domingo, 27 de julho de 2014

2357 - CONTROLE ABSOLUTO

(EAGLE EYE, USA 2008) - Desligue a preocupação com aquela velha verossimilhança básica que se espera dos filmes de ação - neste filme, os roteiristas se concentraram mais nas sequências de perseguição, sem dar muita bola para algumas cenas que, num olhar mais cuidadoso, quase comprometem o entretenimento - e deixe-se levar por uma história que não demonstra muita coisa de original, mas que, se você não tem lá tanta expectativa, diverte, o que não é pouco. Cinema também é isso. O roteiro é inspirado em uma ideia de Spielberg. Shia LaBeouf faz Jerry, jovem meio irresponsável que trabalha com máquinas de xerox e é irmão gêmeo de Jerry, militar aplicado, cidadão-modelo, acaba de falecer. No momento em que volta pra casa, depois do funeral, Jerry tem sua vida virada de cabeça para baixo. Do nada, ele é acusado de terrorismo. Paralelamente, somos apresentados a Rachel (Michelle Monaghan), mãe solteira cujo filho está pegando um trem para Washington, onde tocará com uma orquestra infantil para o presidente dos EUA. Assim como Jake, sem motivo aparente, Rachel se vê envolvida numa conspiração sem rosto. Perseguidos pela lei, os dois passam a receber ordens por telefone de uma misteriosa voz feminina, sem saber onde tudo isso vai dar. Sabem apenas que seguir as ordens é sua única opção. Os efeitos especiais são bem realizados, e tudo vai num ritmo que dá para aceitar em nome da distração num domingo chuvoso, mas a sequência final, aquela em que o garoto toca na orquestra para o presidente, nos faz pensar que faltou um pouco de capricho e imaginação, se não os dois juntos. Se o diretor D.J. Caruso não fosse tão feliz na execução dos tempos fortes (execução essa que abraça o humor em alguns momentos, como válvula de escape), os buracos do roteiro, a começar pela premissa estapafúrdia, virariam um grande buraco negro, sugando o longa por inteiro. Pois basta o ritmo do filme dar uma pausa para percebermos como faltou uma costura mais caprichada no roteiro.