa novidade no universo burtoniano, mas que são um contraponto no roteiro que, em tese, não apresenta qualquer elemento gótico que justifique a classificação de "comédia de horror".