(THE NORMAL HEART, USA 2014) - Telefilme produzido pela HBO, baseado na peça do dramaturgo e ativista Larry Kramer, que mistura ficção e passagens autobiográficas, tendo como pano de fundo o aparecimento da AIDS em Nova Iorque, entre 1981 e 1984. O elenco famoso é encabeçado por Mark Ruffalo, escritor e alter ego de Kramer, alçado a líder de uma comunidade devastada por uma doença tão desconhecida como letal, por meio da ONG Gay Men's Health Crisis. De fato, é impressionante a luta deste grupo para que o governo americano passasse a dar atenção à pesquisa e fabricação de remédios que combatessem a doença. Chega a ser patética a postura indiferente das autoridades diante de uma epidemia que claramente se alastrava. Aí, entra em cena o inconcebível preconceito americano em relação aos homossexuais. Ruffalo está excelente, o que não surpreende, pois já demonstrou, em outras oportunidades, que é mesmo um grande ator. Temos também Jim Parsons, o Sheldon, reprisando, no filme, o personagem que também viveu nos palcos da Broadway, na montagem de 2011. Não dá muito para descolar o Sheldon de sua atuação, mas, em uma das cenas, numa homenagem a um amigo morto, em uma igreja de Nova Iorque, ele arrasa com um discurso profundamente emocionante. Julia Roberts vive uma médica, uma das primeiras a tratar dos pacientes com o vírus. Um filme maravilhosamente triste.