quarta-feira, 22 de novembro de 2017

2988 - DOUTOR ESTRANHO

Cumberbatch, talento puro...
    DOUTOR ESTRANHO (DOCTOR STRANGE, USA 2016) – Benedict Cumberbatch é desses atores raros a quem devemos assistir obrigatoriamente em qualquer filme em que atue. Não bastasse ter arrasado em SHERLOCK, O JOGO DA IMITAÇÃO e como Khan, em STAR TREK: INTO DARKNESS, ele agora está mais que perfeito como um super-herói meio improvável, mas encantador em suas limitações e contradições. Se, antes da transformação, ele é um neurocirurgião obcecado pelo tempo – tem, inclusive, uma coleção de relógios caríssimos (afinal, tempo é dinheiro) -, depois que ela acontece, e ele se vê possuidor de poderes que, ao mesmo tempo, encantam e fascinam, mas também o deixam um pouco atordoado. É compreensível: afinal de contas, nada pode nos ferir tanto quanto nossos desejos realizados. Sim, ele pode, enfim, dominar o tempo, controlá-lo de acordo com sua vontade. Embora haja alguns bons momentos, o roteiro não me pareceu lá muito inspirador, mesmo com algumas “boutages” que emprestam graça à história. Tudo muito dentro da fórmula consabida do herói que inesperadamente se vê com poderes, fica diante de um conflito maior que ele mesmo, recua e volta no fim para triunfar. Nada contra este tipo de esquema, não fosse o fato de ser muito repetitivo e, assim, previsível. Por outro lado, o impacto visual contribui para que a história evolua de modo agradável – e estou falando tanto sobre os ótimos CGIs quanto o abalo estético que a presença de Rachel McAdams sempre causa nos filmes em que atua.