segunda-feira, 31 de março de 2014

2267 - BOSSA NOVA

(BRASIL, 2000) - Mary Ann Simpson (Amy Irving) uma ex comissária de voo viúva, que mora no Rio de Janeiro desde que seu marido faleceu, trabalhando como professora num curso de inglês. Em seu trabalho ela lida com vários alunos, como o craque de futebol do Flamengo e da Seleção Brasileira Acácio (Alexandre Borges) e o advogado Pedro Paulo (Antônio Fagundes), ambos apaixonados por ela. Começa então uma ciranda amorosa entre os personagens, agitada por diversos equívocos culturais e linguísticos.O filme ainda mantém a impressão do filme simpático, sem grandes pretensões, que se aproveita das belas locações que só a zona sul do Rio pode proporcionar. Fagundes está perfeito, numa atuação propositalmente neutra, deixando espaço suficiente para que Amy Irving brilhar, mas ela não aproveita a chance e aparece na tela apagada e meio preguiçosa. Destaque para Steven Tobolowsky, que arrasou em O FEITIÇO DO TEMPO.

2266 - DOSSIÊ JANGO

Dossiê Jango é um filme necessário para todos aqueles que desejam entender melhor o porquê do Brasil ser do jeito que é hoje. Trata-se de um relato consistente e abrangente sobre a turbulência política vivenciada pelo país na década de 1960 e o quão crucial foi a influência estrangeira para que o golpe militar realmente acontecesse e perdurasse por tantos anos. É, ao mesmo tempo, uma grande provocação ao governo, no sentido de abrir o baú de segredos acerca do período da ditadura militar. Se a primeira metade de Dossiê Jango dá ao filme uma sustentação histórica bastante vigorosa, a partir de imagens de época e depoimentos relevantes, cabe ao restante do documentário assumir de vez o tom investigativo sobre se João Goulart teria realmente morrido de causas naturais. Por mais que nenhuma prova do contrário seja apresentada, os indícios são esclarecedores sobre o quanto Jango, mesmo morto, incomodava o regime vigente.

domingo, 30 de março de 2014

2265 - PSI

(BRASIL, 2014) - Personagem de dois romances do também psicanalista italiano Contardo Calligaris, Carlo Antonini (Emílio de Mello) é o herói improvável desta série nacional da HBO, que segue a mesma linha estética de MANDRAKE e O NEGÓCIO. Profissional recém-separado, ele se divide entre seus pequenos affairs, a família da ex e a investigação de mistérios da psicologia que cruzam seu cotidiano. A série investe num discurso sério, que flerta com certa afetação intelectual, mas acaba funcionando principalmente pela atuação competente de Emílio de Mello e do elenco, além dos diálogos por vezes engraçados, por outras um pouco politicamente corretos demais para quem está esperando um programa-cabeça. 

2264 - PRA FRENTE, BRASIL!

(BRASIL, 1982) - Embora tenha um jeito de novela das oito, PRA FRENTE BRASIL ainda é um filme que impressiona, ao mostrar como agiam os agentes da ditadura, durante os anos de chumbo no Brasil. A seleção brasileira estava às vésperas de jogar a Copa do Mundo de 1970. Era a chance do tricampeonato, a chance para Médici obter uma tremenda taxa de aprovação. A nação é o Brasil, o Brasil é futebol, o futebol simboliza o governo: o governo é vencedor. Pra frente Brasil aborda o retrato das coisas que não podemos esquecer sobre a ditadura brasileira: os sequestros efetuados pelo governo para exterminar possíveis movimentos subversivos e/ou comunistas. O filme adota uma lógica de impressão explícita da realidade. A censora do regime, Solange Maria Teixeira Hernandes, afirmava haver “excessos de liberdade no cinema e no teatro” na época em que o filme foi lançado.
- O filme foi liberado pela Justiça e estreou, em versão sem cortes, em 14 de fevereiro de 1983. À época presidente da Embrafilme, Celso Amorim viu-se obrigado a abandonar o cargo da estatal em abril de 1982 por ter aprovado o financiamento público para a produção.

2263 - DRACULA (SPANISH VERSION, 1931)

sábado, 29 de março de 2014

2262 - DRACULA (1931)

(DRACULA, 1931) - O diretor Tod Browning acabou impondo um certo ritmo teatral ao filme, justamente porque foi adaptado diretamente da peça que bela Lugosi fazia na Broadway.

2261 - THE ALLIGATOR PEOPLE

(USA, 1959) - Este é um dos filmes representativos de uma fase do horror americano que lidava com mutações, insetos gigantes, experiências radioativas e coisas do gênero. Aqui, temos uma história contada em flashback pela esposa de um homem que foi cobaia de uma experiência genética envolvendo seres humanos e crocodilos. Hoje, soa estranho, mas, à época, as pessoas se interessavam muito por este tipo de roteiro, que mistura horror e ficção científica. Na época, estes dois gêneros se intercambiavam, porque, com a ciência moderna começando a se desenvolver, não se sabia ao certos quais seriam os resultados de certas experiências. O cinema da época se aproveitou muito disso. Um dos exemplos mais famosos é A MOSCA DA CABEÇA BRANCA, com Vincent Price, filme recentemente resenhado neste blog. Na foto acima, não se enganem: não é a Cuca, do Sítio do Pica-Pau Amarelo. É o resultado final da experiência que visa a transformar pessoas em crocodilos. Cool, não?

quarta-feira, 26 de março de 2014

2260 - SEM ESCALAS

(NON-STOP, USA 2014) - Gosto muito de enredos que se passam dentro de aviões. Respeito quem confia na própria imaginação para bolar uma história que se desenrola num ambiente tão restrito e, ainda assim, manter a atenção do espectador, mesmo com algumas soluções pouco prováveis. É o caso deste filme, um bom exemplo de diversão B, com solidez e fluidez. Liam Neeson, sempre sólido e convincente, é um policial que embarca incógnito num voo entre Nova Iorque e Londres, como medida de segurança contra um ataque terrorista. Antes e durante o embarque, observa os passageiros com uma desconfiança que é mais que uma paranoia. Depois da decolagem, passa a receber mensagens no seu celular com uma ameaça: um passageiro vai matar uma pessoa dentro do avião a cada vinte minutos enquanto 150 milhões de dólares não forem depositados numa conta. Julianne Moore está desperdiçada num papel sem graça.

domingo, 23 de março de 2014

2259 - CHARLIE CHAN EM LONDRES

(CHARLIE CHAN IN LONDON, USA 1934) - Honolulu detective Charlie Chan (Warner Oland) spends an eventful weekend at an English country estate in this fog-bound series entry. Young Neil Howard (Ray Milland) has been accused of murder, but family friend Geoffrey Howard (Alan Mowbray) expresses the hope that Chan will be able to locate the genuine killer. The weapons this time include a set of poison darts, while a series of cryptic notes provide vital clues to Chan and his Scotland Yard counterpart Sgt. Thacker (E.E. Clive), who insists upon calling the humble oriental sleuth "Mr. Chang" throughout the picture. Crucial to the plot's development is a fox hunt, predating a similar sequence in John Huston's The List of Adrian Messenger by nearly 30 years. At 79 minutes, Charlie Chan in London is the longest of Fox's Chan series -- unnecessarily so, since the identity of the "surprise killer" is obvious from reel one. Once again I would like to point out that Charlie Chan movies had a deep impact on me during my childhood due to their charming atmosphere and dauting performances, not to mention the intringing plots. By the way, a 29-year-old Ray Milland is in the cast.

2258 - ATÉ O FIM

(ALL IS LOST, USA 2013) - Neste filme, Robert Redford interpreta magistralmente um enredo do qual ninguém pode fugir: o da mortalidade. Perdido no meio do oceano Índico, depois que seu veleiro tem o casco rompido por um contêiner à deriva, o Homem (assim mesmo, sem nome) demonstra uma calma inabalável, inicia o reparo do barco e vai lutando contra os reveses que aparecem: o rádio quebrado, uma procela devastadora, a falta de água potável, o perigo de tubarões, tudo isso com a maior serenidade possível, característica de quem aprendeu a ter boa tolerância com os sofrimentos que a vida impõe. Não é fácil. Seu corpo já não o acompanha como deveria, e as tarefas são executadas sempre mais lentamente do que deveriam. Não há gesto ou recurso que o protagonista empregue que não seja irretocável do ponto de vista prático. Esta característica do roteiro reforça o âmbito simbólico do filme: na vida, também estamos sozinhos, o tempo todo, e só contamos mesmo é conosco diante das dificuldades. Cabe a nós encontrar a melhor maneira de sobreviver ao isolamento existencial, começando por aceitá-lo, doce e serenamente e acreditar que, ao contrário do título em inglês, nem tudo está perdido.

2257 - O PLANO PERFEITO

(INSIDE MAN, USA 2006) - Já comentei, aqui mesmo, que Spike Lee, com O PLANO PERFEITO, fez um dos melhores filmes de todos os tempos. Quase se poderia dizer que o plano perfeito foi fazer um filme assim, tão Spike Lee, no sentido artístico-político do termo. O elenco traz dois grandíssimos atores - Denzel Washington e Clive Owen, cada um na ponta do cabo de guerra entre a lei da cidade e a lei da ética, coisa que Lee mostra magistralmente, dos diálogos às situações forradas de comentários engajados. Assim como Woody Allen mostra Nova Iorque sob a ótica do romantismo neurótico, Spike Lee nos joga na cara uma Big Apple trespassada por clichês que propagandeiam o multiculturalismo tolerante, mas que, quando se chega perto, tem suas hipocrisias reveladas. A babel cosmopolita não é politicamente correta, mas sim uma espécie de arena, onde a superposição das relações de poder se evidencia a cada cena. Uma aula de cinema e de política, além de escancarar a verdade com a qual nunca sonhamos na cidade que nunca dorme. Mais uma observação: só mesmo um ator incomum é capaz de fazer um personagem que passa a maior parte do tempo com o rosto totalmente escondido por uma máscara, como Clive Owen, e ainda assim ter uma atuação mesmerizante.


2256 - SOB A NÉVOA DA GUERRA

(THE FOG OF WAR, USA 2003) - A expressão "the fog of war" se refere à impossibilidade de se definir a guerra moderna dentro dos padrões maniqueístas convencionais (bem e mal, vencedores e vencidos), haja visto as variáveis militares, políticas, econômicas, tecnológicas e sociais que nela atuam. Em Sob a Névoa da Guerra, Oscar de melhor documentário em 2004, Errol Morris não pretende analisar cada agente que a constitui, mas antes mostrar, a partir das lições aprendidas por Robert S. McNamara como secretário de defesa de John Kennedy e Lyndon Johnson, a complexidade do campo de batalha. O filme mostra a vida de Robert McNamara, secretário de defesa dos Estados Unidos de 1961 a 1968, através de imagens de arquivo, gravações da Casa Branca e, em primazia, uma entrevista com McNamara aos 85 anos de idade. Depois da guerra, McNamara tornou-se presidente da Ford. Ficou no cargo por apenas seis meses, até ser convidado pelo presidente John Kennedy para o cargo de Secretário da Defesa. Quando a União Soviética instalou secretamente 162 ogivas nucleares em Cuba, provocando a Crise dos Mísseis e deixando o mundo à beira de uma guerra nuclear, foi ele quem negociou com russos e cubanos. Enquanto militares como o General Le May defendiam a invasão de Cuba, McNamara e Kennedy lutaram pela saída pacífica. O documentário é muito bom e nos dá a oportunidade rara de ouvir a versão de um dos homens mais importantes do século XX.

terça-feira, 18 de março de 2014

2255 - OBLIVION

(OBLIVION, USA 2013) - O cinema já mostrou várias formas de o mundo encontrar a própria destruição: desastre nuclear, pandemia, revolta das máquinas, fenômeno sobrenatural, colapso climático ou julgamento divino. O diretor Joseph Kosinski escolheu a já conhecida invasão alienígena e adicionou amor e saudosismo ao seu pacote apocalíptico. A trama se passa 60 anos depois do ataque dos Scavs: a humanidade venceu a ameaça, mas a salvação teve seu preço: a própria Terra foi dizimada. Extraindo os últimos recursos naturais do planeta antes da mudança definitiva para uma lua de Saturno, Jack Harper (Tom Cruise) passa seus dias entre as ruínas da civilização, resgatando pequenas lembranças - livros, discos, plantas e um bobble head do Elvis - durante suas missões. O oficial veterano, que teve a memória apagada por questões de segurança, é acompanhado por Victoria (Andrea Riseborough), sua navegadora e esposa neste novo mundo. O personagem de Tom Cruise me parece meio perdido num planeta arrasado, mas tecnologicamente desenvolvido. Da sua casa fincada no alto de uma torre - bem bacana, por sinal - onde tudo é clean ao extremo, às cavernas dos soldados da resistência, há uma preocupação em demarcar os territórios e deixar bem claro para o espectador quem é quem nessa história. Mas é exatamente nesta crise de identidade de Jack Harper que o caldo engrossa, deixando, para nós, um sabor de roteiro requentado a que nem mesmo um ator tarimbado como Cruise consegue dar o dinamismo necessário. A história quase se perde quando Jack encontra seu oásis, uma cabana improvisada em frente a um lago, uma espécie de Shangri-lá nostálgico, onde tudo volta a ser do jeito que já foi um dia. Nas sequências no esconderijo (cuja localização é devidamente ocultada de Victoria), os tons quentes e naturais encontram a "verdadeira" Terra. O lugar serve para mostrar a ligação de Jack com o planeta que ele não quer abandonar, o local onde deposita seu espólio e encontra paz ao som de rock, um pouco de literatura (de poetas romanos a Charles Dickens) e a lembrança difusa de um amor, a não menos apocalíptica Olga Kurylenko, que já andou obrigando James Bond a ter que fazer uns remendos no coração, em QUANTUM OF SOLACE. Ou seja, OBLIVION consegue sucesso na sua proposta imagética, mas é recalcitrante em relação ao roteiro, pois, depois de um terço de projeção, o filme passa a exigir um esforço dobrado do espectador, para, ele próprio, não se perder no vaivém do psiquismo de Harper. Certamente, OBLIVION não cairá no oblívio, em função do capricho técnico, mas ficará marcado pelo fato de o diretor não ter aproveitado o bom elenco (Morgan Freeman é pouco mais que um figurante de luxo) para fazer um filme redondo que, por si só, poderia se transformar num clássico - aí sim - inesquecível. 

2254 - A MOSCA DA CABEÇA BRANCA

(THE FLY, USA 1958) - After her husband Andre Delambre is crushed to death in a mechanical press, his wife recounts to his brother Francois Delambre and police Inspector Charas the events of the previous few months. They were very much in love and with their little boy, a very happy family. Andre was experimenting with teleportation - transporting objects from one point to another by breaking the object down to the atomic level and then reassembling it in a receiver a distance away. The system had some glitches - it seemed to work with inanimate object but his cat disappeared when he tried teleporting it. He thinks he's solved all of the problems with his invention and decides to try and teleport himself. When a fly enters the teleportation device with him, disaster strikes. One of the things I like more about this classic movie is the presence od David Hedison in the leading role. Hedison is part of my childhood memories because he was Capitain Lee Crane in VOYAGE TO THE BOTTOM OF THE SEA.

domingo, 16 de março de 2014

2253 - PODER PARANORMAL

(RED LIGHTS, USA 2012) - O diretor espanhol Rodrigo Cortés (de ENTERRADO VIVO) faz uma proposta de diálogo com o espectador, ao deixar claro, em uma das falas de Tom Buckley (Cillian Murphy), que o truque dos ilusionistas, diz  é conduzir o olhar do espectador para longe do ponto onde ele está fazendo sua "mágica". É exatamente isso que ele procura fazer na primeira hora do filme (melhor do que a segunda), tentanto ser mais esperto do que todo mundo. "Poder Paranormal" não foge à infeliz regra. Começa bem, mas se entrega à cartilha iniciada por M. Night Shyamalan de reviravoltas e "surpresinhas" a partir do meio. A diferença está no fato do espanhol ainda está muito longe do talento do diretor nascido na Índia, que teve seus dias de respeito na época de "O Sexto Sentido" (1999). Nem o elenco impressionante é capaz de salvar o longa: Além de Murphy, Sigourney Weaver, Toby Jones e Robert DeNiro, que não voltou a ser o DeNiro das décadas passadas. Para criar um clima sobrenatural e de terror, algo de estranho sempre acontece -- especialmente com Tom, um personagem que fica boa parte do tempo sem dizer a que veio e, quando finalmente diz, revela-se frustrante. Assim como o próprio filme, o papel de Cilllian Murphy tem um começo promissor, mas acaba envolto nas convenções do suspense com uma risível reviravolta final, da qual Tom é personagem central. "Poder Paranormal" sugere soluções mirabolantes, daquelas em que o diretor tira cartas da manga como um mágico e se acha muito esperto porque as escondeu antes do show começar. Os truques e tiques fazem Cortés parecer um "Shyamalan genérico", sem sequer possuir um filme que lhe desse o cacife de ousar.  

sábado, 15 de março de 2014

2252 - O FEITIÇO DO TEMPO

(THE GROUNDHOG DAY, USA 1993) - Em homenagem ao diretor Harold Ramis, falecido recentemente, e também por causa do Bill Murray, um dos meus atores favoritos, revi O FEITIÇO DO TEMPO, ainda achando que se trata de um filme excepcional. Registre-se que o título em português é perfeito. Na superfície, pode parecer apenas uma comédia, com toques de ficção, mas, depois que mergulhamos na história, percebemos que Ramis nos traz uma das mais originais alegorias a respeito de como nos relacionamos com o tempo. Desafiando Cazuza, o tempo para nesta pequena obra-prima, que conta a história de Phil Connor (Murray, impecável, como sempre), um arrogante e mal humorado homem da previsão do tempo de uma emissora de Pittsburgh, que, durante a celebração anual do Dia da Marmota, descobre que está preso no tempo e na pequena cidade de Punxsutawney, onde todos os dias se repetem, em um delirante loop. Assim, ele vai se transformando, até descobrir o amor em Rita (Andy MacDowell, suave como uma pluma). Claro que o amor assume o controle dos acontecimentos, como em qualquer comédia romântica - afinal, você já viu este filme. Só que aqui é diferente.

2251 - CHARLIE CHAN - DARK ALIBI

(DARK ALIBI, USA 1946) - With Sidney Toler in the role of Charlie Chan, this motion picture shows a fine example of how enchanting the adventures of the oriental detective were in those innocent times. There is a lot of humor in the prison scenes. There are a couple of big scenes that come as a surprise for a film that had a shoestring budget. One is the interior of a real prison with the convicts going into their cells in unison. That scene is melded into a stage copy of the same action but slightly more modest. Another scene has a big moving camera set as the cast enters a police lab. There are a lot of familiar faces in the supporting cast. Everyone does a great job with their role. There are some exterior shots of the old cars and trucks which were not that old when the movie was made. This is a good old movie to watch to get a glimpse of what the world was like right after World War II. While watching it you will want to check the ladies hair styles and the interior of the old rooming house and telephones.It's fun to watch and to try to unveil the mysteries that buld up scene after scene.

terça-feira, 11 de março de 2014

2250 - FARRAPO HUMANO

(THE LOST WEEKEND, USA 1945) - Ray Milland realmente mereceu o Oscar de Melhor Ator por este drama dirigido por Billy Wilder sem a menor preocupação de amenizar nas tintas: tanto que o próprio Milland hesitou em aceitar o papel, receoso que sua carreira de astro das matinês terminasse por causa de um papel tão corajoso quando difícil. Como convinha à estética da época, FARRAPO HUMANO (um dos raros casos em que o título em português é bem melhor do que o original) conta a história de um escritor frustrado pelo fato de ter sido recusado por várias editoras, que passa a beber compulsivamente, apesar dos esforços da namorada e do irmão. O longa foi o primeiro a tratar o alcoolismo abertamente como um drama, deixando de lado a figura cômica do bêbado, que o cinema explorava até então. O realismo contundente da trama, reforçado pela atuação magistral de Ray Milland, que interpreta o personagem principal, tornariam o longa um dos retratos mais fiéis da degradação de um viciado. O brilhantismo do longa está em retratar esta realidade sem usar nenhum atenuante, a adaptação nos induz a mergulhar no fundo do poço junto com o personagem principal e provar cada uma das sensações que ele experimenta, iniciando assim um processo que caminha para a catarse. O filme também mostra como o processo ilusório da dependência da droga (a bebida) pode ser comparado à dependência afetiva das relações amorosas que se baseiam na fusão romântica. 

domingo, 9 de março de 2014

2249 - BEE GEES - IN OUR OWN TIME

(BEE GEES - IN OUR OWN TIME, USA 2010) -  In Our Own Time é filme que prende a atenção porque a história dos Bee Gees é cheia de altos, baixos e lances surpreendentes no jogo da indústria do disco. Nos anos 60, eles eram garotos que conquistaram a Inglaterra e os Estados Unidos - e, por tabela, o mundo - com suas canções melodiosas, como I Started a Joke (1968), e seus vocais que harmonizavam com maestria as vozes agudas de Barry e Robin, os melhores cantores do trio. Em meados dos anos 70, após amargar breve período no ostracismo, os irmãos Gibb se reinventaram - sob a batuta do produtor Arif Mardin (1932 - 2006) - ao redirecionar suas vozes para os ritmos negros. Começava a nascer ali a música dançante que faria o som dos Bee Gees se tornar a febre de sábado à noite - e dos outros seis dias da semana - quando John Travolta, travestido de Tony Manero, rodopiou nas pistas ao som dos incendiários temas fornecidos pelo grupo para a trilha sonora do filme Os Embalos de Sábado a Noite (1977). Seguiu-se um álbum arrasador, Spirits Having Flown (1979), que manteve os Bee Gees no topo até que, vítimas dos efeitos colaterais da superexposição, os irmãos Gibb se refugiaram nos bastidores para criar hits para cantoras como Dionne Warwick e Dolly Parton. Como In Our Own Time reconta a história sob ótica oficial, o filme omite o fato de que o grupo também contribuiu para esse período de baixa ao apresentar em 1981 um dos álbuns menos inspirados de sua carreira, Living Eyes (1981), hoje um dos títulos mais raros da discografia do trio. A recuperação, em proporções menores, viria somente em 1987 com E.S.P. - álbum que rendeu ao grupo o hit You Win Again. Na sequência, sucessos espaçados mantiveram os Bee Gees em cena. A febre passou, mas a música do trio ficou na História. Entre altos e baixos, os Bee Gees são donos de um dos cancioneiros mais sedutores de todo o universo pop. Já devidamente reconhecido, o legado do irmãos Gibb é tão rico que justifica até um DVD, a rigor redundante, como In Our Own Time. Devo a Kleber este mergulho na história magnífica do grupo.

quinta-feira, 6 de março de 2014

2248 - NO MUNDO DOS MONSTROS PRÉ-HISTÓRICOS

(THE LAND UNKNOWN, USA 1957) - Uma expedição de cientistas encontra um mundo pré-histórico no Polo Norte (!), depois que seu helicóptero sofre uma pane e é obrigado a aterrissar no local. Lá, encontram um outro cientista, perdido há dez anos. O grupo tem que lutar pela sobrevivência contra dinossauros e plantas carnívoras. É um filme bem decente para os padrões da década de 50, apesar das evidentes limitações orçamentárias que reduziram os efeitos especiais a coisas meio grotescas, como o Tiranossauro-Rex que mais parece uma alegoria constrangedora de uma escola de samba de Friburgo. É a pré-história de Jurassic Park, por isso, vale a pena dar uma olhada.

quarta-feira, 5 de março de 2014

2247 - PLANO DE VOO

(FLIGHTPLAN, USA 2006) - Durante um voo entre Alemanha e Estados Unidos, a filha de Kyle Pratt (Jodie Foster) desaparece dentro do avião, sem deixar vestígios, e ninguém admite tê-la visto embarcar. O filme tem a pretensão de  repetir um dos claustrofóbicos thrillers hitchicoquianos, mas é irregular e sequer consegue bons momentos na atuação frustrante da outrora talentosa Jodie Foster. O roteiro tem alguns furos que logo indicam quem é o bandido da história, além de apontar situações sem o menor sentido. Não há nada no filme que realmente valha a pena. Os efeitos em CGI que compõem o avião são pobres, assim como a atuação de todo o elenco.

domingo, 2 de março de 2014

2246 - DRÁCULA DE BRAM STOKER

(DRACULA, 1922) - Francis Ford Coppola fez um filme magnífico. A serviço da história, ele coloca em prática todos os recursos cinematográficos tradicionais, sem o uso de CGI, com efeitos mecânicos, valorizando, com isso, cada cena ao máximo. Coppola insistiu em não usar efeitos especiais de computador muito elaborados e, com isso, o filme ganha em impacto e em fascínio quase sobrenatural. Gary Oldman está perfeito como Drácula. O mesmo não se pode dizer de Keanu Reeves, como Jonathan Harker - ele parece meio desligado do clima do filme. Charlie Sheen tinha feito testes para o papel, que acabou indo para Reeves. Coppola foi muito bem sucedido ao adaptar o clássico literário de Bram Stoker e o resultado foi um filme surpreendente, tanto visualmente, quanto pela trama, que inovou sem se desprender da história original. O diretor transportou o foco da narrativa, que no livro estava nos personagens humanos, para o próprio conde, que no filme ganha um passado, inspirado na história real de Vlad Tepes, o Empalador. Um ponto fraco do filme é a escalação de Winona Ryder para o papel de Mina. Feia e sem muito talento dramático, não foi a melhor escolha para um personagem tão importante. Muito mais adequada para o papel teria sido Monica Bellucci, que faz uma das noivas de Drácula, e que é a dona de um dos pares de seios mais bonitos do cinema. Coppola também dá dimensões maiores à história de amor de Drácula, que no livro tinha pouca importância. Aliás, é assim que vejo o filme: como uma grande história de amor, com suas alegrias e grandes sofrimentos. Afinal, todos já amamos alguém que nos tenha feito muito mal, situação que se encaixa perfeitamente na história de Drácula e sua amada Mina. Há uma cena linda, em que Drácula pega as lágrimas dela com as mãos e as devolve em forma de pequenos diamantes - todo homem que já tenha feito a mulher que ele ama chorar deve querer poder fazer isso, não?

sábado, 1 de março de 2014

2245 - O VOO

(FLIGHT, USA 2013) - De Robert Zemeckis. É impressionante a atuação de Denzel Washington neste filme, em que ele faz um piloto alcoólatra e viciado em cocaína que consegue fazer uma aterrisagem forçada, salvando a maioria dos passageiros.  Denzel Washington esbanja domínio cênico. Já surge como o diabo da música dos Rolling Stones, pedindo simpatia, e quando chega a hora de mostrar serviço só falta cheirar uma carreira de cocaína com o avião de cabeça pra baixo, paraque não fique qualquer dúvida de que ele é o cara, mesmo cheirado à décima potência. Não é por acaso que, de todas as questões que O Voo aborda - do escape na religião ao comentário sobre o corporativismo -, a principal seja a questão midiática, porque afinal o espetáculo está contido nela. Do hospital, o piloto assiste ao seu pouso espetacular nos noticiários na TV, então desde o início ele tem consciência do caráter midiático de sua história. Zemeckis engana o espectador, faz crer que o piloto alcançará sua redenção na privacidade de uma noite sem nuvens (de onde, como ao longo do filme, podemos ouvir um novo avião no céu), mas só num evento midiático é possível assumir responsabilidades de fato.E Denzel, sem distress, as encara, obviamente, mas não sem antes dar um último show, para poucos privilegiados e em segredo, digno dos maiores roqueiros destruidores de quartos de hotel. Atenção para a cotia Nadine Velazquez, a comissária capaz de desviar o rumo das nuvens.