(RED LIGHTS, USA 2012) - O diretor espanhol Rodrigo Cortés (de ENTERRADO VIVO) faz uma proposta de diálogo com o espectador, ao deixar claro, em uma das falas de Tom Buckley (Cillian Murphy), que o truque dos ilusionistas, diz é conduzir o olhar do espectador para longe do ponto onde ele está fazendo sua "mágica". É exatamente isso que ele procura fazer na primeira hora do filme (melhor do que a segunda), tentanto ser mais esperto do que todo mundo. "Poder Paranormal" não foge à infeliz regra. Começa bem, mas se entrega à
cartilha iniciada por M. Night Shyamalan de reviravoltas e
"surpresinhas" a partir do meio. A diferença está no fato do espanhol
ainda está muito longe do talento do diretor nascido na Índia, que teve
seus dias de respeito na época de "O Sexto Sentido" (1999). Nem o elenco impressionante é capaz de salvar o longa: Além de Murphy, Sigourney Weaver, Toby Jones e Robert DeNiro, que não voltou a ser o DeNiro das décadas passadas. Para criar um clima sobrenatural e de terror, algo de estranho sempre
acontece -- especialmente com Tom, um personagem que fica boa parte do
tempo sem dizer a que veio e, quando finalmente diz, revela-se
frustrante. Assim como o próprio filme, o papel de Cilllian Murphy tem
um começo promissor, mas acaba envolto nas convenções do suspense com
uma risível reviravolta final, da qual Tom é personagem central. "Poder Paranormal" sugere soluções mirabolantes, daquelas em que o
diretor tira cartas da manga como um mágico e se acha muito esperto
porque as escondeu antes do show começar. Os truques e tiques fazem
Cortés parecer um "Shyamalan genérico", sem sequer possuir um filme que lhe desse o cacife de ousar.