MARCAS DA VIOLÊNCIA (A HISTORY OF VIOLENCE, USA 2005) – Depois de dar cabo de dois marginais que entraram na sua
lanchonete, Tom Stall (Viggo Mortensen) vira herói na cidadezinha onde vive com
a esposa (Maria Bello) e dois filhos. Agastado com a súbita notoriedade, ele
tenta se esquivar dos holofotes que colocam como celebridade em rede nacional.
Até que, um dia, um homem misterioso (Ed Harris) o procura, dizendo que Tom não
é quem ele alega ser. A direção de David Cronenberg transforma este filme curto
(1h36min) num belo ensaio sobre personagens que tentam o tempo todo negar um
passado que assombra o presente. Destaque para Viggo Mortensen, que agarra o
personagem com vigor e imenso talento. Maria Bello mostra que poderia ter tido uma
carreira mais exitosa, se tivesse tido mais papéis como este. William Hurt e Ed
Harris são competentes, como de costume, mas o filme é, definitivamente, de Viggo
Mortensen. A violência da história fica diluída na complexidade dos subtemas da
trama, especialmente nos conflitos da família de Tom, depois da chegada do homem
misterioso de Harris. Compacto, objetivo, instigante, MARCAS DA VIOLÊNCIA é um dos
melhores filme do início do século.