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HOSPEDEIRO (THE HOST, Coreia do Sul, 2006) – O diretor sul-coreano Joon-Ho Bong é um artesão
de imagens que, como quase todos os outros de sua geração, ele instila em seus filmes
um sentimento de profunda traição por ter seu país divido. É este o simbolismo de
O HOSPEDEIRO: uma criatura gigantesca, a meio caminho entre um bagre e um dinossauro,
emerge das águas do rio Han, que corta a capital Seul, e vai para cima da multidão.
O monstro, de certa forma, representa uma realidade que existia na época de lançamento
do filme e que persiste ainda hoje, quando assistimos, aterrados, as demonstrações
de desrespeito aos direitos civis de Kim Jong-um, chefe maluquinho da parte de cima
do território: famílias dilaceradas, autoridades corruptas e a impossibilidade de
proteger os inocentes dos horrores que sempre estão a assombrar a sociedade. O filme
já era a confirmação de que o cinema sul-coreano é um dos mais surpreendentes e
estimulantes do mundo.