(HER, USA 2013) - Já revi este filme várias vezes e acho que ainda vou revê-lo mais umas tantas. Cada vez que o assisto, descubro coisas diferentes, mas igualmente emocionantes. Num futuro próximo, Theodore (Joaquin Phoenix) tem uma profissão que me encanta; ele escreve cartas para pessoas que não têm tempo para fazer isso. Ele tem de lidar com a perda da mulher que ele amava e vai levando sua vida sem pensar muito nisso, tentando achar uma forma de esquecê-la. É então que Samantha entra na sua vida: ela é a voz do sistema operacional do seu computador. Aos poucos, Theodore descobre que há enormes afinidades entre eles e, claro, se apaixona por ela. Entre as muitas questões que o filme traz, está a da natureza da humanidade. O que significa ser humano? Por que Samantha parece ser tão humana - e talvez mais - do que os outros personagens do filme, apesar de ser apenas uma voz? (Ok, é a voz da Scarlett Johansson, e isso faz toda a diferença...). A voz de Scarlett traz o personagem de Samantha à vida, e o amor de Theodore por ela não só passa a ser totalmente real como plausível. Mas como? Como uma pessoa pode se apaixonar por uma voz? A meu ver, a questão é muito mais como Scarlett fala do que o que ela fala. O filme - belo, sensível, emocionante e, sim, um pouco triste - nos apresenta a uma voz que faz a história ser muito mais sobre a humanidade do amor do que a maquinalidade da desilusão. É um filme sobre a importância das afinidades nas verdadeiras histórias de amor.