segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
2843 - ÁGUAS RASAS
ÁGUAS RASAS (THE SHALLOWS, USA 2016) – A primeira cena é arrebatadora: uma praia deslumbrante, uma baía pequena e ensolarada, com ondas azuis sobre corais e areia branca. Aí, começa um roteiro meio óbvio: uma moça bonita (Blake Lively, nem tão bela assim, nem tão “lively” assim) chega sozinha, com a intenção simples de surfar e ser feliz. Não há ninguém à vista, já é tarde e logo vai escurecer. Mas ela insiste em dar mais umas braçadas, pegar a onda derradeira. E, então, acontece o problema: ela invade o território de um tubarão-branco que, naquele momento, faz a festa com uma baleia recém-atacada pelo próprio, e passa a ser sua presa preferencial. Aí que o roteiro escorrega: dificilmente um tubarão deixaria de se deliciar com uma baleia inteira à sua disposição, para nadar atrás de uma jovem magrela e, convenhamos, sem sal (Ryan Reynolds que me perdoe, mas já chegara ao pináculo que todo ser humano, de qualquer gênero, poderia almejar, quando se casou com Scarlett Johansson). Apesar de o filme se manter com certa dignidade, não dá para não comparar com o genial JAWS, de Spielberg. Além do mais, um tubarão em CGI não convence nem os mais crédulos. Vale pela serenidade que a protagonista mostra diante do perigo e uma racionalidade nos meios de enfrentá-lo.