segunda-feira, 23 de setembro de 2013

2147 - O RETRATO DE DORIAN GRAY

(DORIAN GRAY, UK 2009) - Há certos filmes que não podem ser filmados, a não ser que se tenha absoluta certeza de que a nova versão vai ser tão ou mais impactante do que o original. Este é o problema (bem sério, por sinal) desta produção que, embora capriche nos cenários de uma Era Vitoriana bem sombria e nos efeitos especiais devidamente comedidos, não traduz em nada a mágica literária de Oscar Wilde. Sua finas ironias, seus aforismos geniais e o impacto de suas famosas frases foram adaptados da pior forma possível. Claro que, numa tradução intersemiótica (que se dá na adaptação de um livro para o cinema), corre-se sempre o risco de adulterar o original a ponto de o reconhecimento não ser possível nem por DNA. Neste filme, a magia de Wilde ficou de fora, portanto, nada justificaria a remontagem. Nem Colin Firth, que é um excelente ator, conseguiu dar credibilidade ao seu Lord Henry. A versão de 1945, dirigida por Albert Lewin, ainda é a melhor que se fez do romance.