(THE LONE RANGER, USA 2013) - Dizer que OCS é apenas uma releitura no estilo faroeste dos filmes da série PIRATAS DO CARIBE, por ter as mesmas pessoas na direção e na produção, além do astro principal (Johnny Depp), é ter uma visão muito reducionista de um filme que tem como única pretensão divertir. E isso, em alguns momentos, que este segundo western de Gore Verbinski (o primeiro foi o ótimo RANGO) consegue, com vários momentos que, tomados isoladamente, ora são, de fato, divertidos, ora inesperadamente criativos, ora homenageando sutilmente alguns ícones do Oeste americano. Aqui, temos uma versão, digamos, bem flexível de O Cavaleiro Solitário, que patrulhava o Oeste americano fazendo justiça na companhia do lacônico índio Tonto, e que foi um personagem muito popular nos primeiros anos do western; fez sucesso sobretudo no rádio, na década de 30. O Cavaleiro é vivido em total clima de irreverência por Armie Hammer, mas o Tonto de Depp não funciona muito bem como contraponto da dupla. Além de, em alguns momentos, lembrar o Jack Sparrow de PIRATAS, Depp parece não saber muito bem o que fazer para dar charme ao personagem, habilidade que ele sempre demonstrou ter. Aliás, é de se notar a falta de consistência dos personagens, em geral. O papel de Helena Bonham Carter, por exemplo, como dona de bordel com uma perna mecânica que funciona como metralhadora, é totalmente dispensável. Mas o filme é isso: curtição. Não dá para fazer qualquer outra análise muito profunda.