(ULTIMO TANGO A PARIGI, França e Itália, 1972) - Bernardo Bertolucci arriscou muito num filme pretensamente ousado para a época, tendo como protagonista um ator que, por si, podia levar qualquer produção do céu ao inferno, de acordo com o seu humor e vontade de atuar. Pois bem, o Marlon Brando que vemos na tela é o mais preguiçoso possível, aparentemente sem muita vontade de viver o personagem que, depois do suicídio da esposa, vaga por Paris, até encontrar uma jovem em crise com o noivo. Num apartamento, os dois se propõem a se entregar apenas à relação sexual, sem nomes, sem compromisso, sem planos. Sempre achei o filme muito parado, com diálogos chatos e arrastados e frustrante, principalmente, pela não atuação de Brando. O alarido que O ÚLTIMO TANGO provocou na época do lançamento, de fato, não se justifica, pois, na realidade, o filme é fraco e não funciona nem como uma tentativa de chocar o espectador, mesmo se levarmos em conta o moralismo hipócrita daquele tempo.