THE WALKING DEAD –
TEMPORADA 8 (USA, 2018) – Apesar de todas as críticas
que esta
oitava temporada recebeu, TWD ainda apresenta um roteiro instigante e
perturbador, no que diz respeito à discussão das relações pessoais e de poder
num mundo distópico que talvez nem esteja tão distante assim de nós. Se o
protagonismo dos mortos-vivos foi dando lugar às disputas ferozes entre os
sobreviventes, nada contra. Era para ser assim mesmo, a meu ver. Por razões de
fluidez narrativa, Rick e Negan polarizaram as atenções e, claro, geraram as
maiores expectativas de um embate cruel e sanguinário, como devem esperar os
fãs de UFC, categoria que não me incluo. A violência física esperada se diluiu
positivamente numa tensão psicológica, mas se perdeu um pouco numa abordagem
que flertou com o “politicamente correto”, como se TWD precisasse de uma agenda
positiva para continuar a saga. A transformação de Carl numa espécie de guru de
uma nova ordem, de fato, estremeceu bastante as estruturas do mundo abandonado
ao qual nos acostumamos. Parece que Negan (Jeffrey Dean Morgan, em total
domínio do personagem), nas próximas temporadas, simbolizará a humanização do
mal, na medida em que passemos a conhecer todo o processo determinista que o
levou a se guiar pela Lucille. A saída de Morgan (Lennie James), um dos
melhores personagens, certamente enfraquecerá a história, que talvez também não
conte mais com Lauren Cohan.