(MILK, USA, 2008) - O filme conta a história de Harvey Milk (Sean Penn, excelente) que, aos 40 anos, é um executivo de sucesso em Nova Iorque (onde esconde sua sexualidade) e conhece Scott (James Franco). A partir deste encontro, Milk se muda para São Francisco, então em formação como capital gay americana, onde se projeta como líder do movimento homossexual para, finalmente, se eleger para um cargo legislativo (supervisor), correspondente ao de um vereador. No melhor estilo "a esperança venceu o medo", o diretor Gus Van Sant não repete aqui a sutileza e a inteligência que exibiu em ELEFANTE (2003) e PARANOID PARK (2007). Mas MILK vale pela memorável atuação de Sean Penn, que encarnou o personagem de tal forma que não há como se emocionar muito. O filme, contado a partir do assassinato do protonista, é permeado por uma atmosfera de luto que, por outro lado, não se furta de fazer uma homenagem ao prazer de existir e de aproveitar a vida. No entanto, este lado festivo não esconde o drama pessoal de Milk e sua luta realmente solidária que, ao ser contextualizada na ultraconservadora sociedade americana, assume proporções épicas que corroboram a imagem do herói pós-moderno.