(DRACULA, 1922) - Francis Ford Coppola fez um filme magnífico. A serviço da história, ele coloca em prática todos os recursos cinematográficos tradicionais, sem o uso de CGI, com efeitos mecânicos, valorizando, com isso, cada cena ao máximo. Coppola insistiu em não usar efeitos especiais de computador muito elaborados e, com isso, o filme ganha em impacto e em fascínio quase sobrenatural. Gary Oldman está perfeito como Drácula. O mesmo não se pode dizer de Keanu Reeves, como Jonathan Harker - ele parece meio desligado do clima do filme. Charlie Sheen tinha feito testes para o papel, que acabou indo para Reeves. Coppola foi muito bem sucedido ao adaptar o clássico literário de Bram Stoker e o resultado foi um filme surpreendente, tanto visualmente, quanto pela trama, que inovou sem se desprender da história original. O diretor transportou o foco da narrativa, que no livro estava nos personagens humanos, para o próprio conde, que no filme ganha um passado, inspirado na história real de Vlad Tepes, o Empalador. Um ponto fraco do filme é a escalação de Winona Ryder para o papel de Mina. Feia e sem muito talento dramático, não foi a melhor escolha para um personagem tão importante. Muito mais adequada para o papel teria sido Monica Bellucci, que faz uma das noivas de Drácula, e que é a dona de um dos pares de seios mais bonitos do cinema. Coppola também dá dimensões maiores à história de amor de Drácula, que no livro tinha pouca importância. Aliás, é assim que vejo o filme: como uma grande história de amor, com suas alegrias e grandes sofrimentos. Afinal, todos já amamos alguém que nos tenha feito muito mal, situação que se encaixa perfeitamente na história de Drácula e sua amada Mina. Há uma cena linda, em que Drácula pega as lágrimas dela com as mãos e as devolve em forma de pequenos diamantes - todo homem que já tenha feito a mulher que ele ama chorar deve querer poder fazer isso, não?