ESTRELAS ALÉM DO TEMPO (HIDDEN FIGURES, USA 2016) – O filme do diretor Theodore Melfi é simpático, embora não muito
criativo, e procura jogar luzes em duas categorias de preconceito que pareciam,
então, no início da década de 60, nos Estados Unidos, insuperáveis: o sexismo e
o racismo. Um grupo de mulheres negras é recrutado pela NASA, em
função da sua capacidade de fazer cálculos que ajudariam no programa espacial.
Sua função é importantíssima, mas são discriminadas no salário, no acesso às
instalações e no trato diário. As três protagonistas, Katherine G. Johnson
(Taraji P. Henson, a Carter, de PERSON OF INTEREST), Dorothy Vaughan (Octavia
Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) tiveram que transpor distâncias imensas
para prosseguir na carreira que haviam feito por merecer, mas é Katherine que
foi parar no centro da ação, devido à sua notável criatividade matemática: é ela
que ajuda, efetivamente, o astronauta John Glenn a voltar de um voo orbital, ao fazer
os cálculos que permitiram a reentrada da sua cápsula. Kevin Costner está num simpático papel de
chefe da equipe, e Jim Parsons repete Sheldon como um engenheiro arrogante que passa todo o filme humilhando Katherine. Este é o terceiro filme de Kevin Costner
sobre a administração de John Kennedy. Ele estava em JFK: A PERGUNTA QUE NÃO QUER
CALAR (1991) e TREZE DIAS QUE ABALARAM O MUNDO (2000). Em tempo: o título em inglês
é um primor de duplo sentido. Em português, perdeu toda a força do original.