domingo, 22 de junho de 2014

2322 - O LOBISOMEM DE LONDRES (1935)

(WEREWOLF OF LONDON, USA 1935) - Este é o primeiro tratamento que a Universal (o estúdio, não a igreja) dá à licantropia, embora não seja o primeiro filme sobre um lobisomem (houve um curta de 18 minutos, lançado em 1913). Precedeu o clássico estrelado por Lon Chaney Jr., em 1941, e se distingue deste em um aspecto importante: Jack Pierce, responsável pelas maquiagens desde o primeiro ciclo de horror do estúdio, queria fazer um lobisomem mais hirsuto (que conseguiu com Chaney), mas foi convencido por Henry Hull, o protagonista deste filme, a pegar mais leve, dando chance ao ator de explorar mais as expressões faciais. Hull, um ator egresso do teatro, não consegue dar ao bichano a intensidade dramática que o cinema exige e nem de longe chega perto da capacidade de empática de Chaney. Uma outra presença chamou a minha atenção: Warner Oland, que estrelou vários filmes como CHARLIE CHAN, está no elenco, no papel de um cientista, e pode ser visto na foto acima, em pleno conúbio com o lobisomem de Hull. Esta é a única incursão do diretor Stuart Walker, e ele se sai muito bem na caracterização de uma Londres sombria e na incorporação de alguns elementos da carpintaria cinematográfica de James Whale: a bela esposa do cientista, sempre cortejada por um ex-namorado, formando, assim, um triângulo amoroso, os guardas "cockney" e personagens femininas caracteristicamente histriônicas, além, claro, da estalagem repleta de bêbados. Os efeitos na transformação do lobisomem são bem satisfatórios.